quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A marcha da autocracia: metodos conhecidos

Parece incrível que alguém tenha de se lembrar que o Senado deve ser um poder independente da presidência da República. As instituições políticas no Brasil conhecem um processo irreversível de deterioração, e os homens políticos caminham para uma subordinação aos donos do dinheiro que ainda não tinha sido vista no Brasil com essa força.

TAMAR FRANCO DEFENDE UM SENADO INDEPENDENTE!

(Nota de sua assessoria, ontem) 1. Itamar Franco: Ex-presidente diz que Constituição estabelece que o senador deve julgar o presidente da República e que, para isso, não deve ser atrelado ao Poder Executivo. O candidato ao Senado pela coligação “Somos Minas Gerais”, Itamar Franco, defende a independência dos senadores em relação ao Poder Executivo. Ontem, em seu Twitter, Itamar afirmou que a primeira atribuição constitucional de um senador é julgar o presidente da República. “A primeira atribuição constitucional de um senador é julgar o presidente da República”. E perguntou: “Como pode um candidato anunciar-se senador do presidente?”

2. No entendimento de Itamar Franco, que já foi senador por 16 anos, em dois mandatos, o parlamentar deve preservar sua isenção, em vez de dizer que será um representante do presidente da República. Um dos motivos que teriam levado ao enfraquecimento do Poder Legislativo, segundo o ex-presidente da República, foi o atrelamento do Congresso ao Governo Federal. “Precisamos resgatar a independência dos Poderes”, afirma.

3. Itamar acredita que o senador deve defender os interesses do seu Estado de origem na Câmara Alta. “Outra atribuição, além de julgar o presidente, é estudar o endividamento dos estados e municípios. Dessa forma, ele pode atuar em prol do Estado e dos prefeitos, que é o que Aécio e eu pretendemos fazer caso eleitos”, diz o ex-presidente. Uma das frentes de trabalho em que pretende atuar é a defesa do pacto federativo. Segundo ele, a União arrecada muito e transfere pouco para os outros entes federativos. “Precisamos efetivar uma distribuição mais justa dos recursos, de tal forma que as cidades que dependem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) tenham como sobreviver”, disse o candidato.

60% DO SENADO PERMITIRIAM TUDO AO PT!

Trechos do artigo de Renata Lo Prete, do "Painel da Folha" na Folha de SP (02).

1. Se foi assim nos últimos quatro anos, e se a onda, seja ela "vermelha" ou "continuísta", naturalmente desenha uma correlação de forças ainda mais confortável em caso de vitória petista, para que tanta gana? Embora no calor do palanque Lula transmita a impressão de ressentimento, sua motivação é essencialmente objetiva.

2. Ele invoca o papel de vítima do Senado para entrar de sola nas campanhas estaduais e ajudar a construir, para a eventual Presidência de Dilma, uma maioria ao redor de 60% das 81 cadeiras. Da aprovação de emendas constitucionais ao eventual debate sobre a instalação de uma Constituinte exclusiva, tudo é viável quando se tem uma base como essa.

3. Ainda é cedo para prever o tamanho exato que alcançará essa maioria. O voto para o Senado tradicionalmente se consolida mais tarde que o dos demais cargos majoritários -e neste ano, diferentemente de 2006, o eleitor será instado a escolher dois senadores. Até onde a vista alcança, porém, não há dúvida de que os governistas morderão muitas das vagas hoje ocupadas pela oposição. Uma coisa é certa: a estratégia "take no prisioners" de Lula guarda menos relação com um passado de privações do que com um futuro cheio de possibilidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário