quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

298) Maquiando a realidade - um livro encomendado

Brasil, entre o passado e o futuro
Boitempo e Editora da Fundação Perseu Abramo, 2009

"O Brasil, entre o passado e o futuro" ( press release das co-editoras)
Em uma co-edição da Boitempo e da Editora da Fundação Perseu Abramo, o livro "Brasil, entre o passado e o futuro" busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais - integrantes do governo ou não - que nunca deixaram de pensar e sistematizar ideias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.

"Brasil, entre o passado e o futuro" reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. Os textos se debruçam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.

Em uma co-edição da Boitempo e da Editora da Fundação Perseu Abramo, o livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais - integrantes do governo ou não - que nunca deixaram de pensar e sistematizar ideias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.

O livro apresenta um conjunto de dados, análises e propostas de ensaístas comprometidos com um projeto de país que será o centro do debate nas disputas eleitorais de 2010. Busca, assim, trazer uma contribuição interpretativa sobre o momento atual, vislumbrando transformar o futuro.

Ensaios e autores

Brasil, de Getúlio a Lula
Emir Sader

O Brasil herdado
Jorge Mattoso

A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda
Nelson Barbosa e José Antonio Pereira de Souza

A sociedade pela qual se luta
Guilherme Dias e Marcio Pochmann

Participação e mudança social no governo Lula
Luiz Soares Dulci

O lugar do Brasil no mundo
A política externa em um momento de transição
Marco Aurélio Garcia

Um país para 190 milhões de brasileiros
Entrevista com Dilma Rousseff

Texto de apresentação do livro organizado por Emir Sader e Marco Aurélio Garcia:

Tem sido dito - com certa razão - que a grande transformação econômica, social e política pela qual o Brasil vem passando nos últimos sete anos não foi, até agora, objeto de uma refl exão mais aguda, como ocorreu em outros períodos de nossa história republicana.

Os textos que compõem este livro pretendem sanar em parte esse vazio, na perspectiva dos que valorizam positivamente as mudanças em curso no país. Eles buscam contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo -de seu passado, de seu presente e do seu futuro. São um conjunto de análises que abordam diferentes temas vinculados à herança recebida pelo governo Lula, às transformações realizadas por este e às propostas para sua consolidação, aprofundamento e desdobramentos futuros.

Trata-se de contribuições individuais, advindas de óticas distintas. Elas convergem, no entanto, no projeto de "um país para todos", expresso pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em sua entrevista, quando fala da necessidade de seguir construíndo "um Brasil para 190 milhões".

Parte-se das origens do Brasil contemporâneo, passando pela herança econômica recebida por Lula, pela evolução de sua política econômica, pelas novas relações com os movimentos sociais, pelo lugar do Brasil no mundo e chega-se a um novo desenho das relações sociais, em função das extensas transformações que o país atravessa.

Os textos apontam para a necessidade de teorizar não em abstrato, mas a partir da prática desse governo. É a clareza sobre os obstáculos enfrentados, sobre os avanços realizados e o potencial aberto para o futuro que permitirá ao país seguir trilhando o caminho da emancipação econômica e social até aqui percorrido.

Pretendemos contribuir para a mais ampla discussão que as forças do campo popular e a cidadania em geral necessitam desenvolver. Assim o Brasil poderá assumir, com consciência e mobilização, os desafios que o projetem como uma sociedade justa, solidária, soberana e humanista.

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Subintelectualidades
Clóvis Rossi
Folha de S.Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

SÃO PAULO - Comentários que a candidata Dilma Rousseff compartilhou com Marco Aurélio Garcia, coordenador de seu programa de governo, bem que poderiam servir de epígrafe para o congresso com que o PT comemora 30 anos.

Primeiro comentário: o suposto ou real "retraimento do pensamento crítico". Se há alguma instituição no Brasil que abandonou o pensamento crítico esta é, sem lugar a dúvidas, o PT desde que chegou ao governo.

Antes, criticava tudo e todos, até o que estava correto (vide Plano Real). Agora, o PT é apenas a Tribo dos Adoradores de Lula, em que qualquer mínima dose de crítica, mesmo as mais de acordo com os fatos, são sufocadas.

Segundo comentário: a suposta ou real ascensão de uma "subintelectualidade de direita".

Subintelectualidades, de direita ou de esquerda, existiram sempre, no mundo todo. No Brasil, até desconfio que os subintelectuais sejam mais numerosos e estridentes do que os verdadeiramente intelectuais.

Mas, se há de fato uma subintelectualidade em ascensão, ela é hoje a da esquerda, incapaz de sair com uma ideia, uma só que seja, dos escombros do Muro de Berlim. Que já caiu faz 20 anos, é sempre bom lembrar. Ou, posto de outra forma, o PT teve dois terços do seu tempo de vida, desde a queda do Muro, para produzir alguma ideia. Produziu?

Não, segundo um de seus supostos ou reais ideólogos, Tarso Genro, para quem o partido caiu no "vazio" com a crise do mensalão.

Tão vazio que seu até agora presidente, Ricardo Berzoini, e seu sucessor, José Eduardo Dutra, tiveram a bárbara coragem de, em artigo para esta Folha, "celebrar" um "partido democrático, popular e socialista". Democrático e popular ainda dá para passar, com qualificações que o espaço impede de explicitar. Mas socialista só pode ser exercício de "subintelectualidade".

Um comentário:

  1. Assim como o hábito da observação,é incontestável a obrigação da pesquisa no processo de opinião individual.
    É importante diminuir ao longo de nosso amadurecimento a superficialidade de nossas impressões, e principalmente emoções.
    É importante o hábito da introspecção, dedicação, e esforço pessoal em direção ao bom senso livre de uma identidade egoísta.
    Brasil, entre o passado e o futuro parece apresentar um conteúdo importantíssimo na orientação, e busca do aperfeiçoamento intelectual político do Brasil na fase do Presidente da República Lula.

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