sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ilegalidades eleitorais: dinheiro publico na campanha da candidata oficial

Em qualquer país normal, esse tipo de imoralidade e de crime eleitoral já teria sido sancionado pela legislação e pelos órgãos de controle.

Mundo em Português
Dinheiro público paga apoio a Dilma
Domingos Grilo Serrinha, Correspondente Brasil
Correio da Manhã, 06 Setembro 2010

O dinheiro dos contribuintes brasileiros está a ser indirectamente usado no apoio à candidata governamental à sucessão de Lula, Dilma Rousseff. Ministros, assessores e funcionários do governo, além do próprio Lula da Silva, têm feito combinar a sua agenda de deslocações oficiais com a agenda de campanha de Dilma, para reforçarem o apoio à candidata em vários estados e municípios.

Só o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já fez mais de 40 viagens em três meses, visitando várias regiões do Brasil na mesma altura em que Dilma ali faria comícios ou visitas. Para dar um aspecto de legalidade a essas deslocações, já que a lei eleitoral não permite o uso da máquina e do dinheiro público na campanha eleitoral, a estratégia tem sido usar reuniões ou acções ligadas ao PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, e ao CDES, Conselho de Desenvolvimento Económico e Social.

Com estes pretextos, Padilha e outros ministros viajam de cidade em cidade, reunindo-se com autarcas, empresários e outras forças locais, realçando as obras feitas pelo governo Lula na região e discutindo uma agenda de novas obras e benefícios a serem implementados pelo futuro governo, supostamente comandado por Dilma, que lidera as sondagens com larga vantagem. Como se trata de deslocações oficiais, tudo isto é pago com verbas do erário público, ou seja, do contribuinte.

Segundo o ‘Globo’, a coordenação das viagens dos ministros de acordo com a agenda de Dilma é feita por uma equipa instalada no quarto andar do Palácio do Planalto, a sede da presidência, em Brasília. Mesmo com a preocupação de dar um aspecto legal a essas viagens, o próprio Padilha tem dado umas "escorregadelas", informando no seu Twitter durante deslocações oficiais que aproveitou a viagem para se encontrar com políticos que apoiam Dilma.

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