domingo, 27 de dezembro de 2009

199) A estrategia da candidata oficiosa: novo desenvolvimentismo

'Novo desenvolvimentismo' de Dilma prega Estado forte
AE - Agencia Estado
domingo, 27 de dezembro de 2009

SÃO PAULO - A plataforma de governo da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, será embalada pelo mote do "novo desenvolvimentismo". O modelo defendido pelos petistas para escapar do rótulo da mera continuidade do governo Lula mescla incentivos ao investimento público e privado com distribuição de renda. Embora o programa de Dilma ainda esteja em discussão, a cúpula do PT e o Palácio do Planalto já têm um diagnóstico: a nova concepção de desenvolvimento exige restabelecer o planejamento econômico de longo prazo e o papel do Estado forte.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer colar em Dilma o carimbo do "novo desenvolvimentismo" para enfrentar os espinhosos debates sobre gasto público com o PSDB do governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato ao Planalto. É com essa marca que Dilma vai aparecer na campanha. Até agora, os eixos do projeto sob análise do PT são ciência, tecnologia e inovação, pré-sal, meio ambiente e matriz energética, educação, reconstrução do sistema de saúde, programas de moradia, como o Minha Casa, Minha Vida, transporte de massas e saneamento básico.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe da propaganda de Dilma, não será tratado apenas como plano de obras, mas, sim, como "uma estratégia de desenvolvimento", como diz texto da corrente Construindo um Novo Brasil, hegemônica no PT. A meta do partido para os próximos anos é crescer de 6% a 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

O comando da campanha de Dilma está certo de que o PSDB vai atacar o governo com o discurso da gastança e já se prepara para o contra-ataque na área fiscal. A despesa de custeio da União saltou de R$ 23 bilhões, em 2002, para R$ 32 bilhões, em 2008 - cifra equivalente à inflação do período, de 40% -, mas economistas do governo garantem que esses gastos tiveram crescimento porcentual muito superior na gestão tucana em São Paulo, na mesma época.

No duelo com o PSDB, o Planalto pretende derrubar a pecha de gastador invertendo a lógica do argumento pejorativo. Dilma dirá que a maior despesa foi com o pagamento de benefícios sociais, vinculados ou não ao salário mínimo - como Bolsa-Família, aposentadorias, pensões e seguro-desemprego -, melhorando a distribuição de renda e o mercado de consumo de massas.

Para o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), a campanha petista mostrará que o Brasil pode ser a quinta economia do mundo. "Depois de resolver o impasse macroeconômico e estabelecer o paradigma de que é possível distribuir renda crescendo, queremos dar um salto", disse Berzoini.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um comentário:

  1. O Marco Aurélio Garcia deu uma entrevista, ontem à noite, ao Canal Livre da Rede Bandeirantes. (Além de ser o assessor para assuntos estratégicos, ele é o cabeça da campanha da Dilma).
    Esta concepção de Estado “+forte” é dele. Quem está trabalhando o marketing da desastrosa campanha da Dilma é ele. Inclusive, ele afirmou que é o coordenador da campanha dela. (Não como burocrata do governo, mas sim como militante do PT)
    Ele falou algumas pérolas, que eu adoro pescar como, por exemplo, quando o Mitre perguntou a ele sobre a precariedade da Educação no Brasil, ele disse que não há.
    Quando se perguntou sobre a questão do MST ser repudiado pela maior parte da sociedade, conforme a Revista Veja trouxe esta semana, ele disse que: “o clima é muito violento e toda violência deve ser criticada, sobretudo, em uma sociedade democrática como a nossa. (descobriu a pólvora), contudo não devemos criminalizar os movimentos sociais. No campo brasileiro, há uma impunidade muito grande. (ele não estava se referindo aos baderneiros do MST, mas sim aos fazendeiros que possuem terras produtivas).
    Quando foi perguntado sobre a ausência de Estado no campo e se o governo era culpado com sua incapacidade. Ele disse que a culpa era do governo sim, mas não só esse, os anteriores também.
    Se em uma simples entrevista, ele se contradiz, como pode pensar em criar um projeto de desenvolvimento social que atenda aos anseios da sociedade brasileira ?
    Eu não costumo perder a classe, mas se colocam um semi-analfabeto na presidência, um burro na assessoria de assuntos estratégicos e uma anta para se candidatar à presidência, só temos uma opção: sentar no meio fio e chorar de raiva...

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