sexta-feira, 30 de abril de 2010

432) Lula acima da lei, ou o campeao das ilegalidades

Hoje, em horário nobre, pretensamente para saudar os brasileiros por ocasião do Dia do Trabalho, o presidente Lula fez campanha em favor de sua candidata
ELEIÇÕES 2010 BRASIL
Daniel de Mendonça
Da equipe do blog

Hoje, em pleno horário nobre, pretensamente para saudar os brasileiros por ocasião do Dia do Trabalho (que será celebrado somente no sábado!), o presidente da República, mais uma vez sem se preocupar com o Estado Democrático de Direito, fez campanha em favor de sua candidata. Lula, gozando de altos índices de popularidade, rompe mais uma vez a lei que ele, como presidente, jurou defender. Só faltou pedir diretamente aos brasileiros o voto para Dilma Rousseff. Não o fez, talvez, pois não seria uma boa estratégia política.

Isso demonstra, em minha opinião, duas coisas... A primeira, a qual já venho dizendo nesta coluna, que ele não está nem aí para as leis brasileiras. Lula está acima da lei, porque ele é Lula. Lula não é um brasileiro comum, Lula é Lula! Lula é, numa palavra, um Leviatã! Ou um Levialula.

A segunda, o claro receio que o presidente tem de não conseguir eleger a sua candidata criada, inventada, retirada do verbo, do vento ou das sombras. Do contrário: por que Lula faria campanha, usando-se de espaço oficial da Presidência da República?

No pronunciamento, Lula, várias vezes, referiu-se aos brasileiros como “Companheiros e Companheiras”, como se fôssemos membros de seu partido, para depois dizer que ele tinha certeza que o “modelo” por ele “criado” iria continuar. Modelo criado por ele? Que modelo? Lula criou o Plano Real e a estabilidade econômica?

Ou quem sabe, como Pedro Álvares Cabral, em 1500, Lula tenha, em 2003, reinventado o Brasil? Ou ainda mais, como um “Deus” que “no princípio criou os céus e a terra”, Lula, “acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito”.

O que dizer quando estamos diante não da política, mas de atos de fé? O que dizer quando chegamos a um ponto em que burlar a lei eleitoral do país com eufemismos não significa nada diante de uma popularidade alcançada? O que dizer quando os princípios da República, o governo das leis e das virtudes, são meras palavras soltas no ar, pois que foram substituídos por um irracional carisma em que tudo permitido?

Lula, enfim, não tem limites. A única coisa que tem limite é o seu mandato. Lula ainda não aprendeu a vencer o tempo. Pelo menos ainda. Pelo menos isso.

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