segunda-feira, 5 de abril de 2010

370) Pesquisas eleitorais fajutas: atencao com a credibilidade

Vox Populi divulga pesquisa muito estranha
da newsletter do jornalista gaúcho Políbio Braga
Porto Alegre, 5.04.2010

Examine o que o Band divulgou sábado à noite:

Primeiro Turno:
- Serra, 34%
- Dilma: 31%
- Ciro: 10%
- Marina: 5%

Primeiro Turno(sem Ciro):
- Serra: 38%
- Dilma: 33%
- Marina: 7%

CLIQUE AQUI para examinar todas as restrições a esta última pesquisa da Vox Populi.

Transcrevendo:

Um pequeno e didático vídeo sobre pesquisas eleitorais. Abaixo, links para todos os posts da denúncia Vox Populi.
Blog Coturno Noturno
Segunda-feira, Abril 05, 2010

A Vox Populi realizou duas pesquisas para presidência da República. Uma em janeiro, outra em março. As duas pesquisas deveriam ter sido probabilísticas pois, obviamente, em uma pesquisa eleitoral, 100 milhões de eleitores deveriam ter a mesmíssima chance de serem ouvidos. Para isso, são utilizadas técnicas estatísticas baseadas na teoria das probabilidades. Não foi o que ocorreu. Conforme documentos depositados no TSE, o instituto repetiu a amostra de janeiro em março, com ínfimas mudanças. Assim, na pesquisa divulgada no último sábado, somente os eleitores localizados em determinadas cidades, que passassem ou morassem em determinados locais, ruas ou becos, poderiam ser entrevistadas. As mesmas pessoas e os mesmos locais já pesquisados em janeiro! Portanto, a amostra de março deixou de ser probabilística e aleatória conforme exige a metodologia científica, para ser apenas uma repetição de uma amostra já utilizada em pesquisa anterior. O universo deixou de ser 100 milhões de eleitores para ser apenas aqueles pré-definidos para outra pesquisa. Veja os danos que poderiam advir de fato tão grave. Se, por exemplo, o PT soubesse que a amostra seria repetida, poderia postar militantes naqueles locais, para responder o questionário. O PT poderia enviar militantes para, alguns dias antes, fazerem propaganda da candidata Dilma Rousseff naqueles locais. O PT poderia,finalmente, fazer um evento e oferecer um determinado valor para respostas favoráveis à sua candidata. O PT ou qualquer outro partido. No vídeo acima, em rápidas pinceladas, um profissional de pesquisa explica como deve ser montado um levantamento sério que expresse o universo pesquisado. Em nosso caso, um universo de 100 milhões de eleitores. Não foi o que ocorreu na pesquisa de março da Vox Populi. A lei das probabilidades é muita clara desde o século XIV. Já a lei brasileira, ninguém sabe se ainda tem algum valor frente a tamanho descalabro.

(ORIGINALMENTE POSTADO 01:18. PARA ENTENDER, LEIA OS POSTS 1, 2, 3 e 4, PUBLICADOS ONTEM)
Postado por O EDITOR às 08:08:00

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Comentário de Reinaldo Azevedo a respeito do mesmo assunto:

VOX POPULI E A NÃO-NOTÍCIA
Reinaldo Azevedo
5 de abril de 2010

Leitores me perguntam por que não comentei a pesquisa Vox Populi. Porque não confio nos seus números, goste eu do resultado ou não. Há dias critiquei aqui um seu diretor por falar demais. No sábado, o instituto — por alguma razão, é a grande referência dos petistas em matéria de pesquisa — divulgou números muito diferentes daqueles apurados pelo Datafolha. Até aí, vá lá. Ocorre que já foi demonstrada a inépcia, na hipótese benevolente, de seu questionário; há dúvidas sobre a universo pesquisado; as restrições vão se avolumando. Não serve como referência. Posso discordar dessa ou daquela leituras do Datafolha ou do Ibope, por exemplo, mas seus instrumentos de aferição da vontade do eleitor me parecem mais precisos. Sem contar que é absolutamente incompreensível que não se divulguem, a esta altura, números sobre o segundo turno. É muito jabuti em cima de árvore. Não acho que seja notícia. Ou, se quiserem, a notícia é o estranho questionário do instituto. Mas aí já estamos no terreno da perda de tempo.

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