1) Primeiro a nota do jornal Folha de São Paulo, que refere-se a matéria da revista Piauí:
FSP, 3.06.2009
Lattes
Renata Lo Prete - Painel
Reportagem na próxima "Piauí" questiona o currículo de Dilma divulgado pelo site da Casa Civil. Ali se informa que ela é mestre em teoria econômica e doutoranda em economia monetária e financeira pela Unicamp. A universidade disse à revista que não há registro de matrícula no mestrado e que o doutorado foi abandonado.
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2) Agora, o CV divulgado no site da Casa Civil, acessado nesta data, 4.06.2009, às 18h20:
"Dilma Vana Rousseff - Ministra-Chefe da Casa Civil
Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi aluna de mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp), onde concluiu os respectivos créditos.
Foi Ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005; Secretária da Fazenda de Porto Alegre (1986-1988); Presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-1993) ; e Secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações daquele Estado (1993-1994 e 1999-2002).
Em 2002, coordenou a equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição instituído pelo Presidente Lula."
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3) Agora um post no Blog do Reinaldo Azevedo:
DILMA E AS FICHAS FALSAS
sexta-feira, 3 de julho de 2009 | 16:48
Nota que está no Painel de hoje, da Folha. Volto depois:
Lattes. Reportagem na próxima “Piauí” questiona o currículo de Dilma divulgado pelo site da Casa Civil. Ali se informa que ela é mestre em teoria econômica e doutoranda em economia monetária e financeira pela Unicamp. A universidade disse à revista que não há registro de matrícula no mestrado e que o doutorado foi abandonado.
Comento
É mesmo, é?
Vamos ver o que diz o currículo de Dilma no site da Presidência, na página da Casa Civil:
Dilma Vana Rousseff é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Algum espertinho poderá dizer que ali se informa que ela apenas “cursou”… Vocês sabem como eles são quânticos com essa história de verdade e mentira.
Então vamos ao Sistema de Currículo Lattes, feito com base em informações fornecidas pelos próprios acadêmicos (está um pouco desatualizado):
“Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1977) e mestrado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1979) . Atualmente é Secretária de Estado da Secretaria de Energia Minas e Comunicações.”
No item “Formação Acadêmica”, lê-se:
1998 Doutorado em Ciências Sociais.
Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil. Orientador: .
Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Economia / Subárea: Economia Monetária e Fiscal / Especialidade: Teoria Monetária e Financeira.
1978 - 1979 - Mestrado em Ciência Econômica.
Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.
Título: Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul, Ano de Obtenção: 1979.
Orientador: João Manoel Cardoso de Mello.
A tese de mestrado de Dilma tem nome, mas nunca foi apresentada. Se não foi, não existe; se não existe, ela não é mestre. Se não é mestre, como pôde fazer o doutorado? Vá lá: universidades brasileiras até admitem que se cursem os créditos do doutorado mesmo sem a apresentação da tese de mestrado. Mas ela tem de ser apresentada um dia. A de Dilma nunca foi. As “fichas” do Ministério e do Sistema Lattes trazem, pois, informações falsas. Ela vai se indignar com esta “falsificação”? Este blog apurou que ela, de fato, fez os créditos dos dois cursos, mas sem a apresentação do trabalho. Sem trabalhos, não há títulos.
É uma pena. Adoraria saber como a ministra cuida da Inculta & Bela em sua tese de mestrado. No cotidiano, os sujeitos e seus respectivos verbos conseguem ter uma convivência mais harmoniosa na sintaxe já bastante pessoal de Lula do que na de Dilma. Vale dizer: a dela é ainda mais pessoal do que a dele. Refiro-me, como vêem, à estrutura. Seus subordinados é que têm mostras eloqüentes do conteúdo. Dia desses, um ministro do primeiro escalão teve de ouvir um “Você é mesmo um costa!” E o que fez o costa? Comportou-se como tal. O que demonstra que ela pode ser deseducada às vezes, mas nem sempre injusta. Bem, de volta ao principal.
O caso demonstra que os petistas e a formação intelectual formam uma dupla estranha: quem não tem diploma se orgulha de não tê-lo e quem se orgulha de tê-lo não o tem.
4) E mais um posto do Blog do Reinaldo Azevedo:
DEPOIS DE POST, CASA CIVIL MUDA CURRÍCULO DE DILMA. MAS CADÊ A DISSERTAÇÃO?
Blogo do Reinaldo Azevedo
sexta-feira, 3 de julho de 2009 | 19:46
Ih, a Casa Civil lê o blog! Que medo!!!
Já mudaram o currículo da Sapientíssima depois que publiquei aqui as incongruências entre a ficha e a verdade.
Estava assim até havia pouco:
Dilma Vana Rousseff é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Ficou assim:
Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi aluna de mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp), onde concluiu os respectivos créditos.
[PRA: Foi quando eu pesquei o CV da ministra na página da Casa Civil]
Então não é mestre. Então não é doutora. “Concluir os créditos”, no caso, quer dizer que não entregou a dissertação de mestrado. Sem ela, nada feito! É tão mestre quanto eu sou. Com a diferença de que lanço umas 30 teses por dia aqui, rá, rá, rá.
Agora é preciso corrigir as informações do Sistema Lattes. Lá está a data de conclusão do mestrado, o nome da tese, tudo…
1978 - 1979 - Mestrado em Ciência Econômica.
Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.
Título: Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul, Ano de Obtenção: 1979.
Orientador: João Manoel Cardoso de Mello.
Vejam ali: “ano de obtenção”! Obtenção do quê? Do mestrado, ora. Mas cadê o mestrado? Pois é… Eu tenho uma tese (mais uma, que não chega a ser de doutorado, hehe): Dilma não conseguiu levar adiante o seu projeto porque, no título de sua dissertação, faltaram os dois pontos. Toda tese tem de ter dois pontos. Assim:
- A Plantação de Abobrinhas no Reino Encantado de Banânia: Uma Interpretação Crítica;
- Currículo Falso e Nova Elite no Brasil: Uma Abordagem S(i)miológica;
- A Mentira como Política: Fichas Falsas e Vigilância Epistemológica
Sem os dois pontos, uma tese ou uma dissertação se perdem no vazio. É preciso haver o subtítulo
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5) Matéria do jornal O Globo, sábado, 4.06.2009:
Dilma, ministra que foi mestra sem nunca ter sido
Da Redação
Apesar de a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, não ter concluído nem mestrado nem doutorado, o site oficial da Casa Civil informava que ela é “mestre em teoria econômica pela Universidade de Campinas (Unicamp) e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade?, segundo reportagem da revista "Piauí" deste mês. Com a revelação, a Casa Civil foi obrigada a mudar o texto ontem duas vezes.
Na Plataforma Lattes, base de dados de currículos e instituições, Dilma se identifica como mestra em ciência econômica, pela Unicamp, com título obtido em 1979, e informa que começou, em 1998, doutorado em ciências sociais aplicadas.
O diretor de registro acadêmico Antônio Faggiani disse, porém, que Dilma “nunca se matriculou em nenhum curso de mestrado na Unicamp?. A pedido da “Piauí?, foi verificado também o arquivo morto da universidade, e Faggiani confirmou: “O que existe, oficialmente, é a matrícula no curso de doutorado, em 1998, abandonado em 2004, quando acabou o prazo para a integralização dos créditos?.
A assessoria de imprensa da Casa Civil admitiu ontem que o site da Presidência da República informava erradamente que Dilma tem mestrado e é doutoranda.
A informação foi corrigida ao longo do dia. Primeiro, o texto foi trocado para “cursou mestrado e doutorado pela Unicamp?.
Mais tarde, nova mudança no site: “Foi aluna de mestrado e doutorado em ciências econômicas pela Unicamp, onde concluiu os respectivos créditos?.
Segundo a Casa Civil, Dilma foi aluna do curso de pós-graduação (nível mestrado) em ciências econômicas da Unicamp entre março de 1978 e julho de 1983. A ministra afirma que cumpriu os créditos exigidos pelo programa, mas diz que não defendeu a dissertação porque assumiu a Secretaria Municipal de Fazenda de Porto Alegre.
Universidade: matrícula abandonada no doutorado Em 1998, ela ingressou no doutorado na Unicamp. Mas, novamente, não defendeu a dissertação, porque foi novamente assumir cargo político.
Ela foi secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul, de 1999 a 2002, e em seguida assumiu o Ministério de Minas e Energia (2003).
Segundo a Diretoria Acadêmica da Unicamp, Dilma começou o doutorado em 1998, mas o curso ficou inconcluso. Ela não se matriculou para o primeiro período letivo de 2000, e teve a matrícula cancelada. A Unicamp, ontem, também não confirmou que a ministra tenha feito o mestrado na instituição.
“O documento apresentado para matrícula no doutorado foi o diploma de bacharelado em ciências econômicas, obtido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O mestrado não é prérequisito para o doutorado?, informou em nota.
Não é só no site da Casa Civil que o currículo de Dilma tem informações erradas. Também o site da Petrobras informava, até a noite de ontem, que Dilma, presidente do Conselho de Administração da estatal, é “mestre em teoria econômica (1979) e atualmente é doutoranda em economia monetária e financeira pela Universidade Estadual de Campinas?, embora a ministra não tenha o primeiro título nem esteja cursando o doutorado.
“É mestre em teoria econômica pela Universidade de Campinas e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade Texto do site oficial da Casa Civil antes da publicação da reportagem, segundo a “Piauí?
“É economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou mestrado e doutorado pela Universidade de Campinas Texto do site oficial da Casa Civil ontem, após a publicação da reportagem
“Foi aluna de mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas, onde concluiu os respectivos créditos Texto do site da Casa Civil, novamente.
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6) Nova matéria do jornal O Globo (7.07.2009)
Dilma foi alertada do risco de maquiar currículo
Itala Maduell
O Globo, 7.07.2009
RIO e BRASÍLIA. O site da Plataforma Lattes, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), adverte todos os cadastrados em seu banco de dados que fornecer informações falsas é crime passível de punição pelo Código Penal, como falsidade ideológica, com prisão de um a cinco anos. O currículo de Dilma no Lattes estava errado e só foi corrigido ontem por ela. A ministra se identificava até então como “mestre em teoria econômica pela Universidade de Campinas (Unicamp) e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade?, sem ter esses títulos.
O Lattes, conceituado banco de dados acadêmicos do país, é atualizado pelo próprio cadastrado, que se responsabiliza pelas informações e só pode fazer inclusão ou atualização se aceitar o termo de Adesão e Compromisso, que cita os artigos 297 e 299 do Código Penal. Cada usuário tem uma senha, e digita também o número do seu CPF.
Como conduta e obrigação o CNPq exige: “a) fornecer informações verdadeiras e exatas; b) aceitar que o usuário é o único responsável por toda e qualquer informação cadastrada em seu currículo, estando sujeito às consequências, administrativas e legais, decorrentes de declarações falsas ou inexatas que vierem a causar prejuízos ao CNPq, à Administração Pública em geral ou a terceiros?.
Na sexta-feira, após reportagem da “Piauí? mostrando que o site da Casa Civil dava informações erradas sobre o currículo de Dilma, a Presidência corrigiu sua página. No Lattes, a versão continuou no ar, com os títulos de mestrado e um doutorado iniciado em 1998 na instituição, sem ano de conclusão, o que a classificava como “doutoranda?.
Na verdade, os dois cursos foram abandonados.
O termo de adesão do Lattes cita o artigo 299 do Código Penal, sobre falsidade ideológica: “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade (...) Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa (...). Parágrafo único: Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendose do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumentase a pena de sexta parte?.
A Casa Civil confirmou que foram feitas alterações ontem no curriculum de Dilma no Lattes para “corrigir informações incorretas?, e alegou não saber quem incluiu informações erradas no site do CNPq.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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Mentir, mentir e mentir! Segundo Hitler, uma mentira contada varias vezes passa a ser tida comeo verdade. Provavelmente. Dilma, Vanda ou Estela, não sei!
ResponderExcluirSe Dilma comessa asim, imagina oque vai acontecer, se ela for eleita, analise bem essa candidata, não joge o seu voto no lixo
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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