terça-feira, 5 de janeiro de 2010

210) Eleicoes 2010: Proposta economica de Serra (3)

QUAL SERÁ, AFINAL, A POLÍTICA ECONÔMICA DE SERRA?...
Ubiratan Iorio
05/01/2010

O jornalista Raymundo Costa começa sua coluna no jornal Valor Econômico de hoje, com o título “Serra quer mudar sem mexer no tripé”, exatamente assim: “Num país onde a popularidade do presidente é essencialmente atribuída ao êxito da política econômica, o governador José Serra, virtual candidato do PSDB à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma voz dissonante. Não raro é possível ouvir Serra dizer que a situação macroeconômica "está péssima". Ele nunca escondeu sua implicância com juros altos e câmbio sobrevalorizado. Mas nunca deixou clara a saída que pretende adotar sem fazer desmoronar o tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e meta de inflação”.
Eis aí o problema. E é um baita problema, com duas faces!
Qualquer cidadão tem o direito de concordar ou discordar da política econômica de qualquer governo, mas nossa preocupação é que Serra vem criticando a política econômica desde o governo de Fernando Henrique, em especial o binômio juros “elevados” e câmbio “sobrevalorizado”. Serra foi crítico do Banco Central de Armínio Fraga e continua sendo crítico do Banco Central de Henrique Meirelles. Até aí, nada demais, porque as políticas de ambos são semelhantes – para não dizermos idênticas. A primeira face do problema é que, ao criticar ambos os governos, mesmo sendo o primeiro do PSDB, o seu partido, Serra parece querer marcar posição como economista “de esquerda” ou, como eles preferem se autodenominar, “desenvolvimentista”, algo que até Lula, intuitivamente, deixou de lado desde que foi eleito pela primeira vez. Os “desenvolvimentistas”, desde Getulio, passando por JK e até os “congeladores” de preços dos anos 80 e início dos anos 90, quebraram o país.
A segunda ponta do problema é pior: se você critica alguma política, deve apresentar a sua alternativa a ela. E Serra nunca fez isso, mas afirmações genéricas de que é contra juros “altos” e taxa de câmbio “sobrevalorizada”. Irá ele, caso eleito, baixar a taxa Selic na marra? Voltará o seu Banco Central a controlar a taxa de câmbio, seja fixando-a, seja com “bandas”? E como fazer isso sem mexer no famoso tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e inflação dentro da meta?
Nada mais natural se um aluno meu tiver essas dúvidas. E nada mais preocupante se o candidato a presidente que lidera as pesquisas as tiver.
Quando Benjamin Franklin afirmou que "a pior decisão é a indecisão" estava, quando pensamos em Serra, coberto de razão...

2 comentários:

  1. Olá Paulo, acompanharei com prazer Eleições 2010.
    Sds Regina

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  2. ESSE SITE É UMA MERDA QUERO FASER UM TRABALHO E NÃO CONSIGO ORA PORRA

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