quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

235) Eleicoes 2010 - A mentira como estratégia - Marcelo Rech

Eleições 2010: a mentira como estratégia
Marcelo Rech - Inforel
20/01/2010 - 11h32

Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais e renovar 2/3 do Senado.
O Congresso Nacional que pouco produz para a sociedade deve ficar às moscas.
Apenas os temas que poderão ser usados como bandeira política nas eleições, merecerão a atenção de suas excelências.
Além disso, nenhuma novidade. Os nomes serão basicamente os mesmos nos estados e para o Congresso.

Em nível federal, a oposição voltará com José Serra (PSDB-SP) e o governo vai de Dilma Roussef que já deu o tom da campanha petista nesta terça-feira em “comício” para a entrega de obras em Minas Gerais.
Entre outras coisas, a esquerda vai lançar mão de uma estratégia da direita: o medo.
Ao inventar declarações e semear o temor entre os que são beneficiados por suas diversas bolsas, o governo espera que Dilma finalmente cresça nas pesquisas.

A oposição que por oito anos pouco fez, vai tentar vender um Serra competente, sério, gestor e responsável com os recursos públicos.
No entanto, Serra e Dilma possuem algum em comum: ambos são absolutamente antipáticos o que em política pode ser decisivo no contexto de uma eleição.
O PSDB teve o seu mensalão. Houve compra de votos para a emenda da reeleição e muitos atropelos no Congresso para a aprovação de medidas de seu interesse.

O PT repetiu o mensalão. Aliás, o aperfeiçoou.
Atropelou o Congresso e aparelhou a estrutura estatal. Empresas foram usadas politicamente como a Petrobras. O caixa-dois beneficiou todos os dez partidos da coalizão governista.
Na comparação entre quem fez mais e quem fez menos, o que percebemos é a fragilidade nos argumentos.

A sociedade precisa entender de uma vez que seus representantes eleitos têm a obrigação em realizar as obras necessárias, melhorar os serviços pelos quais pagamos impostos obscenos e lidar ética e moralmente com o dinheiro público.
Nada disso é favor.

No entanto, a mentira será a principal estratégia de ambos.
Através dela, a população será induzida a erros que beneficiam apenas aos políticos.
É fundamental que a sociedade se envolva no debate. Que a sociedade exija de seus políticos transparência e compromisso.

O debate político-ideológico interessa apenas àqueles que fazem da política uma forma de ganhar a vida.
O político profissional é hábil em transformar a realidade. Em nos fazer crer que o país está melhor. Que vivemos no primeiro mundo.

Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais, Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência. Correio eletrônico: inforel@inforel.org

2 comentários:

  1. "O debate político-ideológico interessa apenas àqueles que fazem da política uma forma de ganhar a vida."

    É exatamente o que havia dito em comentário anterior. O debate de alto nível não interessa a QUASE ninguém. Pena que não interessa nem menos à parte mais importante: os nossos representantes.

    Já tive oportunidade de assistir uma palestra do Marcelo Rech na UNESP. Vale a pena conferir seu site.

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  2. O incrível é encontrar pesquisas como Datafolha apontando Dilma ganhando de 20 pontos de Serra, um aumento de 20 pontos em apenas um mês entre 2 pesequisas!!!!! Mentira descarada, como ela consegue vender sua marca em 1 mês e ganhar a liderânça. A verdade é que Dilma nunca teve empate técnico com Serra. Não é falta de informação minha, mas eu nunca tinha ouvido falar dessa mulher e agora ela é candidata a presidente. Daqui a 4 anos lembrem de mim Gilberto de Melo pois estarei concorrendo as eleições também.

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