sexta-feira, 8 de outubro de 2010

...Mas poderia ser melhor: PSDB quer debater questoes reais...

O fim de um tabu
Editorial - O Estado de S.Paulo
08 de outubro de 2010

A partir de hoje, quando recomeça a propaganda eleitoral na televisão e no rádio, se saberá de que forma e com que intensidade a campanha do tucano José Serra assumirá o legado do governo Fernando Henrique, aceitando enfim, à sua maneira, o desafio da candidata Dilma Rousseff e do seu mentor, o presidente Lula, de confrontar o atual período com o que o antecedeu.

Foi o que os seus principais aliados - a começar do ex-governador mineiro e senador eleito Aécio Neves - defenderam enfaticamente no encontro que marcou a largada para o segundo turno, anteontem em Brasília, com a presença dos governadores e parlamentares eleitos pela coligação oposicionista. Na primeira fase da disputa, pôde-se contar nos dedos de uma mão quantas vezes Serra mencionou o ex-presidente. O seu nome e o termo privatizações eram considerados venenosos. O candidato acusava a rival de ter "duas caras". Ele próprio, porém, tinha uma cara ao sol e outra à sombra.

O mantra de Serra era discutir quem tinha de fato visão, experiência e capacidade para "fazer mais" no pós-Lula. Não funcionou. Se dependesse exclusivamente disso, Dilma seria a esta altura a presidente eleita do Brasil, graças ao seu patrono. Os resultados do 3 de outubro representaram para o tucano, mais do que uma derrota eleitoral, uma derrota política. Ou seja, como diria Marina Silva, "perdeu perdendo". É verdade que também Dilma saiu derrotada politicamente, por ter embarcado na canoa da invencibilidade que o seu chefe conduzia.

Salvo na 25.ª hora por mudanças para as quais não contribuiu - a migração de votos dilmistas para Marina Silva e a preferência pela candidata verde de muitos dos até então indecisos -, Serra acabou premiado com a chance de, na pior das hipóteses, perder ganhando no tira-teima do dia 31. Até hoje, nenhum candidato a presidente e raros candidatos a governador conseguiram virar o jogo no segundo turno. Ainda que o retrospecto se confirme, a oposição pelo menos sairá da peleja com a coluna vertebral no lugar se fizer com que a coerência prevaleça sobre a conveniência.

Se não exatamente com essas palavras, foi seguramente com esse espírito de catar o touro à unha que os serristas partiram para a nova empreitada. "Seja mais Serra do que marketing", exortou, sob intensos aplausos, o ex-presidente e senador eleito, Itamar Franco. Trata-se de adaptar a estratégia de comunicação ao foco político da campanha - e não o contrário. E esse foco só se firmará se o candidato se dispuser a ir além da rememoração das realizações de sua trajetória para encaixá-las na moldura da ideologia que as inspirou - e que chegou ao poder com Fernando Henrique. "Não precisa esconder ninguém", aconselhou Itamar.

"Devemos defender isso com altivez e iniciar o segundo turno falando dele", apontou por sua vez Aécio Neves, credenciado por seu sucesso nas eleições mineiras a ocupar um lugar central na campanha pelo Planalto. O ex-governador mostrou, ele próprio, o que isso significa - e o que Serra não disse no horário eleitoral. "Não teria havido o governo Lula se não tivesse havido o governo Itamar, com a coragem política de lançar o real, e se não tivesse havido o governo FHC, que consolidou e abriu a economia", começou, antes de encarar a questão até aqui tabu.

"Se querem condenar as privatizações, estão dizendo a cada cidadão brasileiro que pegue o celular no seu bolso, na sua bolsa e jogue na lata de lixo mais próxima", provocou. "Foi a privatização do setor que permitiu a universalização de acesso da população, por exemplo, à telefonia celular." Abertas as comportas, Serra lembrou que "o governo Lula continuou a privatizar", citando os casos do Banco do Estado do Maranhão e do Banco do Estado do Ceará, no primeiro mandato. "Se privatizou, não era tão contra."

Ao devolver a bola para o campo do adversário, o PSDB finalmente virou a página da equivocada conduta no segundo turno de 2006, quando o então candidato Geraldo Alckmin ficou na defensiva diante da propaganda lulista que o acusava de desejar a privatização da Petrobrás e do Banco do Brasil. Nesse sentido, o segundo turno de agora é, sim, uma nova eleição.

4 comentários:

  1. Valdeir de Souza Soares
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    08/10/2010 às 19:35
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    Eu voto na Dilma para o Brasil continuar avançando e no futuro bem próximo sermos um país desenvolvido e com uma sociedade mais justa e igualitaria, agora José Serra é o contrário o PSDB tem seu passsado negro
    feriu nossa Constituição com aquela quantidade de Medidas Provisoria e privatizou a Vale do Rio Doce

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  2. Valdeir de Souza Soares
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    08/10/2010 às 19:35
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    Eu voto na Dilma para o Brasil continuar avançando e no futuro bem próximo seremos um país desenvolvido e com uma sociedade mais justa e igualitaria, agora José Serra é o contrário o PSDB tem seu passsado negro
    feriu nossa Constituição com aquela quantidade de Medidas Provisoria e privatizou a Va

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  3. Valdeir de Souza Soares
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    08/10/2010 às 19:35
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    Eu voto na Dilma para o Brasil continuar avançando e no futuro bem próximo sermos um país desenvolvido e com uma sociedade mais justa e igualitaria, agora José Serra é o contrário o PSDB tem seu passsado negro
    feriu nossa Constituição com aquela quantidade de Medidas Provisoria e privatizou a Vale do Rio Doce

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  4. metade das coisas que lula diz ter feito..foram iniciadas pelo goverdo PSDB...e o Brasil ira crescer com ou sem Dilma... mas com ela oq vejo no horizonte e uma diatdura! Uma candidata que muda de opiniao e de principios como o vento muda de direção não e ocnfiavel...assim como LULA , que dizia qrer ser presidete para lutar contra a corrupçao e toda essa sujeira politica ...mal chegou e fez o pe de meia de toda a familia, nunca houve tantos escandalos e desmandos como no governo LULA, fora todas as coisas prometidas e nao feitas ou feitas pela metade!

    Meu voto não será a favor de Serra, mas contra Dilma e tudo q ela representa!

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