sábado, 31 de outubro de 2009

158) Um ano para o segundo turno, em 31 de outubro de 2010

Massacre na TV
Eliane Cantanhêde
FOLHA DE S. PAULO, 31.10.2009

BRASÍLIA - Daqui a um ano, em 31 de outubro de 2010, um domingo, será realizado o segundo turno da eleição presidencial -caso nenhum candidato tenha obtido pelo menos 50% mais um dos votos válidos na primeira rodada.
Com tanto tempo pela frente, é impossível e uma irresponsabilidade prever resultados. Em todas as eleições presidenciais brasileiras recentes só havia incógnitas 12 meses antes do pleito.
Feita a ressalva, vale registrar a consolidação crescente do condomínio lulo-petista a favor de Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, vai ficando emparedada a oposição com a trinca PSDB, Democratas e PPS.
No terceiro pelotão das composições eleitorais estão as candidaturas isoladas de Ciro Gomes (PSB) e de Marina Silva (PV). Hoje, Dilma teria a seu favor PT, PMDB, PDT, PR, PRB e PC do B.
Com essa configuração, a candidatura petista ao Planalto já garante 50% a mais de tempo de rádio e de TV do que o seu opositor direto, seja ele José Serra ou Aécio Neves.
O eleitor brasileiro ainda se informa de maneira geral pela TV ou rádio. A mídia impressa é para a elite. A internet permanece em fase de crescimento. Em resumo, ter mais tempo no horário eleitoral não garante vitória a ninguém. Mas é um obstáculo grande ficar sem um espaço confortável nessa janela de comunicação direta com os cidadãos.
Esse é o ponto principal a nortear toda a estratégia de alianças comandada por Lula e pelo PT.
Em eleições anteriores, sempre algum candidato presidencial teve prevalência em relação aos demais no tempo de TV. A diferença em 2010 é que a superioridade de um dos lados tende a ser avassaladora como nunca se viu.
Nas contas do PT, Dilma Rousseff terá de 60% a 70% do horário eleitoral. É um rolo compressor, embora não se saiba como a candidata de Lula usará tanto tempo assim na frente dos brasileiros.

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Comentário PRA: A estratégia do atual presidente é justamente esta: esmagar os adversários por uma maciça propaganda em torno das virtudes do seu governo (em contraposição ao governo do ex-presidente FHC), não em função da hipotética capacidade da futura presidenta (para usar o conceito preferido por essa outra presidenta, a K argentina) de sua preferência, que ele quer ver eleita, para lhe servir de boneca de ventríloquo.
Esse tipo de maniqueismo vem sendo criado e pretende ser utilizado intensamente durante toda a campanha, até a decisão final.
Creio, pessoalmente, que se trata de uma completa distorção dp que seja uma sadia competição eleitoral. Mas, obviamente, não se pode pedir a quem não tem nenhum princípio que observe certas regras morais...

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