Na verdade, não é um balanço da campanha, apenas referências aos possíveis candidatos, segundo este post do Reinaldo Azevedo. Transcrevi porque é impossível não dar risadas com suas colocações certeiras sobre cada uma das personagens...
Lula, Dilma, Marina e uma campanha mais fria
Reinaldo Azevedo 10/09/09 16:57
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que caberá à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), escolher o seu candidato a vice na disputa pela Presidência da República em 2010. Em entrevista à rádio Verdes Mares, de Fortaleza, Lula afirmou que ele não deve entrar nessa discussão.
“Se a Dilma for consagrada como candidata, ela é que vai ter que escolher o vice junto à sua base aliada. Se eu já escolhi uma candidata e vou escolher o vice? O que é que vão ficar dizendo?”, afirmou o presidente.
Principal aliado do governo Lula, o PMDB é partido cotado para indicar o vice de Dilma. O partido, que fez o maior número de prefeitos nas eleições de 2008, também é assediado pelo PSDB.
Lula disse que o país está vivendo uma “fase importante” de escolher de candidatos a presidente, mas ressaltou que somente em março ou abril de 2010 é que os nomes vão estar definidos.
O presidente lembrou que o PT já apresentou a Dilma, que o PSB “certamente” apresentar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que está “ouvindo dizer” que a senadora Marina Silva (PV-AC) vai sair pelo PV, que “não sabe” se a Heloísa Helena (PSOL) vai ser candidata e que o PSDB “está discutindo” entre os governadores José Serra (São Paulo) ou Aécio Neves (Minas Gerais). “As coisas estão caminhando”, afirmou.
Segundo a última pesquisa da CNT/Sensus divulgada na terça-feira (8), Serra venceria Dilma com 39,5% dos votos, enquanto a petista receberia 19%. Em terceiro lugar aparece Heloísa Helena, com 9,7% dos votos, seguida por Marina Silva, com 4,8%.
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.
Comento
Lula demonstra um interesse não mais do que burocrático pelo assunto, ou é impressão minha? Isso reflete o momento por que passa a candidatura oficial: estagnação, marasmo. Vai ficar assim? Acho que não. Lula vai tentar esquentar essa disputa. Mas é difícil.
Dilma não tem, assim, aquela personalidade que incendeia multidões, que desperta paixões enlouquecidas. A rigor, aquele que é, até agora, o favorito na corrida, também não. Embora Serra deva ser, depois de Lula, a figura política mais popular e mais aceita pelos eleitores, não tem um perfil palanqueiro, que fala o que dá na telha, que começa a pensar logo depois de fazer um discurso…
Quem poderia fazer o apelo eleitoral de caráter mais, como diria?, emocional? Heloísa Helena (PSOL), que seduz bem pouca gente, não estará no palanque. Vai optar por uma vaga certa ao Senado por Alagoas. Ciro Gomes (PSB) é um canhão no convés. É bom de ofensa, mas não comove. Tem a ambição de ser um teórico da economia política e é capaz de dizer coisas incompreensíveis com uma fluência única. Marina Silva é a que tem nas mãos um botão quente: o meio ambiente. O tema tem apelo para a classe média, para os descolados, para os abduzidos pelo mico-leão dourado e pelo minhocuçu.
A verdade é que a ausência de Lula na disputa — a primeira vez desde 1989 — tende a empurrar o debate para um terreno de maior racionalidade. A nota utópica ficará, provavelmente, com Marina. Quase ninguém sabe que, se todas as leis ambientais que há no Brasil forem seguidas para valer, a população meio obesa vai ficar com a cara da senadora verde. Se ela é magra daquele jeito por opção, o país ficaria magríssimo de fome mesmo (nunca digam “magérrimo”, esta aberração aceita por muitos: ou é “magríssimo” ou é “macérrimo”). Sobraria 29% do território brasileiro para as cidades, as obras de infra-estrutura, a agricultura e as pastagens.
Nem daria para substituir grãos por capim. O capim ficaria com as vacas e com os burros. Viveríamos de luz!!!
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