sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

184) Elegancia politica: este será o tom da campanha em 2010?

Transcrevo abaixo matéria de imprensa sobre pronunciamento do presidente no Maranhão. Talvez fosse o caso de parafrasear José Simão, e alertar que seria "melhor tirar as crianças da sala", pois o presidente disse literalmente:
"Quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra"
Em todo caso, me pergunto se este será o estilo da campanha eleitoral em 2010...
Sim, também sempre tem, e sempre teremos, megalomania eleitoral:
"Então, temos consciência de que estamos fazendo no Brasil o maior investimento da história deste país em saneamento básico, em todas as cidades brasileiras".
OK, durma-se com um barulho desses: nunca antes na história deste país, ninguém fez tanta coisa pelo povo. Nem nunca mais fará depois...

Lula fala merda em discurso no Maranhão
Letícia Lins e Raimundo Garrone
O Globo, 11 de dezembro de 2009

Ao discursar para cerca de duas mil pessoas no Centro de Convenções da capital maranhense, o presidente Lula disse que o seu governo investe mais em saneamento do que as gestões anteriores porque ele quer “tirar o povo da merda”.

— Quero saber se o povo está na merda, e eu quero tirar o povo da merda em que se encontra.

Esse é o dado concreto — afirmou o presidente, para quem obras em saneamento básico foram relegadas pelos seus antecessores porque não rendem votos, já que são iniciativas que acabam esquecidas uma vez que as tubulações ficam sob a terra.

Em seguida, ele admitiu que o vocabulário não era apropriado: — É lógico que eu falei um palavrão aqui. Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência de que eles falam mais palavrão do que eu todos os dias. E tenho consciência de como é que vive o povo pobre deste país — acrescentou o presidente, que foi aplaudido quando disse o palavrão.

No evento, Lula, ao lado da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, assinou contratos para a construção de casas populares e obras de saneamento.

— Tem muita gente que fala que é enterrar dinheiro. Por que é saneamento básico? Cavar um buraco, colocar umas manilhas, pegar os dejetos humanos que fazemos, canalizar para um lugar, tratar e devolver parte deles, bem tratados, para não poluir os rios e o mar.

Mas isso custa caro, e isso ninguém vê. Não dá para ninguém colocar o nome da mãe, do pai, do avô, em uma manilha embaixo da terra, porque ninguém vê. Então, as pessoas preferiam fazer uma ponte, mesmo que não soubessem para onde vai nem para onde vem — afirmou Lula O presidente disse que este ano e em 2010, só no Maranhão, o governo federal está investindo cerca de R$1 bilhão em saneamento, cifra que, segundo ele, seu antecessor (Fernando Henrique Cardoso) não investiu em todo o país.

— Então, temos consciência de que estamos fazendo no Brasil o maior investimento da história deste país em saneamento básico, em todas as cidades brasileiras. Não quero saber se o João Castelo (o prefeito de São Luís) é do PSDB, não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT. Quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra — disse Lula Mais tarde, na inauguração da ampliação da refinaria da Alumar, na presença de empresários e políticos, Lula citou o carnavalesco Joãosinho Trinta, ao comentar o aumento do poder aquisitivo do nordestino: — Antes, as pessoas não compravam porque não podiam. E diziam que pobre não gosta do que é bom, gosta de comprar ovo quebrado.

Dê um dinheirinho na mão do trabalhador, que ele quer comprar tudo de pri meira. Joãosinho Trinta já dizia, em 1978, que quem gosta de miséria é intelectual, o pobre gosta é de luxo.

Aproveitando a presença do presidente do Senado, o aliado, José Sarney (PMDB), Lula lembrou os preconceitos que o senador sofreu para fazer investimentos no Norte e Nordeste.

— As regiões mais ricas do país pensam que só se pode investir com eles. O Sarney sabe da dificuldade que teve para implantar a Zona Franca e outros projetos de interesse da região.

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