quinta-feira, 22 de abril de 2010

415) A candidata como artista de TV: fiasco completo

Comentários sobre a última performance da candidata oficial (performance é exagero):

Ex-blog de Cesar Maia:
DILMA NA BAND: UM FIASCO INACREDITÁVEL!

1. Assim como Serra, Datena convidou Dilma para uma entrevista. A performance de Dilma foi amadora, de iniciante. A começar pelo modelito vermelho meio acetinado que lhe deram, realçando seu perfil. A sua posição em pé, quase em diagonal, acentuava. Lembrava Dircinha Batista em "Entrei de Gaiato".

2. Dilma repetiu várias vezes o dedo em riste, que tanto lhe criticam. E ainda batia ou dedava o braço esquerdo de Datena que deve ter saído com um pequeno hematoma. Dilma não consegue completar o pensamento. Gagueja no meio das frases. Passa às pessoas insegurança ao não saber que resposta dar. E às vezes exagera na diagonal ao entrevistador, dando as costas ao expectador.

3. Usa "melulancolicamente" a expressão "a gente". Pela contagem do Twitter deste Ex-Blog isso ocorreu umas 63 vezes. Seu sorriso é meio sem graça. O entrevistador se impõe e ainda mostra que está tentando ajudar. Na resposta ao programa habitacional, Dilma meteu os pés pelas mãos, estendeu-se e não sabia como concluir. Datena deu-lhe a mão.

4. Datena pediu que cantasse uma música. Escolheu o tango argentino "El Dia que me quieras" e cantarolou. Nenhuma lembrança de uma música brasileira. Chocante. Que pelo menos fosse Cambalache, para compor a coreografia de suas respostas. No final, Datena lhe deu um minuto para dar uma notícia para os jornais do dia seguinte. Dilma não sabia o que ia dizer e balbuciou: - Esta entrevista a você.

5. Numa situação dessas e, Lula já tendo usado as "3 substituições", o que resta é ir com ela em frente. Talvez devessem fazer uma imersão com ela num destes cursos de telegenia e só deixá-la voltar às ruas quando aprovada. O risco é isso ocorrer depois das eleições

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Reinaldo Azevedo:
“A gente tem ainda um minuto e 40 segundos. O que a gente faz agora? Quer cantar?”
É…

Estava eu aqui, como a Inês de Castro, de Camões, “posto em sossego!, quando uma amiga avisa pelo MSN: “Dilma está no Datena”. Essa profissão não é bolinho, não! Lá vou eu. Já tinha perdido a primeira parte em que ela se disse devota de Nossa Senhora de Fátima. Como sintetizar a entrevista? Acho que esta fala de Datena diz tudo: “Temos ainda um minuto e quarenta segundos. O que a gente faz? Quer cantar?” Como a petista não tinha mais nada a dizer — e, de fato, tinha passado o tempo todo tentando dizer alguma coisa —, ensaiou: “El día que me quieras”… E soltou mais uns dois versos em “embromacíon“, a versão em espanhol do “embromation“.

Não foi o único momento constrangedor, não, daqueles que causam vergonha alheia. Faltando uns três minutos para o fim do programa, o apresentador mandou ver: “A senhora até agora não me deu a manchete. Diga alguma coisa pra ser manchete”. E ela, com aquela sua descontração natural: “Achei a entrevista com você o máximo!”.

Mas nem uma coisa nem outra foram o auge do constrangimento. Alguma coisa combinada nos bastidores não deu certo, e Dilma sofreu um apagão mental no meio da entrevista — espero que a Band mantenha a entrevista em seu site. Datena: “A senhora me falou que ia dizer uma coisa aqui pela primeira vez”. Dilma arregalou os olhos, passou a olhar desesperadamente o vazio em busca de algum auxílio, engrolou palavras sem muito nexo até que achou a idéia luminosa: “Eu quero dizer que eu amo o meu país e que já é muita coisa ter chegado até aqui”. E o apresentador um tanto surpreso com o comportamento basbaque dela: “Mas isso não quer dizer que já esteja bom”. E Dilma: “Não! Lembro sempre a mãe do presidente, que falava: ‘Teime, Lula, teime!’” Lula, Lula, Lula…

Temer
O entrevistador quis saber se Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara, é um bom candidato a vice. Com “zero” de entusiasmo, ela disse que era um bom nome. Mas se negou a tratá-lo como o candidato do partido ao cargo. Ocorre que ele É O CANDIDATO do PMDB!

Foi difícil levar a coisa até o fim, como se nota. A fala de Dilma ia se fragmentando e se perdendo em anacolutos, com parênteses dentro de parênteses, onde ela intercalava frases, metendo apostos em apostos… O raciocínio não era um novelo que se desenrolava, mas uma grande embromação. Depois de algum tempo, ninguém entendia nada. E quem conferia alguma inteireza àquele caos de idéias quase claras? Acreditem: Datena!

Dilma tentou explicar o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Não conseguiu. O apresentador ajudou: “É para dar moradia digna”. Isso! É para dar moradia digna!!!

Datena indagou o que ela pensava dos ataques (quais?) que FHC lhe teria desferido. Num sinal, talvez, de que a luta do suposto “bem” contra o suposto “mal” esgotou as suas virtudes eleitoreiras, Dilma fugiu da briga e disse apenas que a crítica é natural porque FHC é de um partido de oposição… Foi o seu melhor momento.

Faltam ainda seis meses. Vamos ver o que eles vão fazer agora.

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Reinaldo Azevedo:
A DECLARAÇÃO-BOMBA DE DILMA!!!
No texto que escrevi ontem sobre a entrevista de Dilma a Datena, informei que o apresentador lhe pediu uma revelação inédita, algo que ela não houvesse dito ainda a ninguém e que gostaria de dizer ali. Vai do comecinho do vídeo até 1min40s:

Transcrevo para a história:
DILMA - Olhe, eu queria dizer uma coisa assim… Eu acho que pra mim, tá?, esses anos que passei lá em Brasília, no governo federal, foi (sic) um momento especial na minha vida, Porque eu sou de uma geração que sempre quis transformar o Brasil, sempre queria um, um… país mais justo. E, aí, o que é que acontece? Acontece que a gente… Muita gente ficou pra trás. E, muitas vezes, né?, cê ficava pensando: “Mas será que, nessa etapa da minha vida, já pro…, já pra segunda metade, né?, eu vou ter essa oportunidade?” E eu quero te dizer o seguinte: eu me sinto muito feliz de ter chegado até aqui. Já sou muito grata por ter chegado até aqui. E, é…, uma coisa que fica muito dentro de mim, né?… Se ocê me perguntasse: “MAS O QUE É QUE OCÊ QUER DIZER MESMO COM ISSO? Eu quero dizer o seguinte: “Eu amo o meu país”. E, já ter chegado aqui, para mim, foi uma grande conquista.

DATENA - Isso não quer dizer que já é o suficiente, né?
DILMA - Não! Porque a gente, qualquer um de nós, quem tá me escutando sabe disso, homens e mulheres, uma das melhores coisas da gente é que a gente não desiste nunca, né? Nós não desistimos. Como dizia a mãe do presidente pra ele: “Teime, Teime Lula”. É isso que eu digo pra mim mesma: “Dilma, teime”.

Comento
O que é isso? Efeito da marquetagem. É a equipe de campanha dizendo à candidata que ela tem de se mostrar mais humana, fazer um discurso menos tecnocrático, ser menos rígida, mostrar-se uma pessoa amorável, cordata, doce, próxima… Tudo aquilo que ela não é.

Por isso acabou estrelando esse momento patético, em que fica tentando arrancar palavras do vazio para provar a sua ternura, forçando um certo suspense emocionado que termina na frase estupenda: “EU AMO O MEU PAÍS”. Mais: sua resposta dá a entender que já chegou longe demais…

O alinhamento de Datena com Lula, o PT e Dilma é conhecido. Atuou, durante a entrevista, como um advogado entusiasmado do governismo e tradutor do que ela dizia. Mas o esforço, parece, não foi bem-sucedido. Queria algo que, afinal, fosse notícia nos sites e nos jornais. Aos cinco minutos (desse trecho), cobra:
DATENA - Me dá uma notícia que vai sair no jornal amanhã. A senhora não me deu nenhuma até agora.

E Dilma respondeu com aquela descontração natural:
“A minha manchete é a seguinte: eu achei a entrevista com você o máximo!”

Dizer o quê. O petistíssimo apresentador, certamente sem querer, encerrou o programa com uma pergunta-emblema, aos 5min29s:
DATENA - Olha, é… Temos um minuto e quarenta, o que a gente poderia fazer? Dançar, eu não sei dançar; cantar um tango, eu não sei cantar. Eu acho que nós (sic) já esgotamos tudo que tinha de falar…

DILMA - Eu sabia cantar, mas a minha voz tá ruim também…
DATENA - Experimenta um pouquinho…
DILMA - Não, não… El día que me quieras

Pode não saber cantar. Mas, se não mudar a toada, tem tudo para dançar. Nem sempre haverá alguém ao lado com o talento de Datena…

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Reinaldo Azevedo:
UMA CANDIDATA CHAMADA “VANDA”. OU: DILMA ACABA COM O MONOTEÍSMO NA IGREJA CATÓLICA!

Escrevi aqui outro dia que, Dilma Rousseff, quando pertencia a grupos clandestinos, devia se encarregar de assuntos lítero-musicais, já que assegura não ter participado de nenhuma das ações armadas das três organizações terroristas que integrou: Colina, VAR-Palmares e VPR. Também deve ter lido a Bíblia com afinco naqueles tempos, daí a insistência em acusar a oposição de “lobos em pede de cordeiro”. Na, vá lá, “entrevista” concedida ontem ao tal Datena, da Band, a pré-candidata petista mostrou o que sobrou de tanta reflexão religiosa… Já chego lá.

“Calma, Vanda!”
Antes, quero lembrar aqui um bate-papo descontraído que Carlos Minc andou mantendo com os descolados do Rio. Segundo o ex-ministro do Meio Ambiente, quando Dilma, à frente da Casa Civil, ficava muito brava e dava murros na mesa, ele conseguia apaziguá-la dizendo estas palavras mágicas: “Calma, Vanda, calma!!!” Huuummm… “Vanda” é um dos nomes que Dilma teve na clandestinidade. O ex-ministro, diga-se, chegado a um verde, que hoje abraçaria troncos de árvore com emoção, já foi menos doce com pessoas. Será ele um lobo em pele de Minc (não resisti)?

No dia 31 de março de 1969, a Vanguarda Popular Revolucionária assaltou o banco Andrade Arnaud no Rio. Os terroristas mataram um inocente, o comerciante Manoel da Silva Dutra. Minc fez parte da operação. Dilma jura que não. Então fazia o quê? Estudava religião!!! É a conclusão a que cheguei vendo o trecho abaixo da entrevista a Datena. O trecho que interessa vai de 1min20s a 2min8s. Advirto: trata-se de uma cena forte. Reproduzo trecho da fala por escrito depois:

DATENA - Não sendo nem um pouco criativo, quando fizeram aquela pergunta pro Fernando Henrique, ele demorou três horas e meia para responder… A senhora acredita em Deus?

DILMA - Olha, eu acredito numa força superior que a gente pode chamar de Deus. Eu acredito e… E acredito, mais do que nessa força, se ocê (???) me permitir, acredito na força dessa deusa mulher que é Nossa Senhora.

DATENA - Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de uma forma geral (!!!)…

DILMA - Todas essas múltiplas Nossas Senhoras (!!!) que existem por esse Brasil afora: Nossa Senhora das Dores, das Graças, Aparecida…

DATENA - Porque no fundo, no fundo, elas representam é…

DILMA - Nossa Senhora da Boa-Morte…

DATENA - No fundo, no fundo, Nossa Senhora representa a força que a mulher brasileira tem, né?

DILMA - Representa isso, eu acho, e representa uma coisa que todo mundo precisa: misericórdia. Ela representa muito isso. Proteção! Todo mundo precisa.

Comento
Começarei pelo aspecto mais, bem…, bizarro da resposta. Pode ser chato, mas nem a VPR teria mudado isto caso tivesse conseguido implantar a ditadura comunista e atéia no Brasil: as religiões monoteístas têm apenas um Deus. Assim, Nossa Senhora não é uma “deusa mulher” porque inexistem deuses e deusas no catolicismo — na verdade, no cristianismo. Só existe “Deus”, que se expressa nas três Pessoas da Trindade. O catolicismo reconhece a existência de santos — e Maria, a “Nossa Senhora”, está entre eles, recebendo denominações distintas de acordo com os locais de aparição ou com o tipo de culto que se faça à santa. Com alguma graça, poder-se-ia dizer que o Deus cristão é, sim, Três em Um, mas Nossa Senhora é Uma em Uma em suas várias manifestações.

O diálogo, como se estabelece num nível elevado, inclusive o teológico, permite que Datena indague em qual Nossa Senhora em particular ela acredita, incluindo uma nova: a “Nossa Senhora de Uma Forma Geral”. E a sapientíssima fala das “múltiplas Nossas Senhoras Brasil afora (sic). E quais são elas? A das Graças (França); a da Boa Morte (Portugal) e a Das Dores, que já era cultuada na Alemanha no século 13… Datena, que só perdeu em cultura religiosa para a entrevistada, arrematou: “No fundo, Nossa Senhora é a força da mulher brasileira”. Ô!!! Maria nasceu em Garanhuns!

Vamos agora ao comentário do petistíssimo apresentador sobre FHC. A pergunta a que ele se refere tem autor: Boris Casoy, seu colega de emissora, que ele não listou entre os jornalistas de valor da casa. O então candidato a prefeito de São Paulo não pagou o mico que paga Dilma, afetando uma crença que não tinha. Jamais chamaria Nossa Senhora de “deusa”. Disse que respeitava a religião dos brasileiros, mas não fingiu ser o que não era para ganhar votos.

Nossa Senhora? Então Dilma se declara “católica”. Lembro aqui duas afirmações que revelam essa intimidade com o catolicismo, extraídas de uma entrevista à revista Marie Claire:
- Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização.
- Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha”.

Dilma é a católica que chama Nossa Senhora de “deusa”, que defende a legalização do aborto e que reza quando balança o avião. Daí seu Deus ser aquela tal “força superior” — ela pode estar confundindo com Lula…— na qual credita. Mas acredita mais ainda na “Deusa mulher”…

A Dilma que dá murro na mesa é mais autêntica, creio. Forçar esse figurino descontraído, “humano”, vai funcionar (ver post abaixo)? Não sei. Talvez os marqueteiros devessem deixar a candidata um pouco mais à vontade. Minc poderia acompanhá-la Brasil afora. Ao menor sinal de perda de controle, ele diria: “Calma, Vanda, Calma!!!”

Um comentário:

  1. Serra láaaaaaaa
    É o tucano voando
    Seeerraa láaa, é o tucano bicando...
    Serraaa láaaa...

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