sábado, 7 de novembro de 2009

166) Um debate relevante para politicas publicas, especialmente macroeconomicas

Transcrevo este post do jornalista Reinaldo Azevedo não porque eu concorde com todos os seus argumentos, especialmente os de natureza essencialmente politica, mas porque eu tambem estou extremamente preocupado com a sensivel deterioraçao do equilíbrio das contas públicas e com a situação fiscal, de maneira geral.
A questão é muito clara: ou a sociedade brasileira, a começar pelo Executivo e pelo Legislativo, colocam as contas em ordem ou todos nós vamos sofrer, em especial nossos filhos e netos, com redução de benefícios previdenciários, diminuição da prestação dos serviços sociais, baixo investimento, baixo crescimento, ou seja, reduzidas expectativas de prosperidade e bem-estar, até com ameaça de retrocesso material.
Que o Senador Paim seja um ignorante em aritmética simples, isso já está provado. Mas que o Executivo, que tem gente que sabe fazer contas, se comporte de forma irresponsável, isso já é inaceitável.
Pois bem, é com esse espírito que eu posto este comentário.
Paulo Roberto de Almeida (6.11.2009)

OS APOSENTADOS, AS OPOSIÇÕES, LULA E… OS REPUBLICANOS NOS EUA!!!
Reinaldo Azevedo | VEJA.com 11/6/09

Alguns leitores perguntam qual é a minha opinião sobre a proposta que estende a todas as aposentadorias e pensões o mesmo índice de correção do salário mínimo. Basta fazer as contas. É claro que eu sou contrário — com a devida vênia. É tudo cristalino: quebra a Previdência. Estima-se que, em 2050, os gastos passariam a representar mais de 18% do PIB. É uma insanidade. Somada a proposta ao possível fim do fator previdenciário, as contas públicas vão para a breca. Se quebra o sistema, não pode ser coisa boa. O senador petista Paulo Paim (PT-RS) diz que isso é cascata e, nesse particular, se opõe ao governo liderado pelo seu partido, que está tentando adiar a votação o máximo possível. Muito bem. Já disse o que penso da coisa em si. Mas será que as oposições, realistas que são, devem sair em socorro do governo Lula e, dando a cara ao tapa, ajudar a rejeitar a proposta? A resposta é um sonoro NÃO!!! Lula que se vire! E, neste meu passeio, chegarei lá no Partido Republicano, nos EUA.

Pois é… Situação difícil, não? Fosse o PT um partido, digamos, normal e da ordem, eu até diria que estamos diante de um desses casos em que a bandeira partidária conta pouco. Ocorre que o barco precisa, agora, de uma lanterna na popa e outra na proa, iluminando o passado e o futuro. Lula é o presidente só das boas notícias e das concessões de benefícios, como “nunca antes nestepaiz…” No tempo em que liderou a oposição, jamais se dignou a fazer contas. Ao contrário. Minha memória é boa: em 2002, último ano do governo FHC, o partido e a CUT botaram a tropa na rua pedindo — atenção!!! — 140% de reajuste para o funcionalismo público federal. Isto mesmo: 140%. E coube, em ano eleitoral, ao PSDB e ao DEM (então PFL) deixar claro o óbvio: a reivindicação era uma irresponsabilidade. E ambos pagaram o preço por isso. Na reforma da Previdência do governo FHC, também vimos o PT na rua. No poder, os mercados cobraram a mudança. E, com o apoio das oposições, os petistas fizeram uma reforminha — a mesma que haviam rejeitado.

Este é o PT. Contou, no caso das reformas que fez, com a “coerência” das oposições: afinal, quando elas eram governo, queriam as mudanças; julgavam-nas necessárias. Que importava que fosse implementada por outro governo? Ocorre, já disse mais de uma vez, que a coerência não pode ser uma cruz a pesar apenas nos ombros dos adversários do PT. A ser assim, o partido, que não tem o menor compromisso com o seu passado, estará sempre em vantagem. Ou alguém imagina que ele assumirá uma postura colaborativa caso José Serra vença as eleições no ano que vem? Ora…

O governo não precisa das oposições para aprovar ou rejeitar coisa nenhuma! Tem a maioria necessária. Pois que mobilize os seus. Seria realmente muito engraçado ser Paulo Paim o grande militante do estouro da Previdência, com uma tese popular — tendo, entre os apoiadores, acreditem, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) — e ficar para pessedebistas e democratas a tarefa responsável, mas impopular, de combater a proposta. Isso tudo em ano eleitoral. Aí não dá, né?

Pôr uma corda em torno do próprio pescoço não é nem coerência nem racionalidade: é só burrice. Lula que pague o pato de tomar uma decisão, uma só que seja, um tanto impopular. Quem governa também tem ônus.

Sim, claro, há uma boa possibilidade de que o próximo presidente da República seja José Serra, atual governador de São Paulo (PSDB). A eventual aprovação da proposta, com votos da oposição, jogaria, nessa hipótese, a batata quente no colo dele. Mas também não dá para dar as batatas aos adversários porque se pretende comê-las numa temperatura agradável. O PT está há quase três décadas mobilizando os aposentados, não é? Chegou a hora de ser didático e realista com eles. Lula será? Se ele não for, eis uma tarefa que, agora, não cabe à oposição.

“Não seja irresponsável, Reinaldo Azevedo!” Irresponsável? Irresponsável é deixar que uma parte do petismo — e, mais amplamente, do governismo — compareça como amigo dos aposentados, e que as oposições façam o papel da madrasta má na história. Lula acha que vai estourar a Previdência? Pois que haja. Mesmo estourando, ele passará o problema adiante? Bem, todos têm uma herança. Ele também terá a sua. Que um dia será contada sem o véu da fantasia.

Colaborar ou não?
Infelizmente, o DNA do petismo supõe a extinção do outro e até das estruturas formais do estado, que tendem a ser substituídas pelo partido. Observem que jamais saiu da boca de Lula qualquer referência positiva ao governo que o antecedeu. Parece que ele reinventou o Brasil e pegou um país sob escombros. Vocês conhecem essa mentirada toda. Ele se quer, literalmente, o salvador da pátria. E sua postura encontra ampla aceitação na sociedade e em setores da imprensa.

Não se transformou neste potentado de popularidade só por suas obras. Há, todos sabem, muito de mistificação. E também sempre contou com oposições um tanto timoratas, dispostas a “colaborar” com o governo em nome dos seus (delas) princípios; orgulhosas, muitas vezes, de não agir “como o PT agia quando oposição”. Lula sempre deu como certa essa coerência para que ele próprio pudesse ser, então, o mais incoerente possível. Discursando ontem na Grã-Bretanha, exaltou a solidez dos bancos brasileiros. Que teriam quebrado se FHC tivesse ouvido o PT e não tivesse feito o Proer — que o próprio Lula receitou depois aos americanos… Não se esqueçam que ele voltou a atacar o programa de reestruturação dos bancos até na campanha de 2006… Qual é o compromisso dos petistas com o seu passado, o passado alheio e a história? Nenhum! Compromisso é para os outros.

É claro que com temas e cor locais, o “fenômeno” Obama caminhava para ser algo parecido nos Estados Unidos. Muitos dirão que a crise por lá turvou tudo. Mais ou menos: a crise facilitava, convenham, a satanização de George W. Bush, o presidente mais impopular da história.

Não obstante, vejam lá: os republicanos perceberam que estavam diante de uma máquina de propaganda inédita. Não deram um minuto de folga desde o primeiro dia. Mais do que Bush, os democratas tentaram fazer de Dick Cheney a besta-fera do passado. E Cheney e seu partido foram para o ataque. Houve quem apontasse desespero, precipitação, rancor, sei lá o quê… Nada disso! Os republicanos perceberam que ou confrontavam a máquina fazendo política, ou, com efeito, seriam engolidos — como foram engolidas por aqui, por um bom tempo, as nossas oposições. Não houve uma só questão, uma miserável que seja, em que os republicanos deixaram de marcar posição — e oposição. Acabam de aplicar duas derrotas eleitorais no astro da política americana no exato primeiro aniversário de sua eleição.

Há certas construções com as quais não cabe um diálogo normal. Quem tenta conversar é engolido. Lula e Obama, tão diferentes, mas também tão iguais, manipulam estruturas muito semelhantes do eleitorado, que não passam apenas por categorias racionais. E ambos são mestres em recontar o passado segundo os interesses do presente. Ou se reage prontamente a isso, e de modo radical, ou o demiurgo começa a tomar conta de tudo. Aqui, ele se agigantou. Lá, ele já murchou. Aqui, ele não encontrou resistência; lá, teve de começar a dar explicações e se atrapalhou.

Então…
Então cabe às oposições, no Brasil, especialmente na sua atuação parlamentar, não fazer o jogo de Lula — e o seu jogo consiste em dividir com os adversários o ônus de governar e repartir com os companheiros o bônus, ou o que sobra dele depois de alimentar a sua biografia vaidora e gulosa. Cumpre não continuar errando. Mirem-se no exemplo daqueles republicanos dos EUA…

E só para que não sobre ruído: agora é tarde para confrontar Lula, como os republicanos confrontam a própria figura de Obama. Não dá mais. Deixem o homem falar à vontade. Os alvos têm de ser as políticas públicas do governo, evidenciando nelas o que não funciona e demonstrando que a esperança de que sejam melhoradas não é infundada. Cabe às oposições, no discurso político, estimular o eleitorado a querer mais do que Lula vem lhe oferecendo. Mais e, sobretudo, com mais qualidade. Voltarei a este ponto em outras oportunidades.

A exemplo dos republicanos nos EUA, que foram tão precocemente à luta, a tarefa fundamental das oposições no Congresso é atuar tendo um único objetivo: quebrar o risco da continuidade. Lula que se vire com os seus sabotadores da Previdência. Acreditem: issto é vital para a democracia. Aqui ou nos EUA.

2 comentários:

  1. A definição será: aumento, bom - razoável, já que todos ganharam muito no Brasil dos últimos 7 anos da Era Lula. Ganharam os mortos-de-fome, nem comiam: hoje tem o Bolsa Familia; Ganharam os Estudantes Brasileiros, com MILHARES de novas vagas GRATUITAS no Ensino Tecnico e na Faculdade!!! Ganharam os Trabalhadores com a estabilidade, o aumento de salários, a expansão do emprego e do crédito, com as desonerações para facilitar a compra do carrinho, da geladeira e de computadores, da alimentação farta; Ganharam os Petroleiros, com a PETROBRAS! (e nãp petrobrax do psdbosta); Ganharam os Cariocas com a Olimpiada, Os brasileiros com a Copa!!! Ganharam os assalariados do SM: eram absurdos e escassos 76 dolares, na média fhcdista e HOJE SÃO U$ 281 (isso que voce está lendo: DUZENTOS E OITENTA E UM DOLARES!); gah=nharam os pobres das C,D e e: comprar casa prórpia hoje é a maior BARBADA: TEM ATÉ JUROS MAIS BAIXOS (BAIXISSIMOS) PARA os de MENOS RENDA E, PASMEM, R$ 17 MIL REAIS DE BONUS (de grátis, meu Povo!); Ganharam os comediantes, 'divertindo' com sotaque e 'iguinoranssa' do Lula; Ganharam os jornalistas: atacando e tripudiando o governo petista, pmdbista, Lulista; Ganharam os Empresários (os que iam embora...); Ganharam MUITO os banqueiros; ganharam até mesmo a direitalha mais safada e arrogante, aquela do caetano / fh e da veja, dO pig, COM TANTA FOFOCA E VENDENDO BOBAGENS PROS ALIENADOS DA CLASSE MÉDIA ALTA E PRA 'BURGUESIA PODRE'...todos ganhamos! TODOS! Faltavam os aposentados que ficaram entre o mar e o rochedo, os que ganhavam, na data da aposentadoria mais de um SM e até dez SM. A hora é AGORA! Até por que o retrocesso e as maracutaias sanguessuguinicas estão ali, depois da curva da morte do inferno psdbostiano...Eheheh. A HORA DOS APOSENTADOS CHEGOU, LULÃO! E vamos tomar cuidado com os bolsos e a mente já que o serra serraria serrador sanguessuga vem aí...

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