Em MG, Dilma diz que vitória da oposição seria o fim do PAC
Agencia Estado, terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido
SÃO PAULO - Em um discurso marcado por um forte tom eleitoral, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a criticar adversários políticos durante inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo (MG), nesta terça-feira, 19. Diante de uma plateia formada por trabalhadores, a pré-candidata do PT à Presidência da República disse que se a oposição vencer as eleições deste ano, vai acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Foi o próprio presidente do partido de oposição (Sérgio Guerra, do PSDB) que disse que acabaria com o PAC como uma das medidas que seriam tomadas, porque o PAC não existe. O que é muito grave, porque nós estamos aqui, justamente, inaugurando uma obra concreta, real, que todos vocês sabem que existe", disse a ministra.
Falando abertamente sobre o processo que elegerá o sucessor de Lula, Dilma lembrou as eleições de 2006, quando, segundo ela, a oposição mirou no Bolsa Família. "Esta é uma questão que nós não podemos deixar. Vira e mexe quiseram (sic) acabar com algum programa do governo Lula. Em 2006 foi a época em que eles quiseram acabar com o bolsa família. Agora, em 2010, o objetivo é acabar com obras como essa que nós estamos inaugurando. E isso nós não vamos deixar", discursou.
A ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido. Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo federal ainda vai inaugurar muitas obras no começo deste ano, porque "daqui a pouco o Geddel (Vieira Lima) não vai mais estar aqui, a Dilma também não vai mais estar aqui".
Lula aproveitou para alfinetar os partidos da oposição, que "não gostam que o governo inaugure obras" e tentou se diferenciar, dizendo que torce para que prefeitos e governadores de qualquer partido façam suas inaugurações. "Vamos acabar com as mesquinharias nesse país de que dois caciques da política ficam brigando e quem come o pão que o diabo amassou é o povo pobre".
'Mineirização'
A visita de Dilma ao segundo colégio eleitoral do País é parte da estratégia do PT para aproximar a ministra de seu estado natal. Embora seja mineira, Dilma é atualmente mais identificada com o Rio Grande do Sul, Estado em que consolidou sua carreira política.
A ministra emocionou-se ao falar de sua relação com o Estado. "Eu não vou concordar em que haja uma discussão pra saber se eu sou mineira ou não sou mineira. Eu não tenho a menor duvida de que eu sou mineira. Em que pese eu ter saído de Minas Gerais, em que pese eu ter passado uma parte da minha vida num outro estado, que é o Rio Grande do Sul, eu quero dizer pra vocês, e vocês sabem disso porque é assim na vida: a gente pode sair do estado em que a gente nasce, mas ele não sai da nossa alma e do nosso coração", disse Dilma, com a voz embargada.
Além de participar de eventos do governo federal, Dilma também estará em território mineiro para visitar a mãe e para receber homenagens na Câmara Municipal de Belo Horizonte e na Assembleia Legislativa. O argumento para as homenagens é liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras como a duplicação da Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte.
Há pelo menos um ano, desde que Dilma passou a ser considerada a candidata de Lula ao Planalto, seus principais aliados no Estado - como o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel - trabalham na sua "mineirização". Eles acreditam ser preciso convencer o eleitorado de que, embora tenha passado a maior parte de sua vida fora de Minas, a ministra tem raízes no Estado.
Barragem
Com 290 metros de extensão e 58 metros de altura, a obra da Barragem de Setúbal foi iniciada em 1980, e só agora foi entregue, após ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra resulta de parceria entre os governos federal e estadual, que investiram respectivamente R$ 182 milhões e R$ 21 milhões.
Lula e comitiva seguirão depois para Juiz de Fora, para a inauguração de uma usina termelétrica que utilizará o etanol como gerador de energia. É uma nova experiência, em fase de testes, para a redução do nível de emissões atmosféricas. O embarque para Brasília está previsto somente à noite e a chegada às 21h45.
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Apesar de toda a agitação dos nervos políticos nestes anos agraciados por Copa e eleição, é triste ver como a campanha eleitoral, de todos os lados, é sempre simplista e não se trata de uma discussão séria e profunda sobre o que se necessita mudar e como. Fica sempre nesse jogo rasteiro e infértil, fazendo da eleição nada mais do que uma queima de fogos (muitas vezes lançados apontados na direção do inimigo)
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