Desde já cabe fazer uma pequena-grande correção, quando o editorialista afirma que: "Dilma Rousseff, a primeira mulher a exercer o cargo mais importante do país, é dona de quase 56 milhões de votos."
Não, não é, e isso é tão evidente, aos olhos de qualquer observador isento que nem seria preciso corrigir o jornalista que escreveu essa bobagem.
Quem seria Dilma, o que seria de Dilma, a criatura eleitoral de Lula, se ela tivesse de disputar sozinha, apenas com base em seus méritos (ou deméritos) próprios uma eleição?
Respondo simplesmente: NADA, NINGUÉM.
Sem Lula, a criatura eleitoral, o boneco de Lula não teria absolutamente nenhuma expressão eleitoral.
Ela simplesmente não é dona desses 56 milhões de votos. Talvez venha a ser, algum dia, alguma vez, em alguma eleição, mas não nesta.
Ela simplesmente não existiria sem a vontade do seu chefe, dono e patrão.
Ela é o resultado de uma escolha de bolso de colete, como se diz, de um "dedazo", como diriam os mexicanos (em relação às antigas escolhas do PRI). No caso do Brasil, muito pior, pois o partido dela, supostamente dela, não teve nenhum papel, repito NENHUM, na escolha da criatura eleitoral.
A escolha foi feita solitariamente pelo "dono" do partido, depois que todos os demais líderes foram sendo derrubados por episódios de corrupção e malfeitorias diversas, um retrato perfeito de onde chegou o PT como "partido" político.
Se formos ver, não apenas o círculo de "alianças" eleitorais do PT e de Lula, a quadrilha de onorevole que apoia o governo, e também os mapas eleitorais comparados, das bases políticas do PT entre 1994 e 2010, veremos que o PT foi sendo "empurrado" para os chamados "grotões", como eles designavam, depreciativamente, as bases de apoio do coronelato mais atrasado e mais reacionário da política brasileira.
O PT ficou com o seu exército de assistidos -- que votam nele apenas por dependência alimentar -- concentrados no curral eleitoral do Bolsa-Família, ficou com as militâncias políticas e sindicais que mamam nas tetas do Estado, das agências públicas e das estatais (e que não querem largar a mamata) e ficou justamente com essa fração atrasada da política brasileira, os bandidos e oportunistas de sempre, aqueles que estão sempre com o governo, qualquer governo, sempre que for para mamar também.
Para um petista sincero -- se é que existe ainda essa figura idealista -- deve ser duro ter de aguentar a "grande transformação", a descida para os grotões; é preciso ter muito estômago para aguentar os novos companheiros de viagem, e sobretudo é preciso ter muita cara de pau para assistir às denúncias de imprensa contra seus corruptos e vigaristas e ainda assim não só ter de ficar quieto mas sobretudo ter de defender essa gente de rouba e não faz. É preciso muito estômago para aguentar o asco...
Enfim, termino por aqui e reporto-me agora aos números, sabendo já a quem atribuir os votos de um e de outro candidato.
Paulo Roberto de Almeida
Congresso em Foco, Segunda-Feira, 1 de Novembro de 2010
Reportagens Especiais
01/11/2010 - 07h00
O raio X da disputa presidencial
Apesar da grande vantagem obtida por Dilma, Serra teve no segundo turno a melhor performance do PSDB em uma campanha presidencial desde 1998. Veja onde os dois presidenciáveis se saíram melhor, nas votações de ontem e do dia 3 de outubro
Dilma sai das eleições com quase 56 milhões de votos. Mas Serra garantiu à oposição seu melhor desempenho desde a última eleição de FHC |
Para quem nunca disputou na vida uma eleição, trata-se de uma estreia política impressionante. A nova presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, a primeira mulher a exercer o cargo mais importante do país, é dona de quase 56 milhões de votos. Às 2h desta segunda-feira, com 99,99% dos votos apurados, sua votação era de 55,7 milhões de votos. Dilma venceu as eleições em 16 estados e no Distrito Federal. E teve do seu lado a totalidade dos estados do Nordeste.
Apesar da vitória imensa, as eleições de 2010 foram as mais apertadas dos últimos anos. Esse equilíbrio ficou bastante claro, por exemplo, no desempenho que os dois candidatos tiveram nas capitais.
Dilma perde na comparação com o desempenho de Lula em 2002 e 2006. E Serra cresce nas comparações com ele mesmo em 2002 e com Geraldo Alckmin em 2006. Mesmo com a expressiva vitória obtida por Dilma, a oposição demonstrou considerável poder de fogo na votação de ontem.
Além de vencer a eleição em dez estados, José Serra (PSDB) teve o melhor desempenho do seu partido desde 1998, quando Fernando Henrique derrotou Lula no primeiro turno. O tucano manteve a vantagem que já havia conseguido em oito unidades federativas e virou o jogo em outras três, Rio Grande do Sul, Goiás e Espírito Santo.
Dilma, que superou Serra em mais de 12 milhões de votos (ou 12 pontos percentuais), ganhou a disputa no Distrito Federal e mais 16 estados. Em alguns deles, sua vitória foi estrondosa. Destacaram-se Amazonas (onde ela conquistou 80,57% dos votos válidos), Ceará (77,35%), Maranhão (79,09%) e Pernambuco (75,65%).
Serra obteve sua maior votação proporcional em dois pequenos estados, Acre (onde o governador eleito, já no primeiro turno, é o senador petista Tião Viana) e Roraima. No Acre, com 99% dos votos apurados, o ex-governador paulista contabilizava 69,68% dos votos válidos. Em Roraima, ele teve 66,56%.
Histórico
Dilma obteve no segundo turno pouco mais de 56% dos votos válidos, enquanto Serra obteve quase 44%. O candidato do PSDB sai das eleições com 43,7 milhões de votos. São mais de 10 milhões de votos além do que ele obteve nas eleições de 2002, quando saiu do Ministério da Saúde como o candidato do governo para enfrentar Lula.
Naquela ocasião, Serra somou 33,4 milhões de votos. Se a vantagem de Dilma sobre Serra em 2010 foi de 12 milhões de votos, a vantagem de Lula sobre Serra em 2002 foi de 19,4 milhões de votos.
Em 2002, Serra venceu o segundo turno em um único estado: Alagoas. E teve 38,7% dos votos, contra 61,3% obtidos por Lula.
Em termos percentuais, a vitória de Lula sobre Serra em 2002 foi mais folgada que a vitória sobre Geraldo Alckmin em 2006. Lula obteve 60,83% dos votos, contra 39,17% de Alckmin. O candidato tucano venceu em cinco estados e no Distrito Federal: Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do DF. Lula fez 58,3 milhões de votos, e Alckmin 37,5 milhões. Em termos numéricos, porém, Lula despachou Alckmin com uma diferença maior de votos com relação à disputa com Serra em 2002: a vantagem de Lula sobre Alckmin foi de 20,8 milhões de votos.
Onde cada um foi melhor
Mesmo longe de ter sido capaz de reverter o resultado da eleição, Serra melhorou seu desempenho neste segundo turno sobre Dilma, em comparação com o primeiro turno.
No último dia 3 de outubro, Dilma venceu as eleições em 18 estados (Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul).
Serra ganhou em oito (Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina), e Marina Silva, do PV, no Distrito Federal.
O Congresso em Foco preparou para você um mapa completo das eleições deste ano. Aqui, você verá todos os números das eleições no primeiro e no segundo turno. Os dados estão atualizados até as 2h de hoje (segunda, 1 de novembro), quando estavam apurados 99,99% dos votos destas eleições.
Clique aqui para ver o mapa completo das eleições de 2010
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minas fas a diferença e elege presidente diferença 17% sendo 1 dos maiores colegios eleitorais . e diferença entre os dois em todo o pais 12% geograficamente se ve que pesquisas influenciam voto no norte e nodeste
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