terça-feira, 9 de março de 2010

345) A campanha continua...

Lula diz na Rocinha que bandidos também se escondem em 'prédios chiques de Copacabana'
Cássio Bruno
O Globo, 08/03/2010

RIO - Em discurso na favela da Rocinha, uma das maiores do Rio de Janeiro, e, palco de constantes confrontos entre policiais e traficantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que a presença de bandidos não é exclusividade das comunidades pobres do Brasil.

- Acabou o tempo em que as pessoas não olhavam para cá (Rocinha). É verdade que a Rocinha deve ter algum bandido. É verdade que no Pavão-Pavãozinho deve ter algum bandido e no Complexo do Alemão também, mas quem disse que não tem bandido naqueles prédios chiques em Copacabana? Quem disse que não tem bandido em outros lugares desse país? - questionou o presidente durante a inauguração de um complexo esportivo na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, uma das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para ele, é a população mais carente quem sofre com este tipo de preconceito:

" O que é mais grave é que os perseguidos são os pobres dos morros "
- O que é mais grave é que os perseguidos são os pobres dos morros e nós, tanto eu, como o Sérgio Cabral e o prefeito (Eduardo Paes), estamos convencidos de que as pessoas precisam é de oportunidade. É levar a elas cultura, educação, possibilidade de lazer e de trabalho, que nós estaremos construindo homens e mulheres de bem nesse país e não bandidos e traficantes.

Lula voltou a afirmar que as comunidades pobres do Brasil foram abandonados por governos anteriores e, que seu objetivo é dar dignidade e oportunidades aos menos favorecidos.

" Todo mundo sabe que eu tenho casco duro, que se dependesse de bordoada não estaria onde estou porque uma parte da granfinagem desse país não aceita que um metalúrgico seja um presidente "
Apesar de estar chegando ao fim do seu governo, Lula, afirmou que ainda se sente vítima de preconceito de parte da elite nacional que até hoje não se conforma em ter sido governada por um metalúrgico sem diploma.

- Todo mundo sabe que eu tenho casco duro, que se dependesse de bordoada não estaria onde estou porque uma parte da granfinagem desse país não aceita que um metalúrgico seja um presidente da República e, que um metalúrgico tem feito mais que eles - disse.

O presidente estava acompanhado da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, e de outros cinco ministros: Franklin Martins (Comunicações), José Gomes Temporão (Saúde), Orlando Silva (Esportes), Márcio Fortes (Cidades) e Carlos Lupi (Trabalho).

Lula inaugurou as primeiras obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade. Com investimento de R$ 231,2 milhões, foram entregues, além do centro esportivo, um Complexo de Atendimento à Saúde (CAS), que irá abrigar uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA 24h), um Centro de Saúde da Família e um Centro de Atenção Psicossocial.

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