Denúncia! Como montar uma pesquisa fajuta para desempacar a Dilma
Blog do Coturno e Polibio Braga
Sábado, Janeiro 30, 2010
Na pesquisa da Vox do Lula, o segundo turno já está decidido. É ou não é uma piada fazer uma pesquisa com quatro candidatos e medir apenas um cenário?
Dá para entender a demora da Band para publicar a pesquisa da Vox Populi que a imprensa nacional simplesmente desconheceu. Deve ser vergonha na cara. Um resto que ainda resta. No site do Tribunal Superior Eleitoral está o registro da pesquisa. Uma amostra realizada em 122 municípios e aí está o escândalo. Os municípios foram escolhidos a dedo, meticulosamente, dentro de redutos eleitorais de partidos da base eleitoral de Lula. Atenção! Denúncia 1! Dos 122 municípios que compõem a amostra da Vox Populi, apenas 27 têm prefeituras oposicionistas, do PSDB, DEM ou PPS. Apenas 22%. A oposição elegeu 27% dos prefeitos, quase 25% mais!
Atenção! Denúncia 2!
Em 45 municípios, ou 37%, além das prefeituras serem governistas, não houve um só candidato da oposição. Em um terço da amostra não houve oposição nas últimas eleições municipais.
Atenção! Denúncia 3!
As cidades escolhidas pela Vox Populi que têm prefeitos oposicionistas tiveram férrea disputa eleitoral ou são pequenas e inexpressivas cidades. É uma vergonha estatística. Observem, por exemplo, a amostra do Rio de Janeiro, onde a Vox Populi conseguiu que Dilma Rousseff ultrapassasse José Serra. As cidades escolhidas foram Campos (PMDB),
Nilópolis (PP, sem oposição em 2008), Niterói (PDT), Nova Iguaçú (PT, sem oposição nas eleições de 2008), Paraíba do Sul (PMDB), Rio de Janeiro (PMDB), São João do Meriti (PR, sem oposição em 2008) e, finalmente, um município oposicionista: Resende, onde o DEM venceu uma eleição dificílima, com placar embolado.
Não há município governado
por tucano na amostra da pesquisa e não surpreende que Dilma esteja à frente. No Rio Grande do Sul, dos oito municípios, apenas um é governado pelo PSDB e em três deles não houve candidato a prefeito fora da base do governo. Seria necessário fazer um cruzamento, agora, com as obras do PAC e com aquele programa de Lula, denominado
Territórios da Cidadania.
Em São Paulo, a manipulação é flagrante. A amostra tem cinco municípios, totalizando 573 mil eleitores, que são dirigidos por tucanos. Já o número de eleitores em três municípios petistas da amostra é de 1 milhão e 400 mil eleitores, incluindo Guarulhos e São Bernardo do Campo. Existem outros indícios de falcatrua das grossas. Em Santa Catarina, montaram uma amostra de cinco municípios, apenas um tucano, onde a eleição foi acirradíssima.
Em três municípios não houve oposição aos partidos da base de Lula em 2008. E o mais escandaloso: trocaram a capital Florianópolis por São José, do PSB, onde a filha do Lula é secretária de Ação Social e está entupindo a cidade de verbas federais.
O Coturno Noturno fez a sua parte. Que os comentaristas e oposicionistas façam a sua.
...............................
Não dá para deixar de comentar a Bahia. A amostra é imensa e tiram dali a representatividade do Nordeste. Por acaso, são 13 cidades no estado do Jaques Wagner. Em 9 delas não houve candidato de oposição em 2008. Sabem quantos municípios governados pelo DEM na amostra? Nenhum!
Isto na terra do ACM! O mais engraçado é que escolheram um município, cujo nome é Boa Nova, onde o nome do prefeito é Toinho da Dilma. Nada mais simbólico para emoldurar esta pesquisa da Vox Populi.
..............................
E o que dizer do Ceará? Naquele estado, o PSDB fez 30% das prefeituras. Sabe quantas cidades tucanas estão na amostra da Vox Populi? Zero! Das 5 cidades, 2 são do PT e 1 do PCdoB. Melhor do que isso, só patinha de caranguejo.
.............................
Em Minas Gerais, então, a Vox Populi chutou o balde. São 13 municípios na amostra, sendo que apenas dois são do DEM. Sabem quantos eleitores os municípios demos de Antonio Dias e Antônio Prado de Minas têm? Menos de 10 mil! Sabem quantos municípios não tiveram concorrência do PSDB, DEM e PPS em 2008, na amostra mineira? Cinco! E sabe quantos municípios governados pelo PSDB do governador Aécio Neves estão na amostra? Nenhum! Aliás, um! Juiz de Fora, com 370 mil eleitores, onde o PSDB elegeu o prefeito com 51% contra 48% do PT.
domingo, 31 de janeiro de 2010
254) Uma visao pessimista do atual quadro eleitoral
A CAMINHO DO TOTALITARISMO
NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado
31 de janeiro de 2010
Caro leitor, ler os jornais diários com atenção leva-nos inevitavelmente ao desespero. Parece cada vez mais claro que o desfecho das eleições presidenciais que aproximam terá papel decisivo nos destinos da Nação. São cada vez mais evidentes os indícios de que a candidata oficial não pode perder, pois um projeto megalomaníaco e totalitário de poder está em curso e a continuidade do status quo político é imprescindível para que tal projeto seja concluído.
Desesperador mesmo é saber que a única candidatura oposicionista, a de José Serra, se não representa perigo igual por comungar das mesmas crenças e partilhar do mesmíssimo projeto, quando muito serviria para retardar o desfecho, período no qual o país poderá ficar ingovernável, vez que toda a burocracia, os sindicatos, os movimentos sociais, parte considerável dos parlamentares, o Poder Judiciário, ou seja, todas as instâncias de poder estão sob controle da agenda política do partido governante e respondem ao seu comando. Um presidente não pode representar a si mesmo. Para governar teria que levar em conta a realidade de poder, mais ou menos nos termos que vemos agora Barack Obama no EUA, que praticamente abandonou sua agenda de campanha, curvando-se à correlação real de poder. José Serra poderia perfeitamente virar um fantoche das forças petistas, controladoras de fato do Estado.
Com certo desespero li hoje no Caderno de Economia do jornal Estadão que a Petrobrás, sozinha, já movimenta mais de 10% do PIB, em face de sua acelerada expansão dos últimos meses. Some-se a isso a estatização continuada em vários setores feita pelo PT, a última agora com a ressurreição da Telebrás para prestar serviços de banda larga, e teremos o descortino de como caminhou a economia brasileira nos últimos oito anos. O Estado mastodôntico nunca foi tão gigantesco, nunca tributou tanto, regulou tanto e produziu tanto. O governo tenta agora, de todas as formas, se expandir por áreas que ainda estão sob o controle da iniciativa privada, como o de produção de notícias e de comunicação de entretenimento. Para isso, fez a Confecom. Para isso está mobilizando todas as suas forças, pois sabe que é questão de tempo os empresários engajados no setor fazerem oposição aberta e denunciarem o processo revolucionário, como vimos na Venezuela. Aliás, nem sei por que não o fizeram ainda e nem pelo que esperam. Cada dia perdido de luta dá uma vantagem a mais para os inimigos da democracia e da sociedade aberta.
A notícia mais preocupante de hoje trazida pelo Estadão, todavia, é a de que o governo deverá encaminhar projeto de lei ao Congresso Nacional alterando a estrutura do Ministério da Defesa, dando ao ministro atribuições que hoje são competências dos comandantes das Forças. Entre as modificações está a de escolher os oficiais indicados para promoção e a centralização da compra de material bélico. Não preciso dizer que esses dois itens são a essência do poder das Forças. Uma vez uma lei dessas em vigor teremos as Forças Armadas neutralizadas e o caminho aberto para o totalitarismo franco.
Não há muito o que fazer quando os empresários, os oficiais superiores das Forças Armadas, a Igreja e outras expressões da sociedade civil nada enxergam de errado nesse movimento no rumo do totalitarismo. Eu espero o pior.
NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado
31 de janeiro de 2010
Caro leitor, ler os jornais diários com atenção leva-nos inevitavelmente ao desespero. Parece cada vez mais claro que o desfecho das eleições presidenciais que aproximam terá papel decisivo nos destinos da Nação. São cada vez mais evidentes os indícios de que a candidata oficial não pode perder, pois um projeto megalomaníaco e totalitário de poder está em curso e a continuidade do status quo político é imprescindível para que tal projeto seja concluído.
Desesperador mesmo é saber que a única candidatura oposicionista, a de José Serra, se não representa perigo igual por comungar das mesmas crenças e partilhar do mesmíssimo projeto, quando muito serviria para retardar o desfecho, período no qual o país poderá ficar ingovernável, vez que toda a burocracia, os sindicatos, os movimentos sociais, parte considerável dos parlamentares, o Poder Judiciário, ou seja, todas as instâncias de poder estão sob controle da agenda política do partido governante e respondem ao seu comando. Um presidente não pode representar a si mesmo. Para governar teria que levar em conta a realidade de poder, mais ou menos nos termos que vemos agora Barack Obama no EUA, que praticamente abandonou sua agenda de campanha, curvando-se à correlação real de poder. José Serra poderia perfeitamente virar um fantoche das forças petistas, controladoras de fato do Estado.
Com certo desespero li hoje no Caderno de Economia do jornal Estadão que a Petrobrás, sozinha, já movimenta mais de 10% do PIB, em face de sua acelerada expansão dos últimos meses. Some-se a isso a estatização continuada em vários setores feita pelo PT, a última agora com a ressurreição da Telebrás para prestar serviços de banda larga, e teremos o descortino de como caminhou a economia brasileira nos últimos oito anos. O Estado mastodôntico nunca foi tão gigantesco, nunca tributou tanto, regulou tanto e produziu tanto. O governo tenta agora, de todas as formas, se expandir por áreas que ainda estão sob o controle da iniciativa privada, como o de produção de notícias e de comunicação de entretenimento. Para isso, fez a Confecom. Para isso está mobilizando todas as suas forças, pois sabe que é questão de tempo os empresários engajados no setor fazerem oposição aberta e denunciarem o processo revolucionário, como vimos na Venezuela. Aliás, nem sei por que não o fizeram ainda e nem pelo que esperam. Cada dia perdido de luta dá uma vantagem a mais para os inimigos da democracia e da sociedade aberta.
A notícia mais preocupante de hoje trazida pelo Estadão, todavia, é a de que o governo deverá encaminhar projeto de lei ao Congresso Nacional alterando a estrutura do Ministério da Defesa, dando ao ministro atribuições que hoje são competências dos comandantes das Forças. Entre as modificações está a de escolher os oficiais indicados para promoção e a centralização da compra de material bélico. Não preciso dizer que esses dois itens são a essência do poder das Forças. Uma vez uma lei dessas em vigor teremos as Forças Armadas neutralizadas e o caminho aberto para o totalitarismo franco.
Não há muito o que fazer quando os empresários, os oficiais superiores das Forças Armadas, a Igreja e outras expressões da sociedade civil nada enxergam de errado nesse movimento no rumo do totalitarismo. Eu espero o pior.
253) Projeto de pais no debate eleitoral
Projeto em debate
Editorial O Globo - 26/01/2010
A campanha eleitoral deste ano tem características especiais, além de ser a primeira, desde a volta das diretas para presidente, na redemocratização, em 1989, a não contar com o nome de Lula nas cédulas.
Se os principais candidatos tiverem a maturidade que o estágio da democracia brasileira exige, poderão ser travados ricos debates sobre o projeto do Brasil do século XXI. Não uma discussão filosófica, mas sobre pontos objetivos em torno de algo já em execução. No lado positivo, temos a manutenção de bases de uma política macroeconômica coerente, adotada desde 1999, no início do segundo mandato de FH. Vieram dali as metas de inflação, para dar horizonte aos formadores de preço, e a busca por superávits primários, como forma de impedir o descontrole da dívida interna.
O governo Lula, de maneira sensata, manteve estes pilares, preservou a autonomia do BC, e assim o próprio status do país no mundo melhorou.
Outro tema a ser debatido é um anacrônico modelo de capitalismo de Estado, em execução no segundo governo Lula. A ponta mais recente e visível deste projeto é a participação da Petrobras na operação de compra do grupo Quattor (Unipar) pela Braskem, da Odebrecht.
Com o negócio, a produção de matériasprimas petroquímicas ficou nas mãos de uma única empresa, da qual a petroleira é sócia minoritária, mas de grande peso. Há razões técnicas para a verticalização nesta indústria, mas, por parte do governo e da Petrobras, existe uma indisfarçável motivação ideológica: usar o Estado como “indutor” do desenvolvimento, uma reedição anacrônica do modelo usado por Geisel, na ditadura militar, num controvertido programa de substituição de importações.
São pilares deste modelo fundos de pensão de empresas públicas, onde centenas de bilhões de reais estão sob controle de sindicalistas — a maioria deles ligada à CUT e ao PT —; o BNDES; e, entre outras estatais, a Petrobras. Como na era Geisel, a ideia é criar a “grande empresa nacional”, não importa custo ou eficiência. São eleitos empresários privados de fácil trânsito em Brasília, e a eles todo apoio é dado.
A supertele é produto deste programa estratégico, de cunho estatizante.
Tanto que um passo anunciado poderá ser a ressurreição da Telebrás, sob pretexto de ativar o mercado de banda larga na internet. A experiência histórica demonstra que, no final, a conta da ineficiência deste modelo — de resto impossível de ser executado numa economia mais aberta que a da época de Geisel — é espetada no bolso do contribuinte. Outro aspecto é que se trata de um projeto de país sem grandes espaços para as liberdades democráticas
Editorial O Globo - 26/01/2010
A campanha eleitoral deste ano tem características especiais, além de ser a primeira, desde a volta das diretas para presidente, na redemocratização, em 1989, a não contar com o nome de Lula nas cédulas.
Se os principais candidatos tiverem a maturidade que o estágio da democracia brasileira exige, poderão ser travados ricos debates sobre o projeto do Brasil do século XXI. Não uma discussão filosófica, mas sobre pontos objetivos em torno de algo já em execução. No lado positivo, temos a manutenção de bases de uma política macroeconômica coerente, adotada desde 1999, no início do segundo mandato de FH. Vieram dali as metas de inflação, para dar horizonte aos formadores de preço, e a busca por superávits primários, como forma de impedir o descontrole da dívida interna.
O governo Lula, de maneira sensata, manteve estes pilares, preservou a autonomia do BC, e assim o próprio status do país no mundo melhorou.
Outro tema a ser debatido é um anacrônico modelo de capitalismo de Estado, em execução no segundo governo Lula. A ponta mais recente e visível deste projeto é a participação da Petrobras na operação de compra do grupo Quattor (Unipar) pela Braskem, da Odebrecht.
Com o negócio, a produção de matériasprimas petroquímicas ficou nas mãos de uma única empresa, da qual a petroleira é sócia minoritária, mas de grande peso. Há razões técnicas para a verticalização nesta indústria, mas, por parte do governo e da Petrobras, existe uma indisfarçável motivação ideológica: usar o Estado como “indutor” do desenvolvimento, uma reedição anacrônica do modelo usado por Geisel, na ditadura militar, num controvertido programa de substituição de importações.
São pilares deste modelo fundos de pensão de empresas públicas, onde centenas de bilhões de reais estão sob controle de sindicalistas — a maioria deles ligada à CUT e ao PT —; o BNDES; e, entre outras estatais, a Petrobras. Como na era Geisel, a ideia é criar a “grande empresa nacional”, não importa custo ou eficiência. São eleitos empresários privados de fácil trânsito em Brasília, e a eles todo apoio é dado.
A supertele é produto deste programa estratégico, de cunho estatizante.
Tanto que um passo anunciado poderá ser a ressurreição da Telebrás, sob pretexto de ativar o mercado de banda larga na internet. A experiência histórica demonstra que, no final, a conta da ineficiência deste modelo — de resto impossível de ser executado numa economia mais aberta que a da época de Geisel — é espetada no bolso do contribuinte. Outro aspecto é que se trata de um projeto de país sem grandes espaços para as liberdades democráticas
252) Avanco da estatizacao
PT e PMDB vão fiscalizar bilhões dos fundos de pensão
O Globo, 25 janeiro 2010, p. 3
RIO - O PT e o PMDB vão dividir o comando da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o novo órgão regulador dos fundos de pensão e que será instalado terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reportagem publicada pelo GLOBO nesta segunda-feira revela que os nomes para os cargos-chaves da autarquia foram costurados na última semana, depois de uma intensa disputa política nos bastidores, desde novembro. O diretor-superintendente será Ricardo Pena, atual secretário de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, indicação do PT negociada com o PMDB.
O PMDB, especialmente o senador Romero Jucá (RR), líder do governo e ex-ministro da Previdência, também indicou um nome para a diretoria colegiada da Previc, formada por quatro membros. As negociações em torno desta indicação ainda estão sendo finalizadas. Nesta terça, no decreto a ser assinado pelo presidente Lula constará a indicação apenas do presidente. Os outros três diretores serão técnicos originários da própria Previdência, do Planejamento e do Banco Central.
A Previc foi criada no fim de 2009, por meio de lei aprovada no Congresso, para fiscalizar o bilionário setor dos fundos de pensão, uma indústria que movimenta recursos da ordem de R$ 460 bilhões por ano e já esteve no centro de várias polêmicas, principalmente por conta da partidarização dos fundos de empresas estatais, que se acentuou no governo petista.
Os fundos de pensão administram economias de um universo de quase sete milhões de trabalhadores, entre ativos e aposentados. São investimentos de longo prazo e que, portanto, precisam ser geridos com prudência, dentro de regras de governança e transparência para garantir que o participante, ao se aposentar, receba o dinheiro investido. A função da nova agência é praticamente monitorar e fiscalizar esses investimentos, para evitar desvios e prejuízos aos trabalhadores.
Segundo fontes do governo, ciente do apetite dos partidos pela divisão dos cargos no novo órgão regulador, o presidente Lula determinou ao ministro da Previdência, José Pimentel (PT-CE), costurar acordos para montar uma diretoria mais técnica possível. Nas últimas semanas, o ministro conduziu as conversas pessoalmente e esteve várias vezes no Planalto para tratar dessa questão.
Durante a solenidade de terça-feira, Lula assinará decreto com detalhes da estrutura do novo órgão - que era um pleito antigo do setor. Sem quadro próprio e dependente do dinheiro da União, a SPC não dispõe de instrumentos para fiscalizar adequadamente dos fundos de pensão.
============
Comentário:
Um novo ente federativo
ARTHUR CHAGAS DINIZ *
Dando seqüência à estatização que se vem processando de maneira discreta, mas eficiente, o governo Lulla está criando um novo órgão que vai passar a regulamentar os fundos de pensão das empresas estatais. Obviamente, nenhum dos órgãos do Governo que atuam no setor será diminuído. Isto significa que vamos arcar com o pagamento de 5 diretorias, uma procuradoria, uma corregedoria, uma ouvidoria, câmaras de mediação e arbitragem e mais 330 funcionários. A massa de recursos que esse novo órgão vai administrar é da ordem de R$462 bilhões.
Diversas estatais que criaram seus planos de aposentadoria e pensão já deram, ao longo do tempo, demonstrações de que são capazes de gerar prejuízos, qualquer que seja a situação do mercado. Mostraram, ainda, que as sociedades instituidoras bancaram estes prejuízos (Petrobras, por exemplo) em detrimento da remuneração dos acionistas. Outra evidência que ficou clara foi a de que, apesar de darem eventualmente prejuízos, os administradores dos fundos sempre se saíram pessoalmente muito bem.
Como a expectativa de resultados (para os administradores) é muito boa, vai haver uma "luta de foice" para ocupar os cargos de confiança. Neste ano de eleições, o PT e o PMDB vão disputar esta nova "fonte de recursos" de maneira ávida.
Nós, contribuintes, vamos pagar a conta. Como sempre.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
O Globo, 25 janeiro 2010, p. 3
RIO - O PT e o PMDB vão dividir o comando da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o novo órgão regulador dos fundos de pensão e que será instalado terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reportagem publicada pelo GLOBO nesta segunda-feira revela que os nomes para os cargos-chaves da autarquia foram costurados na última semana, depois de uma intensa disputa política nos bastidores, desde novembro. O diretor-superintendente será Ricardo Pena, atual secretário de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, indicação do PT negociada com o PMDB.
O PMDB, especialmente o senador Romero Jucá (RR), líder do governo e ex-ministro da Previdência, também indicou um nome para a diretoria colegiada da Previc, formada por quatro membros. As negociações em torno desta indicação ainda estão sendo finalizadas. Nesta terça, no decreto a ser assinado pelo presidente Lula constará a indicação apenas do presidente. Os outros três diretores serão técnicos originários da própria Previdência, do Planejamento e do Banco Central.
A Previc foi criada no fim de 2009, por meio de lei aprovada no Congresso, para fiscalizar o bilionário setor dos fundos de pensão, uma indústria que movimenta recursos da ordem de R$ 460 bilhões por ano e já esteve no centro de várias polêmicas, principalmente por conta da partidarização dos fundos de empresas estatais, que se acentuou no governo petista.
Os fundos de pensão administram economias de um universo de quase sete milhões de trabalhadores, entre ativos e aposentados. São investimentos de longo prazo e que, portanto, precisam ser geridos com prudência, dentro de regras de governança e transparência para garantir que o participante, ao se aposentar, receba o dinheiro investido. A função da nova agência é praticamente monitorar e fiscalizar esses investimentos, para evitar desvios e prejuízos aos trabalhadores.
Segundo fontes do governo, ciente do apetite dos partidos pela divisão dos cargos no novo órgão regulador, o presidente Lula determinou ao ministro da Previdência, José Pimentel (PT-CE), costurar acordos para montar uma diretoria mais técnica possível. Nas últimas semanas, o ministro conduziu as conversas pessoalmente e esteve várias vezes no Planalto para tratar dessa questão.
Durante a solenidade de terça-feira, Lula assinará decreto com detalhes da estrutura do novo órgão - que era um pleito antigo do setor. Sem quadro próprio e dependente do dinheiro da União, a SPC não dispõe de instrumentos para fiscalizar adequadamente dos fundos de pensão.
============
Comentário:
Um novo ente federativo
ARTHUR CHAGAS DINIZ *
Dando seqüência à estatização que se vem processando de maneira discreta, mas eficiente, o governo Lulla está criando um novo órgão que vai passar a regulamentar os fundos de pensão das empresas estatais. Obviamente, nenhum dos órgãos do Governo que atuam no setor será diminuído. Isto significa que vamos arcar com o pagamento de 5 diretorias, uma procuradoria, uma corregedoria, uma ouvidoria, câmaras de mediação e arbitragem e mais 330 funcionários. A massa de recursos que esse novo órgão vai administrar é da ordem de R$462 bilhões.
Diversas estatais que criaram seus planos de aposentadoria e pensão já deram, ao longo do tempo, demonstrações de que são capazes de gerar prejuízos, qualquer que seja a situação do mercado. Mostraram, ainda, que as sociedades instituidoras bancaram estes prejuízos (Petrobras, por exemplo) em detrimento da remuneração dos acionistas. Outra evidência que ficou clara foi a de que, apesar de darem eventualmente prejuízos, os administradores dos fundos sempre se saíram pessoalmente muito bem.
Como a expectativa de resultados (para os administradores) é muito boa, vai haver uma "luta de foice" para ocupar os cargos de confiança. Neste ano de eleições, o PT e o PMDB vão disputar esta nova "fonte de recursos" de maneira ávida.
Nós, contribuintes, vamos pagar a conta. Como sempre.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
251) Corrupcao: um retrato do Brasil ordinario
Ordinario do nosso ponto de vista. Para politicos ladroes, é a forma que encontraram para seu enriquecimento pessoal e o financiamento de suas campanhas eleitorais.
Tudo muito comum, tudo muito normal. O inacreditável é termos tantas denúncias da PF e nenhuma condenação da Justiça. Neste caso estamos falando de apenas 1 bilhão de reais. O que é 1 bilhão? Acho que as pessoas perderam o senso da roubalheira...
PF aponta superfaturamento de R$ 1 bi em obras de aeroportos
Fausto Macedo e Bruno Tavares
O Estado de S.Paulo, 31. janeiro 2010
Relatório diz que esquema de fraudes em licitações foi feito pela cúpula da Infraero na gestão Carlos Wilson
SÃO PAULO - A Polícia Federal apontou superfaturamento de R$ 991,8 milhões nas obras de dez aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) - Corumbá, Congonhas, Guarulhos, Brasília, Goiânia, Cuiabá, Macapá, Uberlândia, Vitória e Santos Dumont. Todas as obras foram contratadas durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006.
Relatório final da Operação Caixa Preta sustenta que o desvio é resultado de um esquema de fraudes em licitações arquitetado pela cúpula da estatal na administração Carlos Wilson, que presidiu a Infraero naquele período. Ex-deputado, ex-senador e ex-governador de Pernambuco (1990), Carlos Wilson foi filiado à antiga Arena, ao PMDB, ao PSDB e, por último, ao PT. Ele morreu em abril de 2009, aos 59 anos, vítima de câncer.
Os principais assessores de Wilson no comando da Infraero foram enquadrados pela PF: Josefina Valle de Oliveira Pinha, ex-advogada-geral do Senado que exerceu a função de superintendente jurídica da estatal; Adenahuer Figueira Nunes, ex-diretor financeiro, e Eleuza Lores, ex-diretora de engenharia - o indiciamento de Eleuza foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça.
O dossiê da PF esmiúça em 188 páginas como operou "um seleto e ajustado grupo" de 18 empreiteiras. A Polícia Federal imputa seis crimes a 52 investigados, entre ex-dirigentes e funcionários da Infraero, empresários, projetistas e fiscais: formação de quadrilha, peculato (crime contra a administração pública), corrupção ativa e passiva, crimes contra a ordem econômica e fraude em licitações.
O inquérito foi aberto em novembro de 2006 pela Superintendência Regional da PF em Brasília. Equipes multidisciplinares formadas por peritos criminais federais, engenheiros civis, mecânicos, elétricos, eletrônicos e cartográficos inspecionaram um a um os aeroportos. Interceptações telefônicas revelaram estreito contato entre ex-diretores da Infraero e funcionários de empreiteiras. A investigação foi conduzida pelos delegados César Leandro Hübner e Felipe Alcântara de Barros Leal. "A equipe policial identificou um enorme superfaturamento nos preços e quantidades dos serviços praticados pelas empresas contratadas em um montante aproximado de R$ 1 bilhão em valores atualizados", assinala o texto.
À página 26 do relatório a PF estima que o valor superfaturado seria suficiente para construir 34.193 casas populares, "o que equivale a todas as moradias de uma cidade de 112.837 habitantes". O desvio corresponde ainda ao total necessário para a construção do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, obra tida como fundamental para suportar o crescimento do setor aéreo e receber com conforto os turistas para a Copa 2014.
LAUDOS
Laudos periciais revelam gastos a maior. Com base no laudo 761/2009, do Instituto Nacional de Criminalística (INC), braço da Diretoria Técnico-Científica, a PF afirma que "a Norberto Odebrecht figura como responsável por um desvio do valor atualizado de R$ 163, 25 milhões dos cofres públicos".
Na obra do Santos Dumont (RJ), diz a PF, a Odebrecht "apresentou superfaturamento no valor de R$ 17,25 milhões". Segundo o relatório, "essa modalidade de superfaturamento se caracteriza pela cobrança em duplicidade, ou cobrança por serviço não executado".
O laudo 781/2009 indica que a Via Engenharia "figura como responsável por desvio de R$ 40,65 milhões das obras do aeroporto de Goiânia".
A PF aponta intrincada teia de relacionamentos entre os acusados. "Percebe-se a existência de robustos indícios de um esquema fraudulento de corrupção envolvendo servidores da Infraero e representantes legais e/ou de fato de sociedades empresariais construtoras, projetistas e de fiscalização, objetivando, por meio de conluio de vontades de mais de três pessoas, frustrar de forma reiterada o caráter competitivo de licitações, possibilitando, em seguida, modificações e vantagens em favor de tais sociedades empresariais."
São alvos do inquérito 18 empreiteiras: Odebrecht, OAS, Carioca, Construcap, Camargo Corrêa, Galvão, Via Engenharia, Queiroz Galvão, Constran, Mendes Júnior, Serveng Civilsan, Gautama, Beter, Estacon, Financial, Enpress, Triunfo e Cima. Elas negam irregularidades (veja na página A6). As fraudes, diz a PF, tiveram apoio de altos funcionários da Infraero. "Objetivando beneficiar seleto grupo de empresários, precisava-se restringir o caráter competitivo das licitações necessárias à aplicação dos recursos federais. Para tanto, eram necessárias mudanças estruturais e normativas na Infraero."
A PF destaca algumas "manobras" da direção da estatal, como contratação de uma mesma empresa para executar diferentes obras no aeroporto e a adoção da modalidade de técnica e preço. A primeira, segundo a PF, restringe a quantidade de licitações e, consequentemente, o número de empresas contratadas. A outra, embora não tivesse o "condão de direcionar a licitação, foi crucial para os atos preparatórios seguintes, que implicaram a agregação de subjetividade ao certame, facilitando os ajustes ilícitos".
A PF aponta formação de cartel - conluio entre empresas para prejudicar concorrentes -, inclusão indevida de etapa de pré-qualificação, mudanças de regras durante a licitação. Os peritos constataram dois tipos de superfaturamento: por falta de qualidade e quantidade e por sobrepreço e jogo de planilha.
Veja Também
Infraero diz apoiar PF e empreiteiras negam desvios
Investigação indica dois tipos de superfaturamento
Alteração em julgamento de licitações foi o embrião, diz PF
Tudo muito comum, tudo muito normal. O inacreditável é termos tantas denúncias da PF e nenhuma condenação da Justiça. Neste caso estamos falando de apenas 1 bilhão de reais. O que é 1 bilhão? Acho que as pessoas perderam o senso da roubalheira...
PF aponta superfaturamento de R$ 1 bi em obras de aeroportos
Fausto Macedo e Bruno Tavares
O Estado de S.Paulo, 31. janeiro 2010
Relatório diz que esquema de fraudes em licitações foi feito pela cúpula da Infraero na gestão Carlos Wilson
SÃO PAULO - A Polícia Federal apontou superfaturamento de R$ 991,8 milhões nas obras de dez aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) - Corumbá, Congonhas, Guarulhos, Brasília, Goiânia, Cuiabá, Macapá, Uberlândia, Vitória e Santos Dumont. Todas as obras foram contratadas durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006.
Relatório final da Operação Caixa Preta sustenta que o desvio é resultado de um esquema de fraudes em licitações arquitetado pela cúpula da estatal na administração Carlos Wilson, que presidiu a Infraero naquele período. Ex-deputado, ex-senador e ex-governador de Pernambuco (1990), Carlos Wilson foi filiado à antiga Arena, ao PMDB, ao PSDB e, por último, ao PT. Ele morreu em abril de 2009, aos 59 anos, vítima de câncer.
Os principais assessores de Wilson no comando da Infraero foram enquadrados pela PF: Josefina Valle de Oliveira Pinha, ex-advogada-geral do Senado que exerceu a função de superintendente jurídica da estatal; Adenahuer Figueira Nunes, ex-diretor financeiro, e Eleuza Lores, ex-diretora de engenharia - o indiciamento de Eleuza foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça.
O dossiê da PF esmiúça em 188 páginas como operou "um seleto e ajustado grupo" de 18 empreiteiras. A Polícia Federal imputa seis crimes a 52 investigados, entre ex-dirigentes e funcionários da Infraero, empresários, projetistas e fiscais: formação de quadrilha, peculato (crime contra a administração pública), corrupção ativa e passiva, crimes contra a ordem econômica e fraude em licitações.
O inquérito foi aberto em novembro de 2006 pela Superintendência Regional da PF em Brasília. Equipes multidisciplinares formadas por peritos criminais federais, engenheiros civis, mecânicos, elétricos, eletrônicos e cartográficos inspecionaram um a um os aeroportos. Interceptações telefônicas revelaram estreito contato entre ex-diretores da Infraero e funcionários de empreiteiras. A investigação foi conduzida pelos delegados César Leandro Hübner e Felipe Alcântara de Barros Leal. "A equipe policial identificou um enorme superfaturamento nos preços e quantidades dos serviços praticados pelas empresas contratadas em um montante aproximado de R$ 1 bilhão em valores atualizados", assinala o texto.
À página 26 do relatório a PF estima que o valor superfaturado seria suficiente para construir 34.193 casas populares, "o que equivale a todas as moradias de uma cidade de 112.837 habitantes". O desvio corresponde ainda ao total necessário para a construção do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, obra tida como fundamental para suportar o crescimento do setor aéreo e receber com conforto os turistas para a Copa 2014.
LAUDOS
Laudos periciais revelam gastos a maior. Com base no laudo 761/2009, do Instituto Nacional de Criminalística (INC), braço da Diretoria Técnico-Científica, a PF afirma que "a Norberto Odebrecht figura como responsável por um desvio do valor atualizado de R$ 163, 25 milhões dos cofres públicos".
Na obra do Santos Dumont (RJ), diz a PF, a Odebrecht "apresentou superfaturamento no valor de R$ 17,25 milhões". Segundo o relatório, "essa modalidade de superfaturamento se caracteriza pela cobrança em duplicidade, ou cobrança por serviço não executado".
O laudo 781/2009 indica que a Via Engenharia "figura como responsável por desvio de R$ 40,65 milhões das obras do aeroporto de Goiânia".
A PF aponta intrincada teia de relacionamentos entre os acusados. "Percebe-se a existência de robustos indícios de um esquema fraudulento de corrupção envolvendo servidores da Infraero e representantes legais e/ou de fato de sociedades empresariais construtoras, projetistas e de fiscalização, objetivando, por meio de conluio de vontades de mais de três pessoas, frustrar de forma reiterada o caráter competitivo de licitações, possibilitando, em seguida, modificações e vantagens em favor de tais sociedades empresariais."
São alvos do inquérito 18 empreiteiras: Odebrecht, OAS, Carioca, Construcap, Camargo Corrêa, Galvão, Via Engenharia, Queiroz Galvão, Constran, Mendes Júnior, Serveng Civilsan, Gautama, Beter, Estacon, Financial, Enpress, Triunfo e Cima. Elas negam irregularidades (veja na página A6). As fraudes, diz a PF, tiveram apoio de altos funcionários da Infraero. "Objetivando beneficiar seleto grupo de empresários, precisava-se restringir o caráter competitivo das licitações necessárias à aplicação dos recursos federais. Para tanto, eram necessárias mudanças estruturais e normativas na Infraero."
A PF destaca algumas "manobras" da direção da estatal, como contratação de uma mesma empresa para executar diferentes obras no aeroporto e a adoção da modalidade de técnica e preço. A primeira, segundo a PF, restringe a quantidade de licitações e, consequentemente, o número de empresas contratadas. A outra, embora não tivesse o "condão de direcionar a licitação, foi crucial para os atos preparatórios seguintes, que implicaram a agregação de subjetividade ao certame, facilitando os ajustes ilícitos".
A PF aponta formação de cartel - conluio entre empresas para prejudicar concorrentes -, inclusão indevida de etapa de pré-qualificação, mudanças de regras durante a licitação. Os peritos constataram dois tipos de superfaturamento: por falta de qualidade e quantidade e por sobrepreço e jogo de planilha.
Veja Também
Infraero diz apoiar PF e empreiteiras negam desvios
Investigação indica dois tipos de superfaturamento
Alteração em julgamento de licitações foi o embrião, diz PF
250) Tentacoes autoritarias - Gaudencio Torquato
Fagulhas autoritárias
Gaudêncio Torquato
O ESTADO DE S PAULO, 31 janeiro 2010
Fagulhas autoritárias espalham-se pelo tecido institucional, ameaçando queimar bandeiras erguidas com muito esforço pela sociedade brasileira ao correr das últimas quatro décadas. A ameaça de fogo, que pode ainda desfazer o pacto pela harmonia social acertado no início do ciclo da redemocratização, parece imperceptível quando se olha a paisagem geral, onde se distinguem margens sociais atendidas por braços do Estado, o dínamo de uma economia que recupera forças e avança, apesar de percalços, e um corpo político sob razoável controle do primeiro mandatário da Nação. Este, aliás, está no epicentro do cenário, escorado em ampla aprovação das massas e largo prestígio internacional. Se as centelhas são pouco visíveis é porque um gigantesco cobertor social tem o condão de amortecer o impacto de medidas e projetos de ranço autoritário. Não escapam a núcleos formadores de opinião as persistentes investidas patrocinadas pelo Poder Executivo contra o painel das liberdades. Por ser detectada pela lupa de setores do meio da pirâmide, a escalada autoritária passa a frequentar o fórum da opinião pública, abrindo polêmica, levantando versões e criando embaraços aos seus inspiradores.
A mais nova fagulha é a anunciada disposição do governo, produzida no laboratório do ministro da Justiça, Tarso Genro (e que teria saído da cabeça do ex-ministro de coisas estapafúrdias, Mangabeira Unger), de obrigar as empresas a distribuir 5% do lucro líquido a seus empregados. O caráter intervencionista da medida vem-se somar ao repertório de intenções, algumas manifestas e outras latentes, que a administração federal tem procurado semear em muitos terrenos, particularmente nas áreas férteis dos direitos humanos, relações trabalhistas e controle dos meios de comunicação. O nexo entre os compartimentos temáticos é a defesa quase extrema do intervencionismo governamental, voltado para a manutenção de um Estado patrimonial, irracional, centralizador e autoritário, conceito reforçado pela onda da crise financeira internacional. Nem bem a tempestade amainou para ouvirmos os surrados refrãos contra o neoliberalismo, que ressoam das trombetas de grupos radicais, bandos oportunistas e movimentos badernistas de plantão, embalados na utópica revolução socialista. Basta ver o ímpeto desbragado de João Pedro Stédile no recente Fórum Social de Porto Alegre, ameaçando jogar o Movimento dos Sem-Terra (MST) nas ruas para combater o eventual candidato das oposições, José Serra, carimbado por ele como ícone neoliberal. Que disparate. Ontem, o MST, farto de verbas federais, conformava-se com invasão de propriedades. Hoje, ainda farto, faz campanha política, ajudando quem o ajuda.
O sofisma corre solto. Enquanto o espírito democrático se espraia por palanques, sob o batismo de nomes como cidadania, participação, justiça, igualdade social, repartição de renda, liberdades e direitos humanos, a alma autoritária emite sinais de intensa atividade. Aqui e ali, aparece o dedo intervencionista. Veja-se o chamado projeto de Pacto da República, que cria a figura da execução prévia, ao atribuir à Procuradoria da Fazenda Nacional a atividade jurisdicional, dando-lhe a faculdade de penhorar bens dos contribuintes, até pela via da internet. Veja-se o polêmico 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, cujos aspectos positivos não podem servir de tapume para esconder a reabertura de feridas do passado. Atente-se para a persistente intenção de setores governamentais de amordaçar os meios de comunicação. Ora se defende a criação de um Conselho de Comunicação, cuja missão seria a de determinar diretrizes para a mídia; ora se prega a maluca ideia de um ranking de veículos comprometidos com os direitos humanos, algo que serviria de patrulha ideológica. O vasto campo das relações trabalhistas recebe sementes das centrais sindicais, que tentam engessar o mercado, restringindo as condições do trabalho terceirizado - tendência mundial - e concentrando massas trabalhadoras em espaços sob seu pleno domínio. O autoritarismo é a sombra de uma República sindicalista.
Como se explica o gradual desenvolvimento do laivo autoritário? Simples. O xis da equação é o próprio presidente da República. Luiz Inácio é um craque no drible do jogo democrático. Diz uma coisa e faz outra. Aclamado, prestigiado, com um governo sob imensa aprovação, Lula alimenta-se do próprio prestígio. Nele se processa um fenômeno psicológico. Olimpiano, eleva-se à condição de divindade. Imbui-se do direito à infalibilidade. Tudo sabe e tudo pode fazer. Até desafiar o Tribunal de Contas da União, mandando a formalidade das leis às favas e dando verbas para obras consideradas suspeitas. A Lei Maior é ele. O argumento, claro, tem lastro junto às massas. Diz que não pode parar obras que acarretariam a perda de 25 mil empregos. Quem do contra há de ser? A lei das conveniências dá o tom. O Estado? Ora, é a extensão do todo-poderoso. E, assim, convivemos com uma forma despótica de governar. O império cerca-se de uma corte. As esporádicas reações das oposições não abalam o comandante nem afetam seus exércitos. O escudo que amortece o tiroteio é a relação direta entre ele e o povo, sem intermediação de grupos. O escudo chama-se populismo.
Essa é a tessitura que acolhe fagulhas e faíscas autoritárias. Quando alguma delas prenuncia incêndio, o presidente dribla a própria identidade, troca de aura e intervém para administrar conflitos e ajustar as partes. Emerge, então, o perfil do bombeiro, o algodão entre cristais. Mas, se for preciso, a aura é retocada para dar lugar ao espírito guerreiro, treinado na arte de acertar os alvos. Agora, a figura que emerge é a do palanqueiro, que estilhaça adversários. E a linguagem? É tosca e contundente. Sérgio Guerra, presidente do PSDB? Ah, é um "babaca". Que ninguém espere reprovação às expressões de Sua Excelência. O povo entende seu vocabulário e aplaude a maneira de ser
Gaudêncio Torquato
O ESTADO DE S PAULO, 31 janeiro 2010
Fagulhas autoritárias espalham-se pelo tecido institucional, ameaçando queimar bandeiras erguidas com muito esforço pela sociedade brasileira ao correr das últimas quatro décadas. A ameaça de fogo, que pode ainda desfazer o pacto pela harmonia social acertado no início do ciclo da redemocratização, parece imperceptível quando se olha a paisagem geral, onde se distinguem margens sociais atendidas por braços do Estado, o dínamo de uma economia que recupera forças e avança, apesar de percalços, e um corpo político sob razoável controle do primeiro mandatário da Nação. Este, aliás, está no epicentro do cenário, escorado em ampla aprovação das massas e largo prestígio internacional. Se as centelhas são pouco visíveis é porque um gigantesco cobertor social tem o condão de amortecer o impacto de medidas e projetos de ranço autoritário. Não escapam a núcleos formadores de opinião as persistentes investidas patrocinadas pelo Poder Executivo contra o painel das liberdades. Por ser detectada pela lupa de setores do meio da pirâmide, a escalada autoritária passa a frequentar o fórum da opinião pública, abrindo polêmica, levantando versões e criando embaraços aos seus inspiradores.
A mais nova fagulha é a anunciada disposição do governo, produzida no laboratório do ministro da Justiça, Tarso Genro (e que teria saído da cabeça do ex-ministro de coisas estapafúrdias, Mangabeira Unger), de obrigar as empresas a distribuir 5% do lucro líquido a seus empregados. O caráter intervencionista da medida vem-se somar ao repertório de intenções, algumas manifestas e outras latentes, que a administração federal tem procurado semear em muitos terrenos, particularmente nas áreas férteis dos direitos humanos, relações trabalhistas e controle dos meios de comunicação. O nexo entre os compartimentos temáticos é a defesa quase extrema do intervencionismo governamental, voltado para a manutenção de um Estado patrimonial, irracional, centralizador e autoritário, conceito reforçado pela onda da crise financeira internacional. Nem bem a tempestade amainou para ouvirmos os surrados refrãos contra o neoliberalismo, que ressoam das trombetas de grupos radicais, bandos oportunistas e movimentos badernistas de plantão, embalados na utópica revolução socialista. Basta ver o ímpeto desbragado de João Pedro Stédile no recente Fórum Social de Porto Alegre, ameaçando jogar o Movimento dos Sem-Terra (MST) nas ruas para combater o eventual candidato das oposições, José Serra, carimbado por ele como ícone neoliberal. Que disparate. Ontem, o MST, farto de verbas federais, conformava-se com invasão de propriedades. Hoje, ainda farto, faz campanha política, ajudando quem o ajuda.
O sofisma corre solto. Enquanto o espírito democrático se espraia por palanques, sob o batismo de nomes como cidadania, participação, justiça, igualdade social, repartição de renda, liberdades e direitos humanos, a alma autoritária emite sinais de intensa atividade. Aqui e ali, aparece o dedo intervencionista. Veja-se o chamado projeto de Pacto da República, que cria a figura da execução prévia, ao atribuir à Procuradoria da Fazenda Nacional a atividade jurisdicional, dando-lhe a faculdade de penhorar bens dos contribuintes, até pela via da internet. Veja-se o polêmico 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, cujos aspectos positivos não podem servir de tapume para esconder a reabertura de feridas do passado. Atente-se para a persistente intenção de setores governamentais de amordaçar os meios de comunicação. Ora se defende a criação de um Conselho de Comunicação, cuja missão seria a de determinar diretrizes para a mídia; ora se prega a maluca ideia de um ranking de veículos comprometidos com os direitos humanos, algo que serviria de patrulha ideológica. O vasto campo das relações trabalhistas recebe sementes das centrais sindicais, que tentam engessar o mercado, restringindo as condições do trabalho terceirizado - tendência mundial - e concentrando massas trabalhadoras em espaços sob seu pleno domínio. O autoritarismo é a sombra de uma República sindicalista.
Como se explica o gradual desenvolvimento do laivo autoritário? Simples. O xis da equação é o próprio presidente da República. Luiz Inácio é um craque no drible do jogo democrático. Diz uma coisa e faz outra. Aclamado, prestigiado, com um governo sob imensa aprovação, Lula alimenta-se do próprio prestígio. Nele se processa um fenômeno psicológico. Olimpiano, eleva-se à condição de divindade. Imbui-se do direito à infalibilidade. Tudo sabe e tudo pode fazer. Até desafiar o Tribunal de Contas da União, mandando a formalidade das leis às favas e dando verbas para obras consideradas suspeitas. A Lei Maior é ele. O argumento, claro, tem lastro junto às massas. Diz que não pode parar obras que acarretariam a perda de 25 mil empregos. Quem do contra há de ser? A lei das conveniências dá o tom. O Estado? Ora, é a extensão do todo-poderoso. E, assim, convivemos com uma forma despótica de governar. O império cerca-se de uma corte. As esporádicas reações das oposições não abalam o comandante nem afetam seus exércitos. O escudo que amortece o tiroteio é a relação direta entre ele e o povo, sem intermediação de grupos. O escudo chama-se populismo.
Essa é a tessitura que acolhe fagulhas e faíscas autoritárias. Quando alguma delas prenuncia incêndio, o presidente dribla a própria identidade, troca de aura e intervém para administrar conflitos e ajustar as partes. Emerge, então, o perfil do bombeiro, o algodão entre cristais. Mas, se for preciso, a aura é retocada para dar lugar ao espírito guerreiro, treinado na arte de acertar os alvos. Agora, a figura que emerge é a do palanqueiro, que estilhaça adversários. E a linguagem? É tosca e contundente. Sérgio Guerra, presidente do PSDB? Ah, é um "babaca". Que ninguém espere reprovação às expressões de Sua Excelência. O povo entende seu vocabulário e aplaude a maneira de ser
249) Opiniao sobre os candidatos - Sergio Fausto
Liderança à altura
Sergio Fausto
O Estado de S.Paulo, Domingo, 31 de Janeiro de 2010
Desde que voltamos a elegê-los diretamente, o Brasil teve cinco presidentes. Dois resultaram de acidentes históricos: Sarney, pela morte de Tancredo, e Itamar, pelo impeachment. Outro, Collor, foi um aventureiro que surgiu do nada, criou um partido de ocasião e se elegeu em circunstâncias excepcionais. Dos cinco, somente dois, Fernando Henrique e Lula, são personagens centrais da trama histórica que se desenrola no Brasil a partir da luta contra o regime autoritário. O fato de serem líderes antes de serem presidentes deu-lhes condições diferenciadas para o exercício do poder, seja no âmbito da política interna ou externa, por meio da diplomacia. Além da legitimidade formal decorrente dos votos, contavam (Lula ainda conta) com a legitimidade substantiva que só a biografia política pode conferir. Elemento essencial para presidir um país das dimensões e da complexidade do Brasil, onde desafios do século 19 convivem com os do século 21, onde o presidente eleito não conta com maiorias parlamentares automáticas, onde os interesses de regiões e grupos dificilmente confluem, onde a sociedade é fragmentada, mas ativa e reivindicante.
Há quem atribua alternativamente mais méritos a Fernando Henrique ou a Lula por hoje nos vermos e sermos vistos como um país apto e relevante, além de democrático. É difícil, no entanto, negar, para dizer de forma neutra, que ambos ajudam a explicar o "sucesso do Brasil", tal como ele é percebido dentro e, sobretudo, fora do País. Sucesso sempre relativo, por isso as aspas. Ainda assim, reconhecendo que este não é um país para principiantes, frase famosa de Tom Jobim, e considerando as alternativas, é difícil não concluir que o Brasil se beneficiou, desde 1994, da disponibilidade de lideranças históricas com viabilidade eleitoral. E que tenham sido Fernando Henrique e Lula os eleitos, e não outros.
Em outubro haverá eleições novamente. Dos candidatos prováveis, apenas José Serra tem biografia equiparável à do atual presidente e à de seu antecessor. É o único entre os dois principais candidatos cuja liderança não terá de ser forjada a golpes de marketing eleitoral. Sua liderança precede a sua candidatura. Sua biografia se confunde com a construção da democracia e das políticas públicas que estão na base do desenvolvimento econômico e social do Brasil recente. Secretário de Planejamento do governo Montoro, deputado federal, senador, ministro do Planejamento e da Saúde, prefeito e governador de São Paulo, Serra deixou sua marca na Lei de Responsabilidade Fiscal, no programa de controle e prevenção da aids, na ampliação do programa de saúde da família, na introdução dos medicamentos genéricos, para ficar apenas em exemplos na órbita federal. Sua candidatura é o desdobramento natural de uma trajetória pessoal indissociável da história política do País, no que ela tem de melhor.
Quando se olha pelas mesmas lentes, sobressai o artificialismo da candidatura de Dilma, produto da vontade de Lula e da escassez de candidatos no campo do PT, depois que Dirceu e Palocci foram abatidos pelo escândalo do mensalão. Que cargos eletivos disputou? Que experiência parlamentar possui? De que movimentos participou no âmbito da sociedade civil? Quando e onde foi testada nas habilidades que se requerem de uma pessoa que almeja ocupar o principal cargo político do País? De destaque, em sua biografia, além do engajamento na luta armada - experiência existencialmente significativa, mas de pouca valia na formação para a política numa sociedade democrática -, há o exercício de cargos executivos no governo do Rio Grande do Sul e no governo federal, com Lula. Numa administração marcada pela lentidão operacional, ganhou fama de eficiente. Tal eficiência, ainda que os fatos a comprovassem, recomendaria seu nome para novo posto gerencial, não para um cargo eminentemente político.
Sem experiência e liderança próprias, nem sequer em seu próprio partido, Dilma corre o risco de ser refém de uma aliança política cujo único denominador comum, além do apetite por votos e cargos, é a desconfiança recíproca de seus principais componentes, PT e PMDB, já demonstrada na temporada pré-eleitoral. O fiador da aliança, Lula, estará, em tese, fora do poder, à espera de 2014. Ficará de fato afastado ou buscará suprir o déficit de liderança da eventual presidente eleita? Se ficar afastado, vislumbra-se um governo consumido pela disputa palmo a palmo pelo aparelho do Estado. Será grande a tentação de inchá-lo ainda mais - com cargos, empresas e gastos - para pacificar os interesses em conflito. Cenário propenso a curtos-circuitos políticos e escândalos político-empresariais (reais ou fabricados pelos interesses que se sentirem alijados na disputa interna ao governo). Não haverá então Lula para sobrenadar a tudo e a todos. Na segunda hipótese, o atual presidente retém o poder de fato, deixando à sua sucessora o poder de direito. Para a democracia seria um retrocesso, por reforçar o componente personalista da nossa cultura política e tornar ainda menos transparente o processo decisório.
Nenhuma das hipóteses é boa para o Brasil. O País tem grandes desafios para atender às expectativas que nós mesmos (e o mundo) temos a nosso respeito. Parte dos desafios refere-se a coisas que sabíamos que teríamos de fazer e não fizemos - a mais urgente delas, deter o crescimento do gasto público corrente, para abrir espaço ao investimento e à redução da carga tributária, sem o que não haverá crescimento sustentado. A outra parte dos desafios não sabíamos que teríamos de enfrentar, mas o sucesso nos obriga a fazê-lo - por exemplo, definir com clareza o perfil da liderança regional do Brasil e da sua participação nos grandes temas globais, nas finanças, no clima e na segurança.
São desafios que exigem liderança à altura.
Sergio Fausto, diretor executivo do iFHC, é membro do Grupo de Acompanhamento da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP. E-mail: sfausto40@hotmail.com
Sergio Fausto
O Estado de S.Paulo, Domingo, 31 de Janeiro de 2010
Desde que voltamos a elegê-los diretamente, o Brasil teve cinco presidentes. Dois resultaram de acidentes históricos: Sarney, pela morte de Tancredo, e Itamar, pelo impeachment. Outro, Collor, foi um aventureiro que surgiu do nada, criou um partido de ocasião e se elegeu em circunstâncias excepcionais. Dos cinco, somente dois, Fernando Henrique e Lula, são personagens centrais da trama histórica que se desenrola no Brasil a partir da luta contra o regime autoritário. O fato de serem líderes antes de serem presidentes deu-lhes condições diferenciadas para o exercício do poder, seja no âmbito da política interna ou externa, por meio da diplomacia. Além da legitimidade formal decorrente dos votos, contavam (Lula ainda conta) com a legitimidade substantiva que só a biografia política pode conferir. Elemento essencial para presidir um país das dimensões e da complexidade do Brasil, onde desafios do século 19 convivem com os do século 21, onde o presidente eleito não conta com maiorias parlamentares automáticas, onde os interesses de regiões e grupos dificilmente confluem, onde a sociedade é fragmentada, mas ativa e reivindicante.
Há quem atribua alternativamente mais méritos a Fernando Henrique ou a Lula por hoje nos vermos e sermos vistos como um país apto e relevante, além de democrático. É difícil, no entanto, negar, para dizer de forma neutra, que ambos ajudam a explicar o "sucesso do Brasil", tal como ele é percebido dentro e, sobretudo, fora do País. Sucesso sempre relativo, por isso as aspas. Ainda assim, reconhecendo que este não é um país para principiantes, frase famosa de Tom Jobim, e considerando as alternativas, é difícil não concluir que o Brasil se beneficiou, desde 1994, da disponibilidade de lideranças históricas com viabilidade eleitoral. E que tenham sido Fernando Henrique e Lula os eleitos, e não outros.
Em outubro haverá eleições novamente. Dos candidatos prováveis, apenas José Serra tem biografia equiparável à do atual presidente e à de seu antecessor. É o único entre os dois principais candidatos cuja liderança não terá de ser forjada a golpes de marketing eleitoral. Sua liderança precede a sua candidatura. Sua biografia se confunde com a construção da democracia e das políticas públicas que estão na base do desenvolvimento econômico e social do Brasil recente. Secretário de Planejamento do governo Montoro, deputado federal, senador, ministro do Planejamento e da Saúde, prefeito e governador de São Paulo, Serra deixou sua marca na Lei de Responsabilidade Fiscal, no programa de controle e prevenção da aids, na ampliação do programa de saúde da família, na introdução dos medicamentos genéricos, para ficar apenas em exemplos na órbita federal. Sua candidatura é o desdobramento natural de uma trajetória pessoal indissociável da história política do País, no que ela tem de melhor.
Quando se olha pelas mesmas lentes, sobressai o artificialismo da candidatura de Dilma, produto da vontade de Lula e da escassez de candidatos no campo do PT, depois que Dirceu e Palocci foram abatidos pelo escândalo do mensalão. Que cargos eletivos disputou? Que experiência parlamentar possui? De que movimentos participou no âmbito da sociedade civil? Quando e onde foi testada nas habilidades que se requerem de uma pessoa que almeja ocupar o principal cargo político do País? De destaque, em sua biografia, além do engajamento na luta armada - experiência existencialmente significativa, mas de pouca valia na formação para a política numa sociedade democrática -, há o exercício de cargos executivos no governo do Rio Grande do Sul e no governo federal, com Lula. Numa administração marcada pela lentidão operacional, ganhou fama de eficiente. Tal eficiência, ainda que os fatos a comprovassem, recomendaria seu nome para novo posto gerencial, não para um cargo eminentemente político.
Sem experiência e liderança próprias, nem sequer em seu próprio partido, Dilma corre o risco de ser refém de uma aliança política cujo único denominador comum, além do apetite por votos e cargos, é a desconfiança recíproca de seus principais componentes, PT e PMDB, já demonstrada na temporada pré-eleitoral. O fiador da aliança, Lula, estará, em tese, fora do poder, à espera de 2014. Ficará de fato afastado ou buscará suprir o déficit de liderança da eventual presidente eleita? Se ficar afastado, vislumbra-se um governo consumido pela disputa palmo a palmo pelo aparelho do Estado. Será grande a tentação de inchá-lo ainda mais - com cargos, empresas e gastos - para pacificar os interesses em conflito. Cenário propenso a curtos-circuitos políticos e escândalos político-empresariais (reais ou fabricados pelos interesses que se sentirem alijados na disputa interna ao governo). Não haverá então Lula para sobrenadar a tudo e a todos. Na segunda hipótese, o atual presidente retém o poder de fato, deixando à sua sucessora o poder de direito. Para a democracia seria um retrocesso, por reforçar o componente personalista da nossa cultura política e tornar ainda menos transparente o processo decisório.
Nenhuma das hipóteses é boa para o Brasil. O País tem grandes desafios para atender às expectativas que nós mesmos (e o mundo) temos a nosso respeito. Parte dos desafios refere-se a coisas que sabíamos que teríamos de fazer e não fizemos - a mais urgente delas, deter o crescimento do gasto público corrente, para abrir espaço ao investimento e à redução da carga tributária, sem o que não haverá crescimento sustentado. A outra parte dos desafios não sabíamos que teríamos de enfrentar, mas o sucesso nos obriga a fazê-lo - por exemplo, definir com clareza o perfil da liderança regional do Brasil e da sua participação nos grandes temas globais, nas finanças, no clima e na segurança.
São desafios que exigem liderança à altura.
Sergio Fausto, diretor executivo do iFHC, é membro do Grupo de Acompanhamento da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP. E-mail: sfausto40@hotmail.com
sábado, 30 de janeiro de 2010
248) TCU vs Presidente: um conflito potencialmente perigoso para as eleicoes
Mas que provavelmente não vai ser resolvido na justiça (se é que existe uma, o que resta determinar, pois a Eleitoral desapareceu, ninguem sabe, ninguem viu...) antes das eleições de outubro...
Às favas o Tribunal de Contas
Gustavo Ribeiro
Veja, 30.01.2010
A dupla jornada de trabalho como chefe do Executivo e cabo eleitoral da ministra Dilma Rousseff levou o presidente Lula a se envolver em conflito delicado e preocupante. Na semana passada, o presidente atropelou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Congresso Nacional ao autorizar repasses de 13 bilhões de reais a quatro obras da Petrobras paralisadas por irregularidades graves, como superfaturamento. Lula simplesmente decidiu ignorar o trabalho dos fiscais, alegando que a paralisação causaria a demissão de 25 000 trabalhadores e um prejuízo de 268 milhões de reais mensais, atrasando ainda mais o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É um argumento tosco até em sua aparência. A canetada do presidente autoriza repasses às obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, além de um complexo petroquímico no Rio de Janeiro e um porto no Espírito Santo – todas em estados alinhados politicamente com o governo e, portanto, potenciais celeiros eleitorais da ministra Dilma. O espanto, porém, não se limitou ao mundo político e pode render uma dor de cabeça a mais a Lula.
"É uma atitude equivocada sob todos os aspectos da gestão pública. Se ocorrerem repasses, vou abrir processo contra os responsáveis, ainda que entre eles esteja o presidente da República", diz o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico. Os trâmites de uma eventual batalha na Justiça ainda são desconhecidos, dado o ineditismo do caso. "Vamos estudar essa questão a fundo. Nunca pensei que isso pudesse acontecer", espantou-se o procurador. Não faltaram sinais. Antes de atropelar o TCU, Lula já havia apontado a patrola do governo na direção do órgão. Não é de agora que o presidente tenta desmerecer o trabalho dos fiscais e responsabilizar o tribunal pelo atraso das obras do PAC. Ele chegou até a cogitar a possibilidade de criação de um órgão, subordinado ao governo, para supervisionar as fiscalizações. A ofensiva federal contra uma das poucas instituições capazes de descobrir e coibir grandes maracutaias com dinheiro público ainda não inviabilizou por completo o trabalho do TCU, mas já produz efeitos danosos. Até hoje, sempre que votava o orçamento do ano seguinte, o Congresso costumava acatar nove em cada dez recomendações do tribunal para paralisar repasses a obras suspeitas. Isso certamente impediu que algumas centenas de milhões de reais virassem fumaça. No fim do ano passado, porém, apenas metade das recomendações foi acolhida – decisão que só faz bem a empreiteiros desonestos e políticos que parasitam esse ecossistema.
Às favas o Tribunal de Contas
Gustavo Ribeiro
Veja, 30.01.2010
A dupla jornada de trabalho como chefe do Executivo e cabo eleitoral da ministra Dilma Rousseff levou o presidente Lula a se envolver em conflito delicado e preocupante. Na semana passada, o presidente atropelou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Congresso Nacional ao autorizar repasses de 13 bilhões de reais a quatro obras da Petrobras paralisadas por irregularidades graves, como superfaturamento. Lula simplesmente decidiu ignorar o trabalho dos fiscais, alegando que a paralisação causaria a demissão de 25 000 trabalhadores e um prejuízo de 268 milhões de reais mensais, atrasando ainda mais o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É um argumento tosco até em sua aparência. A canetada do presidente autoriza repasses às obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, além de um complexo petroquímico no Rio de Janeiro e um porto no Espírito Santo – todas em estados alinhados politicamente com o governo e, portanto, potenciais celeiros eleitorais da ministra Dilma. O espanto, porém, não se limitou ao mundo político e pode render uma dor de cabeça a mais a Lula.
"É uma atitude equivocada sob todos os aspectos da gestão pública. Se ocorrerem repasses, vou abrir processo contra os responsáveis, ainda que entre eles esteja o presidente da República", diz o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico. Os trâmites de uma eventual batalha na Justiça ainda são desconhecidos, dado o ineditismo do caso. "Vamos estudar essa questão a fundo. Nunca pensei que isso pudesse acontecer", espantou-se o procurador. Não faltaram sinais. Antes de atropelar o TCU, Lula já havia apontado a patrola do governo na direção do órgão. Não é de agora que o presidente tenta desmerecer o trabalho dos fiscais e responsabilizar o tribunal pelo atraso das obras do PAC. Ele chegou até a cogitar a possibilidade de criação de um órgão, subordinado ao governo, para supervisionar as fiscalizações. A ofensiva federal contra uma das poucas instituições capazes de descobrir e coibir grandes maracutaias com dinheiro público ainda não inviabilizou por completo o trabalho do TCU, mas já produz efeitos danosos. Até hoje, sempre que votava o orçamento do ano seguinte, o Congresso costumava acatar nove em cada dez recomendações do tribunal para paralisar repasses a obras suspeitas. Isso certamente impediu que algumas centenas de milhões de reais virassem fumaça. No fim do ano passado, porém, apenas metade das recomendações foi acolhida – decisão que só faz bem a empreiteiros desonestos e políticos que parasitam esse ecossistema.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
247) A Era das Inauguracoes - um novo livro de Eric Hobsbawm
Ah, peguei vocês, pensando que o último historiador marxista que leu Marx estava publicando um último lívro, einnn?
Com mil desculpas pela pegadinha, quero apenas transcrever uma crônica bem humorada de um jornalista que permanece independente...
Com cara de fim de feira
Augusto Nunes
Direto ao Ponto, 27 de janeiro de 2010
Terminado o primeiro mandato, o presidente Lula inaugurou a reconstrução do Brasil Antigo ─ retoques, adereços embelezadores e demais complementos seriam providenciados até dezembro de 2010. No meio do segundo, inaugurou a exploração do pré-sal e declarou inaugurado o Brasil do Futuro. Só ficou faltando a transposição das águas do Rio São Francisco, problema liquidado no ano passado: durante a visita a canteiros de obras imaginários, o cara inaugurou a ideia de deixar para os próximos presidentes o cumprimento da promessa de D.Pedro II.
Tudo resolvido, avisou que no último ano da Era Lula o Brasil voaria nas asas do PAC rumo ao clube das potências. É verdade que dois terços das obras (federais, estaduais e municipais) prometidas em 2007 nunca saíram do papel. Também é verdade que o dinheiro supostamente liberado nunca chega ao destino. Mas a campanha eleitoral começou, e agora as coisas andariam.
Embora o país continue o mesmo, é compreensível que milhões de brasileiros tenham virado o ano à espera do mais espetacular cortejo de inaugurações desde 1500. Continuam esperando, avisa o balanço de janeiro ─ reduzido a 15 dias porque nos restantes Lula e o isopor estavam na praia. O mês começou com a inauguração da pedra fundamental de uma refinaria da Petrobras no Maranhão. Pedras fundamentais sempre
foram lançadas, nunca inauguradas ─ e sem tambores nem clarins. Inaugurar pedra fundamental é como inaugurar planta de prédio. Neste janeiro, o governo institucionalizou a inauguração do nada.
O mês que começou bisonho não vai terminar melhor. Na segunda-feira, a comitiva presidencial passou por por São Paulo e inaugurou outro PAC, seguiu para o Rio e inaugurou uma creche. Coisa rotineira em qualquer lugarejo, inauguração de creche dura menos de meia hora, tempo suficiente para o descerramento da placa, meia dúzia de palavras do prefeito e o agradecimento de um o parente do homenageado. Nesta semana, pela primeira vez a inauguração de uma creche foi estrelada pelo presidente da República e transformada pelos oradores em marca de estadista.
O prefeito Eduardo Paes decidiu no meio do falatório que Sérgio Cabral é o maior governador da história do Rio. Cabral decidiu que Mãe do PAC é pouco, e promoveu Dilma Rousseff a Rainha do PAC. Os três repetiram que nunca houve um presidente como Lula, que achou os elogios muito merecidos e prometeu voltar assim que pudesse. Para inaugurar uma creche, para inaugurar uma pedra fundamental ou para inaugurar o lançamento de outro PAC. Só em janeiro lançou o da Copa, o da Olimpíada e, há dias, o PAC das Enchentes. Generoso, quer permitir que o prefeito Gilberto Kassab faça em São Paulo o que o governo federal não faz no resto do Brasil, sobretudo em Santa Catarina.
O que há com Lula que anda prometendo agora um PAC 2 sem conseguir inaugurar nada comparável à grandeza do maior dos governantes desde Tomé de Sousa? Não é possível que todas as hidrelétricas do PAC tenham sido paralisadas por bagres sabotadores do Rio Madeira. Nem que todas as rodovias em construção no papelório na bolsa de Dilma Rousseff estejam sob o domínio das pererecas terroristas do Rio Grande do Sul.
Alguma obra de bom tamanho deve estar pronta para o comício de praxe.
Vale qualquer hospital que tenha escapado da lupa do Tribunal de Contas. Vale até cadeia de segurança máxima prometida em 2003.
As festas de inauguração de miudezas e fantasias vão engrossando a suspeita de que o PAC é a maior das mentiras de Dilma ─ e a maior das tapeações de Lula. Este começam a deixar este fim de governo com cara de fim de feira.
Com mil desculpas pela pegadinha, quero apenas transcrever uma crônica bem humorada de um jornalista que permanece independente...
Com cara de fim de feira
Augusto Nunes
Direto ao Ponto, 27 de janeiro de 2010
Terminado o primeiro mandato, o presidente Lula inaugurou a reconstrução do Brasil Antigo ─ retoques, adereços embelezadores e demais complementos seriam providenciados até dezembro de 2010. No meio do segundo, inaugurou a exploração do pré-sal e declarou inaugurado o Brasil do Futuro. Só ficou faltando a transposição das águas do Rio São Francisco, problema liquidado no ano passado: durante a visita a canteiros de obras imaginários, o cara inaugurou a ideia de deixar para os próximos presidentes o cumprimento da promessa de D.Pedro II.
Tudo resolvido, avisou que no último ano da Era Lula o Brasil voaria nas asas do PAC rumo ao clube das potências. É verdade que dois terços das obras (federais, estaduais e municipais) prometidas em 2007 nunca saíram do papel. Também é verdade que o dinheiro supostamente liberado nunca chega ao destino. Mas a campanha eleitoral começou, e agora as coisas andariam.
Embora o país continue o mesmo, é compreensível que milhões de brasileiros tenham virado o ano à espera do mais espetacular cortejo de inaugurações desde 1500. Continuam esperando, avisa o balanço de janeiro ─ reduzido a 15 dias porque nos restantes Lula e o isopor estavam na praia. O mês começou com a inauguração da pedra fundamental de uma refinaria da Petrobras no Maranhão. Pedras fundamentais sempre
foram lançadas, nunca inauguradas ─ e sem tambores nem clarins. Inaugurar pedra fundamental é como inaugurar planta de prédio. Neste janeiro, o governo institucionalizou a inauguração do nada.
O mês que começou bisonho não vai terminar melhor. Na segunda-feira, a comitiva presidencial passou por por São Paulo e inaugurou outro PAC, seguiu para o Rio e inaugurou uma creche. Coisa rotineira em qualquer lugarejo, inauguração de creche dura menos de meia hora, tempo suficiente para o descerramento da placa, meia dúzia de palavras do prefeito e o agradecimento de um o parente do homenageado. Nesta semana, pela primeira vez a inauguração de uma creche foi estrelada pelo presidente da República e transformada pelos oradores em marca de estadista.
O prefeito Eduardo Paes decidiu no meio do falatório que Sérgio Cabral é o maior governador da história do Rio. Cabral decidiu que Mãe do PAC é pouco, e promoveu Dilma Rousseff a Rainha do PAC. Os três repetiram que nunca houve um presidente como Lula, que achou os elogios muito merecidos e prometeu voltar assim que pudesse. Para inaugurar uma creche, para inaugurar uma pedra fundamental ou para inaugurar o lançamento de outro PAC. Só em janeiro lançou o da Copa, o da Olimpíada e, há dias, o PAC das Enchentes. Generoso, quer permitir que o prefeito Gilberto Kassab faça em São Paulo o que o governo federal não faz no resto do Brasil, sobretudo em Santa Catarina.
O que há com Lula que anda prometendo agora um PAC 2 sem conseguir inaugurar nada comparável à grandeza do maior dos governantes desde Tomé de Sousa? Não é possível que todas as hidrelétricas do PAC tenham sido paralisadas por bagres sabotadores do Rio Madeira. Nem que todas as rodovias em construção no papelório na bolsa de Dilma Rousseff estejam sob o domínio das pererecas terroristas do Rio Grande do Sul.
Alguma obra de bom tamanho deve estar pronta para o comício de praxe.
Vale qualquer hospital que tenha escapado da lupa do Tribunal de Contas. Vale até cadeia de segurança máxima prometida em 2003.
As festas de inauguração de miudezas e fantasias vão engrossando a suspeita de que o PAC é a maior das mentiras de Dilma ─ e a maior das tapeações de Lula. Este começam a deixar este fim de governo com cara de fim de feira.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
246) Pesquisa fluminense, ou carioca, whatever...
Rio: Dilma empatou com Serra
Vox Populi - Eleições presidenciais, Rio de Janeiro:
- Serra, 27%
- Dilma, 26%
- Ciro Gomes, 14%
- Marina Silva, 8%.
Vox Populi - Eleições presidenciais, Rio de Janeiro:
- Serra, 27%
- Dilma, 26%
- Ciro Gomes, 14%
- Marina Silva, 8%.
245) Lula feliz na enchente
Acredito que também será importante para o contexto, digamos, psicológico das eleições...
LULA FELIZ NA ENCHENTE
Reinaldo Azevedo, 26/01/10
Eu vou explicar pra vocês por que o filme Lula, O Filho do Brasil, dançou. Arnaldo Jabor acha que foi por causa da patrulha ideológica. O povo, convenham, não sabe se isso é de comer, beber ou montar… Mas, antes, terei de fazer algumas considerações.
Lula, como sabemos, gosta de temperar as suas análises com fatos de sua vida pessoal. Embora ele seja muito apreciado pelos marxistas do calcanhar sujo, fiquei sabendo que Jacques Le Goff pensa em conceder-lhe o título de doutor honoris causa em Conversa Mole de Cotidiano. A Conversa Mole do Cotidiano é a história do cotidiano com o cotovelo no balcão. Lula é, assim, um pós-Annales, no bom sentido naturalmente, que é o francês…
Nada escapa à sua biografia. Passado, presente e futuro do Brasil; felicidades e dramas do povo; o destino das nações; o devir do Haiti, o porvir da América… Sempre há um acontecimento, uma ocorrência, uma historinha na vida do filho de Dona Lindu que servem como metáfora ou parábola daquilo que experimentamos. Pode-se dizer ainda, numa outra linha de análise, que Lula é um neoplatônico: tudo o que acontece já foi antes contemplado pela alma, e este mundo é mera reminiscência — com uma pequena variação, claro: a “alma”, no caso, não sendo a do Caboclo Arranca Toco, é mesmo a do Caboclo Lula…
O “Filho do Brasil” recebeu ontem a Medalha 25 de Janeiro do prefeito Gilberto Kassab. São Paulo vive neste janeiro o pior aguaceiro em 77 anos. Se chover hoje, será o 35º dia consecutivo. E Lula decidiu falar das enchentes. A propósito: um pouco mais tarde, no Rio, tentou mudar de assunto, mas ficou ilhado numa creche — por causa das… enchentes!!!
Muito bem. Na capital paulista, depois de oferecer o PAC 2 como solução para os males da cidade, decidiu narrar a sua própria experiência. Mandou ver:
“Aqui, eu fui morar na Vila Carioca, que dava enchente todo final de ano. Não é de hoje que dá enchente. Naquele tempo, eu trabalhava nos Armazéns Gerais Colúmbia… A gente, muitas vezes, NÃO IA TRABALHAR porque a [avenida] Presidente Wilson enchia e, OBVIAMENTE EU GOSTAVA PORQUE EU NÃO TINHA DE TRABALHAR.”
Ah, bem, se eu fosse o cara azedo que dizem alguns jornalistas sem valor (enquanto ajudam a afundar os veículos em que trabalham), poderia escrever que a confissão demonstra que Lula nunca gostou muito do batente mesmo. Sem trabalhar propriamente — sabem, né? Trabalho é aquela obrigação que ou você cumpre ou tem de cantar em outra freguesia —, Lula está desde 1975, quando virou poder no sindicato. A partir dali, viveu sempre como NÃO vive um burguês típico — que TRABALHA. Lula, nestes 35 anos, está mais para um aristocrata, um fidalgo. Esperto, ele submeteu a mácula de ofício a uma ligeira torção: arrota uma sapiência quase sobrenatural porque sujou um dia a mão de graxa. Ah, mas isso seria muito azedo. Os jornalistas sem valor, que tanto se valorizam, diriam: “Mas como ele é reacionário e azedo!” A fala me trouxe uma iluminação.
Por que Barretão deu com os burros n’água
Eu ainda não vi Lula, o Filho do Brasil no cinema. Não vejo filmes piratas. Mas, se os visse, de pouco adiantaria no caso. A versão encalhada nos camelôs, me informam, é falsa. Estão vendendo o documentário A Greve, de Leon Hirszman. Vejam que interessante: a cópia falsa sobre a falsa vida de Lula trata de um evento verdadeiro, que é a greve dos metalúrgicos de 1979. Mas já me desviei de novo. Volto ao ponto.
Por que o filme flopou? Por tudo o que me dizem, dados os trailers da TV e dos cinemas — invariavelmente vaiados (nos cinemas e aqui em casa) —, construiu-se um Lula segundo, lá vou eu usar vocabulário pseudo, o olhar dos intelectuais. Não que o filme de Barreto, tudo indica, tenha lá grande complexidade. Mas se trata, inegavelmente, de um herói com têmpera de aço, a quem não faltou também um tanto de predestinação. É o homem do realismo socialista, porém temperado por certo misticismo de extração religiosa.
Será que o povo vê Lula, o de verdade, por esse filtro? A academia gosta de pensar que ele é o “intelectual orgânico” de sua classe. O homem ignora categorias do marxismo, e a intelectuália de esquerda sabe disso. Ocorre que ela considera que o marxismo não o ignora. Nesse estrito sentido, ele não seria personagem, vamos dizer, de sua própria vida privada, mas expressão de um movimento de crescente conscientização das massas, que aponta para um futuro. Por mais meloso e novelístico que o filme possa ser, estou certo de que esse ingrediente está lá: Lula seria a vanguarda de uma história que se move como organismo vivo, com um sentido determinado, com um vetor claramente definido.
Não poderia mesmo dar em boa coisa. O Lula de verdade é este que falou sobre a enchente, o que ficava contente quando vinha o aguaceiro porque não precisava trabalhar. E o “trabalho”, na mística e na mitologia marxistas, é a único ativo que o trabalhador tem de realmente seu — além dos grilhões a perder, claro… É com esse ativo que ele faz a revolução. Mas quê… Lula até achava conveniente o drama. Mucanaíma preferia ficar com água pela cintura a pôr a serviço da classe o seu ativo revolucionário…
Pois é… Só os intelectuais e certa classe média do miolo mole, que padece de uma espécie de bovarismo político (que vê com olhos românticos a sapiência natural do homem do povo), vislumbram em Lula esse demiurgo dos trabalhadores e dos pobres, esse predestinado, esse Cristo de São Bernardo. O povão não tem, vênia máxima, esses fricotes analíticos. Aprecia em Lula aquilo que aqueles outros até repudiam: essa esperteza malandra. Dá, se querem saber, pouco importância à mitologia do redentor de uma classe e dos pobres; preferem o sujeito safo, que chegou lá mesmo sem ter título — não porque, como querem os tontos, o consideram um gênio natural, mas porque lhe atribuem artimanhas que lhe permitem vencer, iludir ou ultrapassar políticos eventualmente mais bem-preparados. A idéia do super-homem, porém com um grande coração, é tara de ilustrados — ou, vá lá, quase isso.
O Lula que engana, que passa a perna nos outros, que ficava feliz com a enchente porque não tinha de trabalhar, que pedia a auxiliares no sindicato que sempre lhe mandassem as viuvinhas ajeitadinhas com problemas — era a sua forma de homenagear o morto… — aparece no filme? Não! Os Barretos cometeram o erro de ignorar o Lula por muitos apreciado em benefício de uma visão romantizada, que, no máximo, atrai a militância petista. Aparecesse ele no filme dando um truque em alguém, fazendo alguma pequena trapaça, buscando se dar bem de maneira nem sempre lícita, e o filme seria um estouro de bilheteria.
Ora, os altos índices de aprovação do governo Lula nada têm a ver com a sua moral reta, inquebrantável, incorruptível. Ao contrário até: espera-se dele que dê um truque em alguém; sua virtude está em iludir, não em dizer as verdades eternas.
LULA FELIZ NA ENCHENTE
Reinaldo Azevedo, 26/01/10
Eu vou explicar pra vocês por que o filme Lula, O Filho do Brasil, dançou. Arnaldo Jabor acha que foi por causa da patrulha ideológica. O povo, convenham, não sabe se isso é de comer, beber ou montar… Mas, antes, terei de fazer algumas considerações.
Lula, como sabemos, gosta de temperar as suas análises com fatos de sua vida pessoal. Embora ele seja muito apreciado pelos marxistas do calcanhar sujo, fiquei sabendo que Jacques Le Goff pensa em conceder-lhe o título de doutor honoris causa em Conversa Mole de Cotidiano. A Conversa Mole do Cotidiano é a história do cotidiano com o cotovelo no balcão. Lula é, assim, um pós-Annales, no bom sentido naturalmente, que é o francês…
Nada escapa à sua biografia. Passado, presente e futuro do Brasil; felicidades e dramas do povo; o destino das nações; o devir do Haiti, o porvir da América… Sempre há um acontecimento, uma ocorrência, uma historinha na vida do filho de Dona Lindu que servem como metáfora ou parábola daquilo que experimentamos. Pode-se dizer ainda, numa outra linha de análise, que Lula é um neoplatônico: tudo o que acontece já foi antes contemplado pela alma, e este mundo é mera reminiscência — com uma pequena variação, claro: a “alma”, no caso, não sendo a do Caboclo Arranca Toco, é mesmo a do Caboclo Lula…
O “Filho do Brasil” recebeu ontem a Medalha 25 de Janeiro do prefeito Gilberto Kassab. São Paulo vive neste janeiro o pior aguaceiro em 77 anos. Se chover hoje, será o 35º dia consecutivo. E Lula decidiu falar das enchentes. A propósito: um pouco mais tarde, no Rio, tentou mudar de assunto, mas ficou ilhado numa creche — por causa das… enchentes!!!
Muito bem. Na capital paulista, depois de oferecer o PAC 2 como solução para os males da cidade, decidiu narrar a sua própria experiência. Mandou ver:
“Aqui, eu fui morar na Vila Carioca, que dava enchente todo final de ano. Não é de hoje que dá enchente. Naquele tempo, eu trabalhava nos Armazéns Gerais Colúmbia… A gente, muitas vezes, NÃO IA TRABALHAR porque a [avenida] Presidente Wilson enchia e, OBVIAMENTE EU GOSTAVA PORQUE EU NÃO TINHA DE TRABALHAR.”
Ah, bem, se eu fosse o cara azedo que dizem alguns jornalistas sem valor (enquanto ajudam a afundar os veículos em que trabalham), poderia escrever que a confissão demonstra que Lula nunca gostou muito do batente mesmo. Sem trabalhar propriamente — sabem, né? Trabalho é aquela obrigação que ou você cumpre ou tem de cantar em outra freguesia —, Lula está desde 1975, quando virou poder no sindicato. A partir dali, viveu sempre como NÃO vive um burguês típico — que TRABALHA. Lula, nestes 35 anos, está mais para um aristocrata, um fidalgo. Esperto, ele submeteu a mácula de ofício a uma ligeira torção: arrota uma sapiência quase sobrenatural porque sujou um dia a mão de graxa. Ah, mas isso seria muito azedo. Os jornalistas sem valor, que tanto se valorizam, diriam: “Mas como ele é reacionário e azedo!” A fala me trouxe uma iluminação.
Por que Barretão deu com os burros n’água
Eu ainda não vi Lula, o Filho do Brasil no cinema. Não vejo filmes piratas. Mas, se os visse, de pouco adiantaria no caso. A versão encalhada nos camelôs, me informam, é falsa. Estão vendendo o documentário A Greve, de Leon Hirszman. Vejam que interessante: a cópia falsa sobre a falsa vida de Lula trata de um evento verdadeiro, que é a greve dos metalúrgicos de 1979. Mas já me desviei de novo. Volto ao ponto.
Por que o filme flopou? Por tudo o que me dizem, dados os trailers da TV e dos cinemas — invariavelmente vaiados (nos cinemas e aqui em casa) —, construiu-se um Lula segundo, lá vou eu usar vocabulário pseudo, o olhar dos intelectuais. Não que o filme de Barreto, tudo indica, tenha lá grande complexidade. Mas se trata, inegavelmente, de um herói com têmpera de aço, a quem não faltou também um tanto de predestinação. É o homem do realismo socialista, porém temperado por certo misticismo de extração religiosa.
Será que o povo vê Lula, o de verdade, por esse filtro? A academia gosta de pensar que ele é o “intelectual orgânico” de sua classe. O homem ignora categorias do marxismo, e a intelectuália de esquerda sabe disso. Ocorre que ela considera que o marxismo não o ignora. Nesse estrito sentido, ele não seria personagem, vamos dizer, de sua própria vida privada, mas expressão de um movimento de crescente conscientização das massas, que aponta para um futuro. Por mais meloso e novelístico que o filme possa ser, estou certo de que esse ingrediente está lá: Lula seria a vanguarda de uma história que se move como organismo vivo, com um sentido determinado, com um vetor claramente definido.
Não poderia mesmo dar em boa coisa. O Lula de verdade é este que falou sobre a enchente, o que ficava contente quando vinha o aguaceiro porque não precisava trabalhar. E o “trabalho”, na mística e na mitologia marxistas, é a único ativo que o trabalhador tem de realmente seu — além dos grilhões a perder, claro… É com esse ativo que ele faz a revolução. Mas quê… Lula até achava conveniente o drama. Mucanaíma preferia ficar com água pela cintura a pôr a serviço da classe o seu ativo revolucionário…
Pois é… Só os intelectuais e certa classe média do miolo mole, que padece de uma espécie de bovarismo político (que vê com olhos românticos a sapiência natural do homem do povo), vislumbram em Lula esse demiurgo dos trabalhadores e dos pobres, esse predestinado, esse Cristo de São Bernardo. O povão não tem, vênia máxima, esses fricotes analíticos. Aprecia em Lula aquilo que aqueles outros até repudiam: essa esperteza malandra. Dá, se querem saber, pouco importância à mitologia do redentor de uma classe e dos pobres; preferem o sujeito safo, que chegou lá mesmo sem ter título — não porque, como querem os tontos, o consideram um gênio natural, mas porque lhe atribuem artimanhas que lhe permitem vencer, iludir ou ultrapassar políticos eventualmente mais bem-preparados. A idéia do super-homem, porém com um grande coração, é tara de ilustrados — ou, vá lá, quase isso.
O Lula que engana, que passa a perna nos outros, que ficava feliz com a enchente porque não tinha de trabalhar, que pedia a auxiliares no sindicato que sempre lhe mandassem as viuvinhas ajeitadinhas com problemas — era a sua forma de homenagear o morto… — aparece no filme? Não! Os Barretos cometeram o erro de ignorar o Lula por muitos apreciado em benefício de uma visão romantizada, que, no máximo, atrai a militância petista. Aparecesse ele no filme dando um truque em alguém, fazendo alguma pequena trapaça, buscando se dar bem de maneira nem sempre lícita, e o filme seria um estouro de bilheteria.
Ora, os altos índices de aprovação do governo Lula nada têm a ver com a sua moral reta, inquebrantável, incorruptível. Ao contrário até: espera-se dele que dê um truque em alguém; sua virtude está em iludir, não em dizer as verdades eternas.
Marcadores:
governo Lula,
Reinaldo Azevedo
244) O Neto do Brasil
Talvez importante para a campanha eleitoral...
"Quem manda neste país é o meu pai"
OS DONOS DO BRASIL
Blog "Movimento, Ordem Vigilia Contra a Corrupção"
"Você sabe com quem está falando?"
Em uma viagem tomei conhecimento sobre um episódio deprimente, ocorrido durante uma apresentação do Cirque du Soleil. Foi relatado por um dos organizadores.
A cena foi protagonizada pelo filho do filho do Brasil, aquele que quer ser técnico de futebol. Exaltado e bêbado, Luiz Cláudio Lula da Silva teve que ser retirado pelos seguranças do Cirque du Soleil, porque ele acredita ser o dono de tudo, até mesmo de um espetáculo estrangeiro que tem as garantias legais para atuar em qualquer lugar do mundo, sob a proteção das leis de seu país originário, no caso, do Canadá.
Aos fatos: O filho de Lula, o mais novo, no Cirque du Soleil
“Quem manda nesse país é o meu pai, eu sento onde eu quiser e mando minha turma bater em você, porque descubro onde você mora”.
E repetia mil vezes: "Você sabe com quem está falando? Também, posso fazer você perder seu emprego."
É assim que os “silvas” pensam: o Brasil é deles. Esse cretino tomou o assento de três senhoras que haviam pagado seus ingressos, e não queria sair do lugar delas de jeito nenhum. Ele estava acompanhado de duas garotas.
O coordenador chamou o segurança e o fez sair. O cafajeste estava bêbado e se recusava a tomar o assento que ele havia comprado, queria aquele lugar porque ele era o filho do Lula.
Pois bem, ele pediu para chamar o presidente do Cirque du Soleil. O canadense veio atendê-lo; ai... ele dizia ao coordenador :"Duvido que você conte a ele, que mandou o segurança retirar o filho do presidente do Brasil, que manda em tudo"...
Isto ele dizia aos berros e intercalado com palavrões. O funcionário respondeu:
"Eu falo sete idiomas e vou traduzir do jeito que você falar, mesmo falando mal de mim...' Bom, uma das amiguinhas dele falava inglês, e foi ouvindo o coordenador traduzir literalmente a conversa do imbecil.
Resumindo: O diretor canadense, disse: “Aqui mando eu, e meu funcionário obedeceu rigorosamente as leis que regem o Cirque du Soleil, portanto, você se dirija ao seu lugar ou retire-se”
Ele se retirou, e tornou a voltar porque as moças estavam chorando e queriam ver o Show.
Muitos da platéia diziam: Ele é igual ao pai, vejam como está bêbado. Palhaço!!!
Lógico que foi solicitado ao público que parasse com as manifestações. Mas o vagabundo-juniorzinho da Silva é baixo igual ao PAI. (não é o ex-funcionário de zoológico, Lulinha Jr., é o anão que quer ser técnico de futebol, sem talento para a coisa!
Lembrei-me dos filhos de Saddam Hussein!
Observação importante:
Para os dirigentes do Cirque du Soleil, a montagem do espetáculo, seja em qualquer país, obedece as leis canadenses.
Para facilitar o entendimento: é como a nossa Embaixada em Honduras. Lá, manda o governo brasileiro, que deve obedecer as regras diplomáticas; por sinal, coisa que o Lula não fez, pois transformou aquele “território” na Casa da Mãe Joana.
O ocorrido, relatado acima, foi no Brasil e a história nos foi contada por um dos organizadores do Cirque. O filho do filho do Brasil teria pago R$ 700 pelo ingresso, e sua fileira era bem melhor que a fileira onde estavam as três senhoras, pois oferecia uma visão mais ampla para o espetáculo. Porém, ele invocou que queria o lugar delas.
PS I - O organizador nos explicou que nem com uma liminar ele poderia quebrar as regras du Cirque. E confessou-nos, que pela arrogância e violência do “neto” do Brasil, ele tremeu nas bases quando foi ameaçado, justamente porque sua família reside no Brasil. Por Gabriela/Arthur
Postado por movimento da ordem vigilia contra corrupção às 1/22/2010 11:10:00 PM
Artigos Relacionados:
21 Comentários:
Anônimo disse...
Que sórdido. Esse da Silva é um fuleiro de quinta mesmo ahahahah
Os gastos com viagens e com prostitutas foram financiados por quem???
23 de janeiro de 2010 01:46
João de Mello disse...
FDP. Eu daria um Cacete neste vagabundo, caso pegasse o lugar de minha família.
23 de janeiro de 2010 10:40
Ana Maria Nunes disse...
que horror! ôo gente metida à besta.
23 de janeiro de 2010 10:52
Anônimo disse...
Ditadorzinho de merda!!!!
Tal pai , tal filho!!!
23 de janeiro de 2010 10:54
Caçador Louco disse...
Ahhhhhhh!! eu queria um miserável desse aprontando na minha frente, eu daria um MURRO que ele ficaria sem dentes.
Toma cuidado seu Filho do filho da *P"
23 de janeiro de 2010 11:24
bellzinham@hotmail.com disse...
Se fosse comigo, eu mesma teria enchido a cara dele de porrada e sem me importar com incidente diplomático, e muito menos acidentes com velhacos rsrsrsrsrsrs.
Não adianta passar batom na boca do porco ele continuará sendo porco e fedendo do mesmo jeito.
e nem passar perfume frances em gambá pq o fedor fica pior
Resumindo: Pai porco de batom e com o mesmo hálito de porco,
Filhinho Gambá banhado com perfume frances,mas, com hálito de cobra jibóia.... aí aí hoje eu estou em estado de graça !! rsrsrsrsrsrsrsrs.
23 de janeiro de 2010 12:05
Gabriela disse...
A petezada já está desmentindo.
Copiaram nossa matéria sem colocar os autores.
Só vale se a "GLOBO" vendida tivesse noticiado. Ah, tá!
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100123053602AA4BhNW
Também quero que se matem por lá. Contamos o que nos foi relatado pela própria vítima.
23 de janeiro de 2010 13:30
FRANK TAVARES disse...
plenamente que é um absurdo se tal fato ocorreu!Não vivemos mais no tempo do "sabe com quem ta falando"(quero acreditar nisso), mais um blog que tem Claudio Humberto(Collor lembram-se)como colunista eu fico desconfiado também.Eu não xingo, não me exalto, acho apenas que teria que ser cumprida a lei, ou seja, coloca-lo para fora, mesmo que com ajuda policial.E quero ainda dizer que a bebida e o poder espúrio é que fazem dessas coisa e que no tempo do FHC era coisa comum isso(Lembrar o "DOUTOR"Paulo Cardoso filho do FHC e suas trapalhadas e tambem da filha) ocorrer tambem, ou seja, tudo farinha do mesmo saco.Frank Tavares/FotoJornalista
23 de janeiro de 2010 18:19
Arthur disse...
Desconfiado fico eu quando aparece algum que se diz ‘menos exaltado’ [que os demais], porém, não menos disposto a evocar FHC ou tentar descredenciar a fonte, quando a notícia expõe o fígado do mestre.
Exaltados ou não, a picaretagem da militância não varia de voltagem.
Sim um absurdo! Mas em tempos de DON Lula, cá entre nós, o ocorrido é perfeitamente normal.
23 de janeiro de 2010 18:45
gabriela disse...
A fonte somos nós que ouvimos do próprio funcionário agredido verbalmente. Não revelo seu nome, jamais! Só porque não foi a GLOBO vendida que noticiou, ai..colocam em dúvidas. Não me importo! Ouvimos e publicamos o relato do funcionário à época agredido. Claro, que o sujeitinho foi convidado a sair pelo segurança. Basta ler direito.
E sei muito mais! Ele faz faculdade de educação física, de acordo com relato de um professor é uma "ameba" ambulante. Dificuldade extrema de assimilação. E quer ser técnico de futebol! Viva os filhos de Saddan da Silva.
Eu detesto tecer comentários sobre filhos, porque os tenho, mas se meu filho fizesse isto, seria bravamente repreendido. Só que nossos filhos não fazem esses horrores porque foram educados, e cheiram muito bem. A genética é boa.
23 de janeiro de 2010 19:11
Anônimo disse...
É só mete uma bala nos cornos deste imbecil e mandar ele sentar no colo do capeta! É assim que se trata o filho de um ditador.
23 de janeiro de 2010 19:26
BOOTLEAD disse...
Caros Gabriela e Arthur,
Pois é, o vagabundo também tem os mesmos gostos do filho do "satan hussein", dirige acintosamente entre o eixo, Grande ABC-São Paulo (Capital), um auto Porsche 911 Turbo, Cinza Meteoro ano 2008/2009, placas frias, no valor de + ou – R$ 700 mil. Nesses deslocamentos, onde não são respeitados limites de velocidade, semáforos no vermelho, estacionamentos proibidos, etc., é sempre acompanhado de dois Ford Fusion (blindados), pretos com dois ocupantes em cada veículo, sendo que em um dos veículos vão dois oficiais do CIE-EB e no outro dois agentes da PF, possivelmente do COT. Imagine que o cafajeste, agora é auxiliar de preparação física do Corinthians, clube filiado ao PT, vive zanzando de cá para lá, geralmente pelas casas noturnas mais badaladas de Sampa e sempre acompanhado de amigos e garotas programáveis. O que me estranha nesse caso do Cirque du Soleil, é o fato de não haver junto a ele os dois "acompanhantes" da PF, que ficam grudados nele (sem a mínima discrição) quando no interior dos locais freqüentados pelo mesmo, já os do EB ficam do lado de fora tomando conta das entradas e dos veículos. Caso mantiverem contato com o funcionário que lhes relatou o sucedido, perguntem a ele onde estavam os tais "satélites".
Um abraço e parabéns pelo ótimo trabalho,
Boot
ET: Lembram-se do outro "neto do brasil", o tal Sandro Luiz, que estava na casa de uma namoradinha em Santo André, quando dois ou três assaltantes tentaram levar o veículo ocupado pelos "seguranças" (na época um Chevrolet Astra, não blindado) e na troca de tiros o ST do EB Alcir José Tomazi acabou morrendo bestamente, deixando mulher e dois filhos, devido a estar prestando serviço de "capanga" de desocupado. É para isso que servem os integrantes do Exército Brasileiro? Morrer por esse tipo de gentalha?
23 de janeiro de 2010 22:00
Arthur disse...
Procede o questionamento, meu caro BOOTLEAD...
Vamos sim, perguntar sobre os dois "acompanhantes" da PF, onde estavam?
Um grande abraço
24 de janeiro de 2010 09:46
Anônimo disse...
Oi, BOOTLEAD
Obrigada, pelo apoio.
Essa resposta vou ficar devendo. O funcionário du Cirque não mencionou seguranças dentro do Cique, e sim, as duas garotas acompanhantes. Ele chegou a sair du Cirque, e retornou voltando para sentar-se no seu Lugar, após o acontecido. Eu deixei nosso e-mail do MOVCC para ele entrar em contato caso quisesse fazer um depoimento. Fui autorizada por ele a contar esse episódio. Assim, como vc está nos contando sobre essa figura execrável.Então bate tudo pela descrição. Caso ele entre em contato tornarei a perguntar outra vez, mas sei que dentro do Cirque contado pelo funcionário, só estavam os 3 (três). O filho do Lula e as duas garotas.
A sua pergunta é válida, mas não sei informar se haviam seguranças fora do Cirque. Isto ele não cometou. Obrigada, pelo interesse.
24 de janeiro de 2010 12:25
Pau no Nariz do da Seeelva disse...
Globo + sindicalistas + os da seeelva = #$%¨& ao cubo!
24 de janeiro de 2010 17:42
Solapapo disse...
Grande Blog do MOVCC
Se estivesse nesse Show ajudaria o segurança dar um solapapo nesse malandro.
Gostei do blog de vôces. Não saio mais daqui.
abraços
24 de janeiro de 2010 22:09
Arthur disse...
Bia..
Seu comentário não foi liberado ainda pq não entendemos direito onde procurar a tal informação que nospassou. Se quiser mandar algum texto use o nosso "CONTATO"
Obrigado
24 de janeiro de 2010 22:10
Arthur disse...
Quis dizer LIA, não Bia. Mande-nos mais informações ok?
24 de janeiro de 2010 22:48
Indignada.com, disse...
Taí no que dá botar um ignorante analfabeto para ser presidente de um país. O resultado é que eles pensam que o país é propriedade deles.
25 de janeiro de 2010 10:18
Magali FL disse...
Essa reportagem é demaissssssssss!
Os partidos políticos deviam usá-las. Eu estou insuportavelmente enojada.
25 de janeiro de 2010 19:32
Julio Protesto disse...
Só podia ser filho da M.... como lulla diz. Tal filho tal pai.Este não é o meu país. Me envergonho da situação atual.Nem há luz no fim do túnel. É apagão total de moral, carater e vergonha na cara. Foram deixar chegar a este ponto!!!!
26 de janeiro de 2010 00:37
"Quem manda neste país é o meu pai"
OS DONOS DO BRASIL
Blog "Movimento, Ordem Vigilia Contra a Corrupção"
"Você sabe com quem está falando?"
Em uma viagem tomei conhecimento sobre um episódio deprimente, ocorrido durante uma apresentação do Cirque du Soleil. Foi relatado por um dos organizadores.
A cena foi protagonizada pelo filho do filho do Brasil, aquele que quer ser técnico de futebol. Exaltado e bêbado, Luiz Cláudio Lula da Silva teve que ser retirado pelos seguranças do Cirque du Soleil, porque ele acredita ser o dono de tudo, até mesmo de um espetáculo estrangeiro que tem as garantias legais para atuar em qualquer lugar do mundo, sob a proteção das leis de seu país originário, no caso, do Canadá.
Aos fatos: O filho de Lula, o mais novo, no Cirque du Soleil
“Quem manda nesse país é o meu pai, eu sento onde eu quiser e mando minha turma bater em você, porque descubro onde você mora”.
E repetia mil vezes: "Você sabe com quem está falando? Também, posso fazer você perder seu emprego."
É assim que os “silvas” pensam: o Brasil é deles. Esse cretino tomou o assento de três senhoras que haviam pagado seus ingressos, e não queria sair do lugar delas de jeito nenhum. Ele estava acompanhado de duas garotas.
O coordenador chamou o segurança e o fez sair. O cafajeste estava bêbado e se recusava a tomar o assento que ele havia comprado, queria aquele lugar porque ele era o filho do Lula.
Pois bem, ele pediu para chamar o presidente do Cirque du Soleil. O canadense veio atendê-lo; ai... ele dizia ao coordenador :"Duvido que você conte a ele, que mandou o segurança retirar o filho do presidente do Brasil, que manda em tudo"...
Isto ele dizia aos berros e intercalado com palavrões. O funcionário respondeu:
"Eu falo sete idiomas e vou traduzir do jeito que você falar, mesmo falando mal de mim...' Bom, uma das amiguinhas dele falava inglês, e foi ouvindo o coordenador traduzir literalmente a conversa do imbecil.
Resumindo: O diretor canadense, disse: “Aqui mando eu, e meu funcionário obedeceu rigorosamente as leis que regem o Cirque du Soleil, portanto, você se dirija ao seu lugar ou retire-se”
Ele se retirou, e tornou a voltar porque as moças estavam chorando e queriam ver o Show.
Muitos da platéia diziam: Ele é igual ao pai, vejam como está bêbado. Palhaço!!!
Lógico que foi solicitado ao público que parasse com as manifestações. Mas o vagabundo-juniorzinho da Silva é baixo igual ao PAI. (não é o ex-funcionário de zoológico, Lulinha Jr., é o anão que quer ser técnico de futebol, sem talento para a coisa!
Lembrei-me dos filhos de Saddam Hussein!
Observação importante:
Para os dirigentes do Cirque du Soleil, a montagem do espetáculo, seja em qualquer país, obedece as leis canadenses.
Para facilitar o entendimento: é como a nossa Embaixada em Honduras. Lá, manda o governo brasileiro, que deve obedecer as regras diplomáticas; por sinal, coisa que o Lula não fez, pois transformou aquele “território” na Casa da Mãe Joana.
O ocorrido, relatado acima, foi no Brasil e a história nos foi contada por um dos organizadores do Cirque. O filho do filho do Brasil teria pago R$ 700 pelo ingresso, e sua fileira era bem melhor que a fileira onde estavam as três senhoras, pois oferecia uma visão mais ampla para o espetáculo. Porém, ele invocou que queria o lugar delas.
PS I - O organizador nos explicou que nem com uma liminar ele poderia quebrar as regras du Cirque. E confessou-nos, que pela arrogância e violência do “neto” do Brasil, ele tremeu nas bases quando foi ameaçado, justamente porque sua família reside no Brasil. Por Gabriela/Arthur
Postado por movimento da ordem vigilia contra corrupção às 1/22/2010 11:10:00 PM
Artigos Relacionados:
21 Comentários:
Anônimo disse...
Que sórdido. Esse da Silva é um fuleiro de quinta mesmo ahahahah
Os gastos com viagens e com prostitutas foram financiados por quem???
23 de janeiro de 2010 01:46
João de Mello disse...
FDP. Eu daria um Cacete neste vagabundo, caso pegasse o lugar de minha família.
23 de janeiro de 2010 10:40
Ana Maria Nunes disse...
que horror! ôo gente metida à besta.
23 de janeiro de 2010 10:52
Anônimo disse...
Ditadorzinho de merda!!!!
Tal pai , tal filho!!!
23 de janeiro de 2010 10:54
Caçador Louco disse...
Ahhhhhhh!! eu queria um miserável desse aprontando na minha frente, eu daria um MURRO que ele ficaria sem dentes.
Toma cuidado seu Filho do filho da *P"
23 de janeiro de 2010 11:24
bellzinham@hotmail.com disse...
Se fosse comigo, eu mesma teria enchido a cara dele de porrada e sem me importar com incidente diplomático, e muito menos acidentes com velhacos rsrsrsrsrsrs.
Não adianta passar batom na boca do porco ele continuará sendo porco e fedendo do mesmo jeito.
e nem passar perfume frances em gambá pq o fedor fica pior
Resumindo: Pai porco de batom e com o mesmo hálito de porco,
Filhinho Gambá banhado com perfume frances,mas, com hálito de cobra jibóia.... aí aí hoje eu estou em estado de graça !! rsrsrsrsrsrsrsrs.
23 de janeiro de 2010 12:05
Gabriela disse...
A petezada já está desmentindo.
Copiaram nossa matéria sem colocar os autores.
Só vale se a "GLOBO" vendida tivesse noticiado. Ah, tá!
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100123053602AA4BhNW
Também quero que se matem por lá. Contamos o que nos foi relatado pela própria vítima.
23 de janeiro de 2010 13:30
FRANK TAVARES disse...
plenamente que é um absurdo se tal fato ocorreu!Não vivemos mais no tempo do "sabe com quem ta falando"(quero acreditar nisso), mais um blog que tem Claudio Humberto(Collor lembram-se)como colunista eu fico desconfiado também.Eu não xingo, não me exalto, acho apenas que teria que ser cumprida a lei, ou seja, coloca-lo para fora, mesmo que com ajuda policial.E quero ainda dizer que a bebida e o poder espúrio é que fazem dessas coisa e que no tempo do FHC era coisa comum isso(Lembrar o "DOUTOR"Paulo Cardoso filho do FHC e suas trapalhadas e tambem da filha) ocorrer tambem, ou seja, tudo farinha do mesmo saco.Frank Tavares/FotoJornalista
23 de janeiro de 2010 18:19
Arthur disse...
Desconfiado fico eu quando aparece algum que se diz ‘menos exaltado’ [que os demais], porém, não menos disposto a evocar FHC ou tentar descredenciar a fonte, quando a notícia expõe o fígado do mestre.
Exaltados ou não, a picaretagem da militância não varia de voltagem.
Sim um absurdo! Mas em tempos de DON Lula, cá entre nós, o ocorrido é perfeitamente normal.
23 de janeiro de 2010 18:45
gabriela disse...
A fonte somos nós que ouvimos do próprio funcionário agredido verbalmente. Não revelo seu nome, jamais! Só porque não foi a GLOBO vendida que noticiou, ai..colocam em dúvidas. Não me importo! Ouvimos e publicamos o relato do funcionário à época agredido. Claro, que o sujeitinho foi convidado a sair pelo segurança. Basta ler direito.
E sei muito mais! Ele faz faculdade de educação física, de acordo com relato de um professor é uma "ameba" ambulante. Dificuldade extrema de assimilação. E quer ser técnico de futebol! Viva os filhos de Saddan da Silva.
Eu detesto tecer comentários sobre filhos, porque os tenho, mas se meu filho fizesse isto, seria bravamente repreendido. Só que nossos filhos não fazem esses horrores porque foram educados, e cheiram muito bem. A genética é boa.
23 de janeiro de 2010 19:11
Anônimo disse...
É só mete uma bala nos cornos deste imbecil e mandar ele sentar no colo do capeta! É assim que se trata o filho de um ditador.
23 de janeiro de 2010 19:26
BOOTLEAD disse...
Caros Gabriela e Arthur,
Pois é, o vagabundo também tem os mesmos gostos do filho do "satan hussein", dirige acintosamente entre o eixo, Grande ABC-São Paulo (Capital), um auto Porsche 911 Turbo, Cinza Meteoro ano 2008/2009, placas frias, no valor de + ou – R$ 700 mil. Nesses deslocamentos, onde não são respeitados limites de velocidade, semáforos no vermelho, estacionamentos proibidos, etc., é sempre acompanhado de dois Ford Fusion (blindados), pretos com dois ocupantes em cada veículo, sendo que em um dos veículos vão dois oficiais do CIE-EB e no outro dois agentes da PF, possivelmente do COT. Imagine que o cafajeste, agora é auxiliar de preparação física do Corinthians, clube filiado ao PT, vive zanzando de cá para lá, geralmente pelas casas noturnas mais badaladas de Sampa e sempre acompanhado de amigos e garotas programáveis. O que me estranha nesse caso do Cirque du Soleil, é o fato de não haver junto a ele os dois "acompanhantes" da PF, que ficam grudados nele (sem a mínima discrição) quando no interior dos locais freqüentados pelo mesmo, já os do EB ficam do lado de fora tomando conta das entradas e dos veículos. Caso mantiverem contato com o funcionário que lhes relatou o sucedido, perguntem a ele onde estavam os tais "satélites".
Um abraço e parabéns pelo ótimo trabalho,
Boot
ET: Lembram-se do outro "neto do brasil", o tal Sandro Luiz, que estava na casa de uma namoradinha em Santo André, quando dois ou três assaltantes tentaram levar o veículo ocupado pelos "seguranças" (na época um Chevrolet Astra, não blindado) e na troca de tiros o ST do EB Alcir José Tomazi acabou morrendo bestamente, deixando mulher e dois filhos, devido a estar prestando serviço de "capanga" de desocupado. É para isso que servem os integrantes do Exército Brasileiro? Morrer por esse tipo de gentalha?
23 de janeiro de 2010 22:00
Arthur disse...
Procede o questionamento, meu caro BOOTLEAD...
Vamos sim, perguntar sobre os dois "acompanhantes" da PF, onde estavam?
Um grande abraço
24 de janeiro de 2010 09:46
Anônimo disse...
Oi, BOOTLEAD
Obrigada, pelo apoio.
Essa resposta vou ficar devendo. O funcionário du Cirque não mencionou seguranças dentro do Cique, e sim, as duas garotas acompanhantes. Ele chegou a sair du Cirque, e retornou voltando para sentar-se no seu Lugar, após o acontecido. Eu deixei nosso e-mail do MOVCC para ele entrar em contato caso quisesse fazer um depoimento. Fui autorizada por ele a contar esse episódio. Assim, como vc está nos contando sobre essa figura execrável.Então bate tudo pela descrição. Caso ele entre em contato tornarei a perguntar outra vez, mas sei que dentro do Cirque contado pelo funcionário, só estavam os 3 (três). O filho do Lula e as duas garotas.
A sua pergunta é válida, mas não sei informar se haviam seguranças fora do Cirque. Isto ele não cometou. Obrigada, pelo interesse.
24 de janeiro de 2010 12:25
Pau no Nariz do da Seeelva disse...
Globo + sindicalistas + os da seeelva = #$%¨& ao cubo!
24 de janeiro de 2010 17:42
Solapapo disse...
Grande Blog do MOVCC
Se estivesse nesse Show ajudaria o segurança dar um solapapo nesse malandro.
Gostei do blog de vôces. Não saio mais daqui.
abraços
24 de janeiro de 2010 22:09
Arthur disse...
Bia..
Seu comentário não foi liberado ainda pq não entendemos direito onde procurar a tal informação que nospassou. Se quiser mandar algum texto use o nosso "CONTATO"
Obrigado
24 de janeiro de 2010 22:10
Arthur disse...
Quis dizer LIA, não Bia. Mande-nos mais informações ok?
24 de janeiro de 2010 22:48
Indignada.com, disse...
Taí no que dá botar um ignorante analfabeto para ser presidente de um país. O resultado é que eles pensam que o país é propriedade deles.
25 de janeiro de 2010 10:18
Magali FL disse...
Essa reportagem é demaissssssssss!
Os partidos políticos deviam usá-las. Eu estou insuportavelmente enojada.
25 de janeiro de 2010 19:32
Julio Protesto disse...
Só podia ser filho da M.... como lulla diz. Tal filho tal pai.Este não é o meu país. Me envergonho da situação atual.Nem há luz no fim do túnel. É apagão total de moral, carater e vergonha na cara. Foram deixar chegar a este ponto!!!!
26 de janeiro de 2010 00:37
243) Dilma diz que candidatura será oficializada em fevereiro
Puxa vida, a gente esquece: quem vem a ministra tão animada nos comícios eleitorais do presidente, diria que ela já é a candidata oficial. Esse congresso é certamente homologatório, e os membros do partido hegemônico vão certamente aplaudir a escolha do chefe, como convem a um bando de carneiros...
Dilma diz que candidatura será oficializada em fevereiro
25/01/2010 | 15:40
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, disse, nesta segunda-feira (25), que tem uma "relação especial de confiança e respeito" com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. "Vai durar minha vida inteira", afirmou.
Em entrevista à Rádio Tupi, do Rio, Dilma insistiu que ainda não é candidata e que a candidatura só será oficializada em fevereiro, quando ocorrerá o Congresso Nacional do PT. Ela disse estar respondendo às perguntas na condição de integrante do governo.
A ministra voltou a citar a possibilidade de a oposição, se chegar ao poder, acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas desta vez não citou nomes de adversários ou de partidos políticos, como fez na semana passada, em referência ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
A ministra ressaltou a parceria com prefeitos e governadores para execução do PAC. "É muito difícil a gente concordar quando as pessoas propõem acabar com o PAC. Podem perguntar aos governadores e aos prefeitos se concordam. Não vão concordar", afirmou Dilma. (fonte: G1)
Dilma diz que candidatura será oficializada em fevereiro
25/01/2010 | 15:40
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, disse, nesta segunda-feira (25), que tem uma "relação especial de confiança e respeito" com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. "Vai durar minha vida inteira", afirmou.
Em entrevista à Rádio Tupi, do Rio, Dilma insistiu que ainda não é candidata e que a candidatura só será oficializada em fevereiro, quando ocorrerá o Congresso Nacional do PT. Ela disse estar respondendo às perguntas na condição de integrante do governo.
A ministra voltou a citar a possibilidade de a oposição, se chegar ao poder, acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas desta vez não citou nomes de adversários ou de partidos políticos, como fez na semana passada, em referência ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
A ministra ressaltou a parceria com prefeitos e governadores para execução do PAC. "É muito difícil a gente concordar quando as pessoas propõem acabar com o PAC. Podem perguntar aos governadores e aos prefeitos se concordam. Não vão concordar", afirmou Dilma. (fonte: G1)
242) O TSE e a campanha eleitoral antecipada
A salvo da lei
Ricardo Noblat
O Globo, 25/01/2010
"O presidente Lula é hoje uma das maiores lideranças mundiais, para não dizer a maior.
E vamos fazer mais". (Dilma)
No último sábado, no interior de São Paulo, durante cerimônia pública de autorização de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os olhinhos da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, brilharam quando Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, disse que ela está habilitada a "levar os brasileiros para o paraíso".
Dilma comentou na hora: "Acho que qualquer pessoa, principalmente alguém que integra o governo Lula, pode ser escolhido. Mas concordo em gênero e número com o deputado Michel Temer, e gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso.
Acho uma das maiores e melhores ambições que alguém pode ter".
Se lhe parece que Dilma se referiu à sua própria candidatura, então saiba que ela transgrediu a lei. No exercício de cargo público, durante cerimônia custeada com dinheiro público, Dilma fez propaganda indireta de sua ambição. A lei estabelece o dia 5 de julho como o do início oficial da propaganda eleitoral. Sinto muito, gente, é a lei.
Pois o que vale para Deda Amorim deveria valer para Dilma e todo mundo. Exprefeito de Rodrigues Alves, no Acre, Deda foi condenado na semana passada pelo Tribunal Regional Eleitoral a pagar multa de R$ 5 mil por ter feito propaganda antes da hora. Deda valeuse do seu twitter para dizer que será candidato a deputado. Apenas isso.
Também na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia condenou o ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, e o PMDB a pagarem uma multa de R$ 25 mil pelo mesmo crime cometido por Deda. Um jornal do partido defendera a candidatura de Geddel ao governo da Bahia.
Foi o que bastou.
Pelo rigor, tornou-se célebre uma decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2005. Por quatro votos contra três, o TSE cassou os mandatos de Idomar Antônio Aquilla e Paulo Cláudio Dolovitsch, respectivamente prefeito e vice-prefeito do município gaúcho de Ajuricaba, reeleitos um ano antes. Por quê?
Ora... Um funcionário da prefeitura, representando os dois, compareceu a reuniões para o sorteio do horário de propaganda eleitoral no rárádio.
O mesmo funcionário foi flagrado depois checando o resultado da apuração dos votos. E ficou comprovado o uso do fax da prefeitura para o repasse a um juiz de números de uma pesquisa de intenção de voto.
Um dia antes de Dilma admitir que "gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso", Lula inaugurou a nova sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo.
E ali, ao lado de Dilma, fez o que mais tem feito com indisfarçável prazer desde o início do ano passado — agrediu a lei eleitoral.
"Eu penso que a cara do Brasil vai mudar muito e quem vier depois de mim, eu por questões legais não posso dizer quem é, espero que vocês adivinhem, vai encontrar um programa pronto, com dinheiro no Orçamento", afirmou Lula. Que não satisfeito em desprezar a lei, agora debocha, escarnece dela. E por tabela, dos que deveriam aplicá-la.
Em maio do ano passado, em visita ao Complexo do Alemão, Lula ouviu a platéia ensaiada gritar o nome de Dilma para presidente. Respondeu com o cinismo habitual: "O Lula não falou em campanha.
Vocês é que se meteram a cantar, a gritar o nome aí...
Espero que a profecia que diz que a voz do povo é a voz de Deus esteja correta".
Há pouco, em visita a Minas Gerais, Lula repetiu o mesmo truque: "Vocês ficam gritando o nome da Dilma. Se a Justiça achar que isto aqui é propaganda, cada um de vocês vai ser responsável por colocar um advogado para defendê-la, porque ela só pode falar em política depois do dia 3 de abril quando deixar o governo".
A Justiça Eleitoral engole tudo calada porque lhe falta coragem para enquadrar um presidente com 80% de aprovação popular. De resto, há ministros que não disfarçam sua torcida pela eleição de Dilma. Um deles deve sua indicação para o cargo não a Lula — mas a dona Marisa.
Ricardo Noblat
O Globo, 25/01/2010
"O presidente Lula é hoje uma das maiores lideranças mundiais, para não dizer a maior.
E vamos fazer mais". (Dilma)
No último sábado, no interior de São Paulo, durante cerimônia pública de autorização de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os olhinhos da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, brilharam quando Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, disse que ela está habilitada a "levar os brasileiros para o paraíso".
Dilma comentou na hora: "Acho que qualquer pessoa, principalmente alguém que integra o governo Lula, pode ser escolhido. Mas concordo em gênero e número com o deputado Michel Temer, e gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso.
Acho uma das maiores e melhores ambições que alguém pode ter".
Se lhe parece que Dilma se referiu à sua própria candidatura, então saiba que ela transgrediu a lei. No exercício de cargo público, durante cerimônia custeada com dinheiro público, Dilma fez propaganda indireta de sua ambição. A lei estabelece o dia 5 de julho como o do início oficial da propaganda eleitoral. Sinto muito, gente, é a lei.
Pois o que vale para Deda Amorim deveria valer para Dilma e todo mundo. Exprefeito de Rodrigues Alves, no Acre, Deda foi condenado na semana passada pelo Tribunal Regional Eleitoral a pagar multa de R$ 5 mil por ter feito propaganda antes da hora. Deda valeuse do seu twitter para dizer que será candidato a deputado. Apenas isso.
Também na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia condenou o ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, e o PMDB a pagarem uma multa de R$ 25 mil pelo mesmo crime cometido por Deda. Um jornal do partido defendera a candidatura de Geddel ao governo da Bahia.
Foi o que bastou.
Pelo rigor, tornou-se célebre uma decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2005. Por quatro votos contra três, o TSE cassou os mandatos de Idomar Antônio Aquilla e Paulo Cláudio Dolovitsch, respectivamente prefeito e vice-prefeito do município gaúcho de Ajuricaba, reeleitos um ano antes. Por quê?
Ora... Um funcionário da prefeitura, representando os dois, compareceu a reuniões para o sorteio do horário de propaganda eleitoral no rárádio.
O mesmo funcionário foi flagrado depois checando o resultado da apuração dos votos. E ficou comprovado o uso do fax da prefeitura para o repasse a um juiz de números de uma pesquisa de intenção de voto.
Um dia antes de Dilma admitir que "gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso", Lula inaugurou a nova sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo.
E ali, ao lado de Dilma, fez o que mais tem feito com indisfarçável prazer desde o início do ano passado — agrediu a lei eleitoral.
"Eu penso que a cara do Brasil vai mudar muito e quem vier depois de mim, eu por questões legais não posso dizer quem é, espero que vocês adivinhem, vai encontrar um programa pronto, com dinheiro no Orçamento", afirmou Lula. Que não satisfeito em desprezar a lei, agora debocha, escarnece dela. E por tabela, dos que deveriam aplicá-la.
Em maio do ano passado, em visita ao Complexo do Alemão, Lula ouviu a platéia ensaiada gritar o nome de Dilma para presidente. Respondeu com o cinismo habitual: "O Lula não falou em campanha.
Vocês é que se meteram a cantar, a gritar o nome aí...
Espero que a profecia que diz que a voz do povo é a voz de Deus esteja correta".
Há pouco, em visita a Minas Gerais, Lula repetiu o mesmo truque: "Vocês ficam gritando o nome da Dilma. Se a Justiça achar que isto aqui é propaganda, cada um de vocês vai ser responsável por colocar um advogado para defendê-la, porque ela só pode falar em política depois do dia 3 de abril quando deixar o governo".
A Justiça Eleitoral engole tudo calada porque lhe falta coragem para enquadrar um presidente com 80% de aprovação popular. De resto, há ministros que não disfarçam sua torcida pela eleição de Dilma. Um deles deve sua indicação para o cargo não a Lula — mas a dona Marisa.
241) Tropeçando na gramática (e na sintaxe, e na concordância, e na...)
Pois eu ainda acho que o Augusto Nunes, autor desta crônica (é uma crônica ou não é?) ainda vai nos tirar o encanto da campanha eleitoral presidencial.
Avisando assim com tanta antecipação a candidata presidencial que ela tropeça na língua, como nunca antes neste país, ele vai fazê-la passar pelo Curso Madame Natasha de Português, e com isso vai nos roubar momentos inenarráveis (mesmo) de puro deleite eleitoral, ao nos subtrair o prazer de caçar atentados à prosopopéia (estou certo dessa, Augusto?).
A pior aluna do Brasil
Coluna do Augusto Nunes
24 de janeiro de 2010
O jornalista Celso Arnaldo, implacável e incansável, trabalha até aos domingos no curso intensivo concebido para desasnar o neurônio solitário da pior aluna do Brasil. Não percam a aula de hoje:
Da página da Casa Civil, o mais imparcial site de notícias do país:
“A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou neste sábado (23), em Rio Claro, interior de São Paulo, que uma das prioridades do PAC 2 será o investimento em creches. “Creches para todas as crianças desse país. Porque a diferença entre as famílias com mais posse e as sem posses está justamente na creche.”
Como Dilma, ao contrário de Lula, não sabe a diferença entre desse e deste, entre aqui e ali, não tenho certeza se ela se refere ao Brasil. Mas suponhamos que sim.
Tenho uma filha de cinco anos, matriculada em pré-escola particular aqui em São Paulo. Ela é criança ─ logo, pelo que entendi da proposta da Dilma, a escola dela será fechada e ela terá de ir para uma creche do PAC. Todas as demais escolas infantis particulares deste país serão abolidas porque todas as crianças brasileiras, “com mais posse ou sem posses”, irão para creches do PAC.
E ainda há quem ache que falar mal é só uma questão de estilo, não tem efeitos na vida prática…
E por que creches para todos?
“Nós sabemos e aprendemos que temos que olhar o indicador social. Olhar para que todos os brasileiros tenham proteção. Olhar a (sic) cada uma das famílias brasileiras. Porque todas teem (sic) direito a (sic) mesma oportunidade, e oportunidade começa aí - na creche”.
(Só na fala da Dilma, as pessoas sabem antes de aprender. Mas isso não vem ao caso. Pelo que captei nas entrelinhas, nas creches de Dilma haverá recrutadores de RH para prospectar os melhores talentos no berço.)
Mas o site da casa informa também que, na mesma cerimônia em Rio Claro, Dilma se mostrou veementemente contra as chuvas:
“É inadmissível que o país continue convivendo com alagamentos, desabamentos e, com as suas consequencias (sic), que são as mortes”.
(De fato, o Brasil não pode mais conviver com as mortes - aliás, ninguém pode, a menos que já esteja morto ou seja imortal.)
Nessas horas de grande emoção, olho no olho com a população, assoma a poeta Dilma Vana:
“Temos que cuidar para que a vida urbana seja humana”.
Outra atual obsessão da musa do PAC são as UPAs - Unidades de Pronto Atendimento em Saúde:
“A ideia é concentrar em só local (sic) todos os tratamentos que não necessitam de hospital. O presidente Lula determinou que tenham (sic) UPAs em todas as aglomerações urbanas desse (sic) país. Com isso, de fato, vamos ser a quinta economia do mundo”.
Ainda não estou convencido de que o aumento do consumo de gaze, esparadrapo e analgésicos nas novas UPAs será suficiente para fazer do Brasil a quinta economia do mundo.
Mas já que essa é a ideia, dou de graça uma sugestão de slogan para a ministra mostrar ao povo que um pronto-socorro básico em cada bairro do país vai fazer o Brasil continuar subindo ─ e aproveite a oferta, porque costumo cobrar:
─ UPA Brasil!
Avisando assim com tanta antecipação a candidata presidencial que ela tropeça na língua, como nunca antes neste país, ele vai fazê-la passar pelo Curso Madame Natasha de Português, e com isso vai nos roubar momentos inenarráveis (mesmo) de puro deleite eleitoral, ao nos subtrair o prazer de caçar atentados à prosopopéia (estou certo dessa, Augusto?).
A pior aluna do Brasil
Coluna do Augusto Nunes
24 de janeiro de 2010
O jornalista Celso Arnaldo, implacável e incansável, trabalha até aos domingos no curso intensivo concebido para desasnar o neurônio solitário da pior aluna do Brasil. Não percam a aula de hoje:
Da página da Casa Civil, o mais imparcial site de notícias do país:
“A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou neste sábado (23), em Rio Claro, interior de São Paulo, que uma das prioridades do PAC 2 será o investimento em creches. “Creches para todas as crianças desse país. Porque a diferença entre as famílias com mais posse e as sem posses está justamente na creche.”
Como Dilma, ao contrário de Lula, não sabe a diferença entre desse e deste, entre aqui e ali, não tenho certeza se ela se refere ao Brasil. Mas suponhamos que sim.
Tenho uma filha de cinco anos, matriculada em pré-escola particular aqui em São Paulo. Ela é criança ─ logo, pelo que entendi da proposta da Dilma, a escola dela será fechada e ela terá de ir para uma creche do PAC. Todas as demais escolas infantis particulares deste país serão abolidas porque todas as crianças brasileiras, “com mais posse ou sem posses”, irão para creches do PAC.
E ainda há quem ache que falar mal é só uma questão de estilo, não tem efeitos na vida prática…
E por que creches para todos?
“Nós sabemos e aprendemos que temos que olhar o indicador social. Olhar para que todos os brasileiros tenham proteção. Olhar a (sic) cada uma das famílias brasileiras. Porque todas teem (sic) direito a (sic) mesma oportunidade, e oportunidade começa aí - na creche”.
(Só na fala da Dilma, as pessoas sabem antes de aprender. Mas isso não vem ao caso. Pelo que captei nas entrelinhas, nas creches de Dilma haverá recrutadores de RH para prospectar os melhores talentos no berço.)
Mas o site da casa informa também que, na mesma cerimônia em Rio Claro, Dilma se mostrou veementemente contra as chuvas:
“É inadmissível que o país continue convivendo com alagamentos, desabamentos e, com as suas consequencias (sic), que são as mortes”.
(De fato, o Brasil não pode mais conviver com as mortes - aliás, ninguém pode, a menos que já esteja morto ou seja imortal.)
Nessas horas de grande emoção, olho no olho com a população, assoma a poeta Dilma Vana:
“Temos que cuidar para que a vida urbana seja humana”.
Outra atual obsessão da musa do PAC são as UPAs - Unidades de Pronto Atendimento em Saúde:
“A ideia é concentrar em só local (sic) todos os tratamentos que não necessitam de hospital. O presidente Lula determinou que tenham (sic) UPAs em todas as aglomerações urbanas desse (sic) país. Com isso, de fato, vamos ser a quinta economia do mundo”.
Ainda não estou convencido de que o aumento do consumo de gaze, esparadrapo e analgésicos nas novas UPAs será suficiente para fazer do Brasil a quinta economia do mundo.
Mas já que essa é a ideia, dou de graça uma sugestão de slogan para a ministra mostrar ao povo que um pronto-socorro básico em cada bairro do país vai fazer o Brasil continuar subindo ─ e aproveite a oferta, porque costumo cobrar:
─ UPA Brasil!
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
240) Campanha de "auto" nível, promete o PT
Bem, o título abaixo pertence inteiramente aos responsáveis pela matéria, que aliás reproduzem frase do novo presidente do PT numa entrevista ao site oficial do PT na Câmara dos Deputados. Entendo que é assim que eles pretendem levar sua campanha...
José Eduardo Dutra: “Se PSDB quiser, vamos pro pau”
PT na Câmara, Segunda-feira 25/01/2010 - Informes nº 4407 - Fechamento: 22/01/2010 18h00
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, rebateu nesta semana as declarações do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, que chamou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de “mentirosa”. Em nota, Dutra e o atual presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), chamaram o tucano de “jagunço político”. “Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem (PSDB) ir pro pau, vamos também”, afirmou. Leia entrevista concedida por José Eduardo Dutra ao portal Terra Magazine.
Terra Magazine – O PSDB quer processar o senhor e o deputado Ricardo Berzoini por calúnia e difamação...
José Eduardo Dutra - É risível a nota. É de morrer de rir. Em primeiro, porque eu sou de Sergipe. E mais, dizer que é preconceito usar um termo desde sempre muito usado no Nordeste é de morrer de rir. Não entendi onde ele foi buscar o preconceito nisso aí. Onde está o preconceito quando se usa o termo jagunço? Onde vai o preconceito contra o povo nordestino? A não ser que o senador Sérgio Guerra ache que ele é o povo nordestino. Em segundo, usamos um termo muito usado no Nordeste e o relativizamos: “jagunço político”. Ou seja, está vinculado ao teor da nota que ele soltou. Então, a nossa nota precisa bem em que circunstâncias está o termo. E se eu disser que Dilma é uma candidata arretada? Eu estou sendo preconceituoso? O argumento deles é risível Se for para julgar qual nota seria cabível de ir na justiça, seria a do Sérgio Guerra contra Dilma.
Terra - Por que?
Dutra - Ali sim os termos são grosseiros e caluniosos. A nossa nota, não. Nós somente afirmamos que ele se comportou como um jagunço político ao soltar a nota anterior. Agora, querem entrar na Justiça? Paciência, é um direito deles. Mas deveriam arrumar argumentos melhores.
Terra - O senhor não acredita que esses argumentos estejam vinculados, de certa forma, ao fato de o partido carecer de maior inserção no Nordeste?
Dutra -Olha, se isso for uma estratégia de inserção, eles estão mal de estratégia.
Terra - O senhor acha que essa troca de notas entre os altos escalões do partido sejam positivas ou negativas para a imagem de ambos em ano eleitoral?
Dutra - Nós vamos dançar de acordo com a música. Se tocar valsa, dançaremos valsa. Se tocar heavy metal, dançaremos heavy metal. Isso começou com a entrevista de Guerra na revista Veja, dizendo que iria acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Respondemos.
Terra - A ministra Dilma respondeu.
Dutra - A ministra Dilma rebateu politicamente. Guerra, por sua vez, soltou uma nota naqueles termos, acusando a ministra de mentirosa. Nós respondemos, ao meu ver, muitos tons abaixo à nota do presidente do PSDB. Estranhamos que, no mesmo dia em que o governador José Serra (SP) disse que não entraria em baixaria, o presidente da sigla soltou uma nota nesses termos. Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem ir pro pau, vamos também.
======
PRA: Portanto, estejamos preparados, com muita cera no ouvido, tapa-olho, máscara-anti gases e armadura blidada, pois parece que os tempos serão difíceis daqui para a frente, na verdade vergonhosos, como nunca antes neste país...
José Eduardo Dutra: “Se PSDB quiser, vamos pro pau”
PT na Câmara, Segunda-feira 25/01/2010 - Informes nº 4407 - Fechamento: 22/01/2010 18h00
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, rebateu nesta semana as declarações do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, que chamou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de “mentirosa”. Em nota, Dutra e o atual presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), chamaram o tucano de “jagunço político”. “Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem (PSDB) ir pro pau, vamos também”, afirmou. Leia entrevista concedida por José Eduardo Dutra ao portal Terra Magazine.
Terra Magazine – O PSDB quer processar o senhor e o deputado Ricardo Berzoini por calúnia e difamação...
José Eduardo Dutra - É risível a nota. É de morrer de rir. Em primeiro, porque eu sou de Sergipe. E mais, dizer que é preconceito usar um termo desde sempre muito usado no Nordeste é de morrer de rir. Não entendi onde ele foi buscar o preconceito nisso aí. Onde está o preconceito quando se usa o termo jagunço? Onde vai o preconceito contra o povo nordestino? A não ser que o senador Sérgio Guerra ache que ele é o povo nordestino. Em segundo, usamos um termo muito usado no Nordeste e o relativizamos: “jagunço político”. Ou seja, está vinculado ao teor da nota que ele soltou. Então, a nossa nota precisa bem em que circunstâncias está o termo. E se eu disser que Dilma é uma candidata arretada? Eu estou sendo preconceituoso? O argumento deles é risível Se for para julgar qual nota seria cabível de ir na justiça, seria a do Sérgio Guerra contra Dilma.
Terra - Por que?
Dutra - Ali sim os termos são grosseiros e caluniosos. A nossa nota, não. Nós somente afirmamos que ele se comportou como um jagunço político ao soltar a nota anterior. Agora, querem entrar na Justiça? Paciência, é um direito deles. Mas deveriam arrumar argumentos melhores.
Terra - O senhor não acredita que esses argumentos estejam vinculados, de certa forma, ao fato de o partido carecer de maior inserção no Nordeste?
Dutra -Olha, se isso for uma estratégia de inserção, eles estão mal de estratégia.
Terra - O senhor acha que essa troca de notas entre os altos escalões do partido sejam positivas ou negativas para a imagem de ambos em ano eleitoral?
Dutra - Nós vamos dançar de acordo com a música. Se tocar valsa, dançaremos valsa. Se tocar heavy metal, dançaremos heavy metal. Isso começou com a entrevista de Guerra na revista Veja, dizendo que iria acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Respondemos.
Terra - A ministra Dilma respondeu.
Dutra - A ministra Dilma rebateu politicamente. Guerra, por sua vez, soltou uma nota naqueles termos, acusando a ministra de mentirosa. Nós respondemos, ao meu ver, muitos tons abaixo à nota do presidente do PSDB. Estranhamos que, no mesmo dia em que o governador José Serra (SP) disse que não entraria em baixaria, o presidente da sigla soltou uma nota nesses termos. Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem ir pro pau, vamos também.
======
PRA: Portanto, estejamos preparados, com muita cera no ouvido, tapa-olho, máscara-anti gases e armadura blidada, pois parece que os tempos serão difíceis daqui para a frente, na verdade vergonhosos, como nunca antes neste país...
domingo, 24 de janeiro de 2010
239) Reunião governamental para abusos eleitorais (eleitoreiros, deve ser o termo)
Creio que não preciso acrescentar nenhum comentário...
Comitê central
Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 24/01/2010
Se a realização de uma reunião entre o presidente da República e seu ministério em uma das residências oficiais da Presidência, a Granja do Torto, em que dos 14 pontos abordados 12 são de caráter político-eleitoral, não é uso da máquina pública, difícil definir o que seja abuso de poder.
Decisões de governo propriamente ditas foram anunciadas duas: a alteração da previsão de crescimento do PIB de 5% para 5,2% e o anúncio lançamento do PAC 2 para fim de março. Nada que precisasse da moldura de uma reunião ministerial para ser dito.
Mas o cenário imponente foi usado ao molde da necessidade do presidente Luiz Inácio da Silva em exibir todo o seu peso como cabo eleitoral da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Deu o recado: é o governo em ação.
E explicitou tarefas, uma a uma, à vontade como se estivesse no comitê central da campanha à própria sucessão.
No centro da mesa, rodeado de ministros, Lula avisou que quer mesmo uma eleição plebiscitária. Ponto um.
Ponto dois: afirmou que o lema será "quem sou eu contra quem és tu". Por "eu e tu" entenda-se Lula e Fernando Henrique Cardoso. Uma maneira de o presidente não apenas se aproveitar da situação desfavorável a FH nas pesquisas, mas principalmente de conferir ao governador José Serra o status de pupilo, procurando igualá-lo a Dilma.
Ponto três: insultou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, porque ele teve a ousadia de dizer que se seu partido ganhar a eleição vai acabar com essa história de chamar cronograma de obras de governo de PAC.
Ponto quatro: pediu a Dilma que faça uma campanha de alto nível.
Ponto cinco: orientou os ministros para que fiquem longe do tiroteio eleitoral.
Ponto seis: determinou a todos que tenham na ponta da língua dados para rebater os ataques da oposição.
Ponto sete: informou que Dilma fica no governo até 3 de abril e determinou aos demais ministros candidatos que façam o mesmo.
Ponto oito: informou que em breve vai conversar com Ciro Gomes sobre a candidatura dele a presidente.
Ponto nove: lembrou que o governo perdeu a eleição no Chile porque se dividiu.
Ponto 10: ordenou ao ministro da Fazenda e ao presidente do Banco Central que falem sobre dados que afetam a vida das pessoas e evitem a macroeconomia, tema de difícil entendimento para o eleitor médio.
Ponto 11: lançou o vice-presidente José Alencar candidato ao Senado por Minas.
Ponto 12: comunicou que Dilma continua estrela do PAC, mesmo no palanque.
Ponto final: se isso não é uso da máquina pública em prol de interesse particular, Deus nos livre do momento em que a coisa apertar e o abuso começar.
Comitê central
Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 24/01/2010
Se a realização de uma reunião entre o presidente da República e seu ministério em uma das residências oficiais da Presidência, a Granja do Torto, em que dos 14 pontos abordados 12 são de caráter político-eleitoral, não é uso da máquina pública, difícil definir o que seja abuso de poder.
Decisões de governo propriamente ditas foram anunciadas duas: a alteração da previsão de crescimento do PIB de 5% para 5,2% e o anúncio lançamento do PAC 2 para fim de março. Nada que precisasse da moldura de uma reunião ministerial para ser dito.
Mas o cenário imponente foi usado ao molde da necessidade do presidente Luiz Inácio da Silva em exibir todo o seu peso como cabo eleitoral da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Deu o recado: é o governo em ação.
E explicitou tarefas, uma a uma, à vontade como se estivesse no comitê central da campanha à própria sucessão.
No centro da mesa, rodeado de ministros, Lula avisou que quer mesmo uma eleição plebiscitária. Ponto um.
Ponto dois: afirmou que o lema será "quem sou eu contra quem és tu". Por "eu e tu" entenda-se Lula e Fernando Henrique Cardoso. Uma maneira de o presidente não apenas se aproveitar da situação desfavorável a FH nas pesquisas, mas principalmente de conferir ao governador José Serra o status de pupilo, procurando igualá-lo a Dilma.
Ponto três: insultou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, porque ele teve a ousadia de dizer que se seu partido ganhar a eleição vai acabar com essa história de chamar cronograma de obras de governo de PAC.
Ponto quatro: pediu a Dilma que faça uma campanha de alto nível.
Ponto cinco: orientou os ministros para que fiquem longe do tiroteio eleitoral.
Ponto seis: determinou a todos que tenham na ponta da língua dados para rebater os ataques da oposição.
Ponto sete: informou que Dilma fica no governo até 3 de abril e determinou aos demais ministros candidatos que façam o mesmo.
Ponto oito: informou que em breve vai conversar com Ciro Gomes sobre a candidatura dele a presidente.
Ponto nove: lembrou que o governo perdeu a eleição no Chile porque se dividiu.
Ponto 10: ordenou ao ministro da Fazenda e ao presidente do Banco Central que falem sobre dados que afetam a vida das pessoas e evitem a macroeconomia, tema de difícil entendimento para o eleitor médio.
Ponto 11: lançou o vice-presidente José Alencar candidato ao Senado por Minas.
Ponto 12: comunicou que Dilma continua estrela do PAC, mesmo no palanque.
Ponto final: se isso não é uso da máquina pública em prol de interesse particular, Deus nos livre do momento em que a coisa apertar e o abuso começar.
sábado, 23 de janeiro de 2010
238) O governo ataca com o que tem...
Em ano eleitoral, certas coisas ficam mais evidentes...
Revista Veja, 27.01.2010
FILA DA COXINHA
“Militantes” que ganharam transporte e lanche aguardam para entrar em evento com Dilma
A campanha da ministra Dilma Rousseff ainda não empolgou a militância petista - ou o que ainda resta dela. Isso tem ficado evidente nos diversos eventos de que a ministra e o presidente Lula têm participado. Em Jenipapo, não se viam camisas vermelhas nem bandeiras com a estrela do PT. Os espectadores eram lavradores, empregadas domésticas, pedreiros, gente muito humilde, meio calada, atraída pela promessa de lanche no evento, como o lavrador Antônio Cesário, morador de Granjas, a cerca de duas horas do local da barragem, que decidiu comparecer à inauguração de olho na promessa que lhe fizeram os funcionários da prefeitura. “Pão e requeijão”, conta. “Em casa, só tem requeijão quando vai uma visita muito importante”, comentou. Depois de duas horas apertado em um ônibus superlotado, com mais de cinquenta pessoas, o lavrador diz ter tirado a sorte grande. Encontrou coisa muito melhor que pão com requeijão: 45 000 salgadinhos feitos por um dos bufês mais caros de Belo Horizonte. Tudo de graça.
O mesmo método de atração de militantes foi usado com mais eficiência no Maranhão uma semana antes, no lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira, perto de São Luís. Cerca de trinta ônibus transportaram recrutas de vários pontos do estado. Funcionários públicos e estudantes de colégios estaduais foram liberados de suas obrigações para engrossar a claque de apoio à família Sarney, ao presidente Lula e, é claro, a Dilma Rousseff. Na porta do local onde será erguida a refinaria, cabos eleitorais esperavam os moradores dos grotões do estado com bandeiras de plástico que estampavam a frase: “Obrigado, presidente”. A maior evidência de que o quórum nas aparições da pré-campanha petista é artificial pode estar no fracasso da inauguração da escola técnica em Araçuaí, cidade vizinha a Jenipapo de Minas. A estrutura foi montada para comportar 7 000 pessoas, mas apenas 500 testemunharam Lula elogiar sua candidata. Lá, a máquina pública não participou da engrenagem para atrair “militantes”. Não houve o aluguel de ônibus, nem lanchinho, nem requeijão, nem refrigerante. Os poucos que compareceram tiveram de se contentar com um copo de água.
Bolsa-cabresto
Dez meses antes das eleições presidenciais, o governo muda regras do Bolsa Família para evitar a exclusão regulamentar de 5,8 milhões de pessoas do programa. A medida vale até 31 de outubro,
data do segundo turno
OPORTUNISMO
Fila de cadastramento do programa: regras são regras, mas não em ano de eleição
Na cartilha de certas administrações, aproveitar o finzinho de ano para decretar uma medida polêmica, impopular ou simplesmente indecorosa é prática corrente. Com o Legislativo já quase em recesso, os órgãos do Executivo mais ou menos desmobilizados e as atenções da imprensa voltadas para outros assuntos, governantes se sentem à vontade para sacar medidas que, de outro modo, não teriam coragem de apresentar em público. O governo federal se valeu mais uma vez dessa tática no dia 23 de dezembro, quando um ato do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome alterou as regras de funcionamento do Bolsa Família, numa manobra destinada a evitar que 5,8 milhões de beneficiados fossem excluídos do programa - fato legal e previsível, mas que, em ano de eleição, poderia ser funesto para a campanha petista
Revista Veja, 27.01.2010
FILA DA COXINHA
“Militantes” que ganharam transporte e lanche aguardam para entrar em evento com Dilma
A campanha da ministra Dilma Rousseff ainda não empolgou a militância petista - ou o que ainda resta dela. Isso tem ficado evidente nos diversos eventos de que a ministra e o presidente Lula têm participado. Em Jenipapo, não se viam camisas vermelhas nem bandeiras com a estrela do PT. Os espectadores eram lavradores, empregadas domésticas, pedreiros, gente muito humilde, meio calada, atraída pela promessa de lanche no evento, como o lavrador Antônio Cesário, morador de Granjas, a cerca de duas horas do local da barragem, que decidiu comparecer à inauguração de olho na promessa que lhe fizeram os funcionários da prefeitura. “Pão e requeijão”, conta. “Em casa, só tem requeijão quando vai uma visita muito importante”, comentou. Depois de duas horas apertado em um ônibus superlotado, com mais de cinquenta pessoas, o lavrador diz ter tirado a sorte grande. Encontrou coisa muito melhor que pão com requeijão: 45 000 salgadinhos feitos por um dos bufês mais caros de Belo Horizonte. Tudo de graça.
O mesmo método de atração de militantes foi usado com mais eficiência no Maranhão uma semana antes, no lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira, perto de São Luís. Cerca de trinta ônibus transportaram recrutas de vários pontos do estado. Funcionários públicos e estudantes de colégios estaduais foram liberados de suas obrigações para engrossar a claque de apoio à família Sarney, ao presidente Lula e, é claro, a Dilma Rousseff. Na porta do local onde será erguida a refinaria, cabos eleitorais esperavam os moradores dos grotões do estado com bandeiras de plástico que estampavam a frase: “Obrigado, presidente”. A maior evidência de que o quórum nas aparições da pré-campanha petista é artificial pode estar no fracasso da inauguração da escola técnica em Araçuaí, cidade vizinha a Jenipapo de Minas. A estrutura foi montada para comportar 7 000 pessoas, mas apenas 500 testemunharam Lula elogiar sua candidata. Lá, a máquina pública não participou da engrenagem para atrair “militantes”. Não houve o aluguel de ônibus, nem lanchinho, nem requeijão, nem refrigerante. Os poucos que compareceram tiveram de se contentar com um copo de água.
Bolsa-cabresto
Dez meses antes das eleições presidenciais, o governo muda regras do Bolsa Família para evitar a exclusão regulamentar de 5,8 milhões de pessoas do programa. A medida vale até 31 de outubro,
data do segundo turno
OPORTUNISMO
Fila de cadastramento do programa: regras são regras, mas não em ano de eleição
Na cartilha de certas administrações, aproveitar o finzinho de ano para decretar uma medida polêmica, impopular ou simplesmente indecorosa é prática corrente. Com o Legislativo já quase em recesso, os órgãos do Executivo mais ou menos desmobilizados e as atenções da imprensa voltadas para outros assuntos, governantes se sentem à vontade para sacar medidas que, de outro modo, não teriam coragem de apresentar em público. O governo federal se valeu mais uma vez dessa tática no dia 23 de dezembro, quando um ato do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome alterou as regras de funcionamento do Bolsa Família, numa manobra destinada a evitar que 5,8 milhões de beneficiados fossem excluídos do programa - fato legal e previsível, mas que, em ano de eleição, poderia ser funesto para a campanha petista
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
237) Um retrato da classe politica
A nota abaixo não tem a ver, diretamente, com as eleições presidenciais de Outubro.
Mas ela tem tudo a ver com o lado deleterio de nossa classe política.
Pernas curtas
Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 19/01/2010
A Controladoria-Geral da União descobriu que a Fundação Sarney desviou verbas da Petrobrás. Atestou, assim, a desonestidade da base governista e a inépcia do Congresso, que no ano passado arquivou sem investigar denúncia contra as atividades da fundação e impediu que a CPI da Petrobrás apurasse, entre outros fatos, o desvio de recursos da empresa destinados a projetos semelhantes ao contratado, mas nunca executado, à entidade criada pelo presidente do Senado, José Sarney.
Foi detectada uma série de fraudes, entre as quais o uso de notas fiscais frias, empresas fantasmas, contratações irregulares e falta de comprovação da prestação de serviços declarados.
Não só havia razão para o exame da questão no Conselho de Ética, como existiam motivos para que a CPI da Petrobrás tivesse tomado um rumo diferente da operação abafa produzida pelo Palácio do Planalto e obedientemente executada pela tropa governista no Legislativo.
A CGU é uma instância ligada à Presidência da República e, portanto, insuspeita no tocante a seus propósitos. No ano passado o Conselho de Ética recusou-se a tratar do assunto argumentando que uma reportagem de jornal - no caso, o Estado - não poderia servir como "prova".
A CPI foi esvaziada sob a justificativa de que à oposição interessava desmoralizar com falácias a maior empresa brasileira. Como se vê agora pelo relatório produzido na controladoria, falaciosas eram as alegações de que nada havia a ser investigado pelo Congresso. Havia, e talvez muito mais.
Não vale a desculpa de que a atuação da CGU "comprova" como é desnecessário o Parlamento se debruçar sobre esse tipo de atividade porque são outras as instâncias preparadas para tal.
A única coisa que restou comprovado nesse episódio é que o Congresso abre mão de uma de suas funções constitucionais, a de fiscalizar o Executivo, pois prefere o papel de prestador de serviços ao Palácio do Planalto.
E cumpre também com maestria a função de submeter-se da maneira mais insidiosa aos clamores do compadrio. O presidente do Senado, como era esperado, disse que não tem nada com isso, não exerce atividade administrativa na fundação que leva o seu nome e, pelo visto, não se importa em zelar pela lisura de seu nome.
O Ministério da Cultura, que repassou os recursos por meio da Lei Rouanet, certamente voltará a dizer que o uso do dinheiro não é assunto de sua alçada, bem como não será uma surpresa se a Petrobrás tampouco se responsabilizar pelo destino dos recursos.
Cada um diz o que lhe é mais conveniente e o episódio logo cairá no vazio. O que não aconteceria se o Congresso cumprisse sua atribuição de dar visibilidade a ocorrências cujos trâmites em outras instâncias caem na mecânica da burocracia e passam ao largo do acompanhamento da opinião pública.
Dois casos, este da CGU e a determinação da Justiça para que o presidente da Câmara Distrital de Brasília se afaste do cargo fazem do Legislativo uma triste figura a reboque de decisões e atitudes externas.
Em ambos os parlamentares perderam a chance de tomar a iniciativa de fazer o que deveriam e acabaram expostos aos efeitos da própria ausência de senso do poder a eles conferido.
Intenção e gesto
Não é obra do acaso, muito menos exigência do serviço, o fato de o ministro da Justiça, Tarso Genro, ser ao mesmo tempo candidato declarado em meados do ano passado a governador do Rio Grande do Sul e campeão de viagens com jatinhos da FAB em 2009. Ao todo 85 - cerca de sete por mês -, a maioria para o Estado.
Onde ao que se saiba não se concentram os maiores problemas de segurança pública do País, a questão mais premente relativa à pasta comandada por sua excelência o candidato.
O uso abusivo de aviões da FAB não é novo em Brasília. Nova é a tolerância a respeito.
Mas ela tem tudo a ver com o lado deleterio de nossa classe política.
Pernas curtas
Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 19/01/2010
A Controladoria-Geral da União descobriu que a Fundação Sarney desviou verbas da Petrobrás. Atestou, assim, a desonestidade da base governista e a inépcia do Congresso, que no ano passado arquivou sem investigar denúncia contra as atividades da fundação e impediu que a CPI da Petrobrás apurasse, entre outros fatos, o desvio de recursos da empresa destinados a projetos semelhantes ao contratado, mas nunca executado, à entidade criada pelo presidente do Senado, José Sarney.
Foi detectada uma série de fraudes, entre as quais o uso de notas fiscais frias, empresas fantasmas, contratações irregulares e falta de comprovação da prestação de serviços declarados.
Não só havia razão para o exame da questão no Conselho de Ética, como existiam motivos para que a CPI da Petrobrás tivesse tomado um rumo diferente da operação abafa produzida pelo Palácio do Planalto e obedientemente executada pela tropa governista no Legislativo.
A CGU é uma instância ligada à Presidência da República e, portanto, insuspeita no tocante a seus propósitos. No ano passado o Conselho de Ética recusou-se a tratar do assunto argumentando que uma reportagem de jornal - no caso, o Estado - não poderia servir como "prova".
A CPI foi esvaziada sob a justificativa de que à oposição interessava desmoralizar com falácias a maior empresa brasileira. Como se vê agora pelo relatório produzido na controladoria, falaciosas eram as alegações de que nada havia a ser investigado pelo Congresso. Havia, e talvez muito mais.
Não vale a desculpa de que a atuação da CGU "comprova" como é desnecessário o Parlamento se debruçar sobre esse tipo de atividade porque são outras as instâncias preparadas para tal.
A única coisa que restou comprovado nesse episódio é que o Congresso abre mão de uma de suas funções constitucionais, a de fiscalizar o Executivo, pois prefere o papel de prestador de serviços ao Palácio do Planalto.
E cumpre também com maestria a função de submeter-se da maneira mais insidiosa aos clamores do compadrio. O presidente do Senado, como era esperado, disse que não tem nada com isso, não exerce atividade administrativa na fundação que leva o seu nome e, pelo visto, não se importa em zelar pela lisura de seu nome.
O Ministério da Cultura, que repassou os recursos por meio da Lei Rouanet, certamente voltará a dizer que o uso do dinheiro não é assunto de sua alçada, bem como não será uma surpresa se a Petrobrás tampouco se responsabilizar pelo destino dos recursos.
Cada um diz o que lhe é mais conveniente e o episódio logo cairá no vazio. O que não aconteceria se o Congresso cumprisse sua atribuição de dar visibilidade a ocorrências cujos trâmites em outras instâncias caem na mecânica da burocracia e passam ao largo do acompanhamento da opinião pública.
Dois casos, este da CGU e a determinação da Justiça para que o presidente da Câmara Distrital de Brasília se afaste do cargo fazem do Legislativo uma triste figura a reboque de decisões e atitudes externas.
Em ambos os parlamentares perderam a chance de tomar a iniciativa de fazer o que deveriam e acabaram expostos aos efeitos da própria ausência de senso do poder a eles conferido.
Intenção e gesto
Não é obra do acaso, muito menos exigência do serviço, o fato de o ministro da Justiça, Tarso Genro, ser ao mesmo tempo candidato declarado em meados do ano passado a governador do Rio Grande do Sul e campeão de viagens com jatinhos da FAB em 2009. Ao todo 85 - cerca de sete por mês -, a maioria para o Estado.
Onde ao que se saiba não se concentram os maiores problemas de segurança pública do País, a questão mais premente relativa à pasta comandada por sua excelência o candidato.
O uso abusivo de aviões da FAB não é novo em Brasília. Nova é a tolerância a respeito.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
236) Campanha eleitoral: presidente quer alto nivel
Bem, acho que se o nível for tão alto quanto o revelado nesta reunião presidencial, estamos servidos...
Governo: Lula chama Sérgio Guerra de “babaca”
Portal da veja, quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 - 17:04
Na reunião ministerial de hoje, Lula fez um discurso curto, de quinze minutos, mas destinado a fazer barulho. Nele, disse palavrão, mandou recados e falou muito sobre eleições. Eis algumas frases ditas por Lula:
-Esse babaca do Sérgio Guerra (presidente do PSDB) não sabe o que está falando quando diz que nada acontece de bom no Brasil.
- Espero que a eleição não seja de baixo nível. Mas pode ser que seja, porque a oposição está sem discurso. E eu sem o que é ser candidato sem discurso.
- O meu candidato em São Paulo é o Ciro (Gomes).
- Acho que o (José) Serra pode ainda desistir de ser candidato.
Como é impossível supor que Lula tenha feito um discurso diante de 40 ministros imaginando que não vazasse, fica claro que o presidente queria que essas frases fossem publicadas.
Em relação o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, nada justifica um tratamento deste nível por parte de um presidente da República a um dirigente do maior partido da Oposição em plena reunião ministerial - não era um botequim, afinal.
Lula que já falou “merda” num palanque, agora manda um “babaca” numa reunião com seus ministros. Mais contraditório ainda foi clamar em seguida por uma eleição “que não seja de baixo nível”.
A insistência no nome de Ciro não foi à toa. Lula sabe que o PT paulista ainda não engoliu Ciro. Mas o presidente esforça-se para descê-lo pela goela dos petistas paulistas. Neste caso, conseguirá.
Em relação à José Serra, o objetivo de Lula é claro: desestabilizar a Oposição, insistindo na tese petista que Serra teme a disputa presidencial.
Governo: Lula chama Sérgio Guerra de “babaca”
Portal da veja, quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 - 17:04
Na reunião ministerial de hoje, Lula fez um discurso curto, de quinze minutos, mas destinado a fazer barulho. Nele, disse palavrão, mandou recados e falou muito sobre eleições. Eis algumas frases ditas por Lula:
-Esse babaca do Sérgio Guerra (presidente do PSDB) não sabe o que está falando quando diz que nada acontece de bom no Brasil.
- Espero que a eleição não seja de baixo nível. Mas pode ser que seja, porque a oposição está sem discurso. E eu sem o que é ser candidato sem discurso.
- O meu candidato em São Paulo é o Ciro (Gomes).
- Acho que o (José) Serra pode ainda desistir de ser candidato.
Como é impossível supor que Lula tenha feito um discurso diante de 40 ministros imaginando que não vazasse, fica claro que o presidente queria que essas frases fossem publicadas.
Em relação o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, nada justifica um tratamento deste nível por parte de um presidente da República a um dirigente do maior partido da Oposição em plena reunião ministerial - não era um botequim, afinal.
Lula que já falou “merda” num palanque, agora manda um “babaca” numa reunião com seus ministros. Mais contraditório ainda foi clamar em seguida por uma eleição “que não seja de baixo nível”.
A insistência no nome de Ciro não foi à toa. Lula sabe que o PT paulista ainda não engoliu Ciro. Mas o presidente esforça-se para descê-lo pela goela dos petistas paulistas. Neste caso, conseguirá.
Em relação à José Serra, o objetivo de Lula é claro: desestabilizar a Oposição, insistindo na tese petista que Serra teme a disputa presidencial.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
235) Eleicoes 2010 - A mentira como estratégia - Marcelo Rech
Eleições 2010: a mentira como estratégia
Marcelo Rech - Inforel
20/01/2010 - 11h32
Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais e renovar 2/3 do Senado.
O Congresso Nacional que pouco produz para a sociedade deve ficar às moscas.
Apenas os temas que poderão ser usados como bandeira política nas eleições, merecerão a atenção de suas excelências.
Além disso, nenhuma novidade. Os nomes serão basicamente os mesmos nos estados e para o Congresso.
Em nível federal, a oposição voltará com José Serra (PSDB-SP) e o governo vai de Dilma Roussef que já deu o tom da campanha petista nesta terça-feira em “comício” para a entrega de obras em Minas Gerais.
Entre outras coisas, a esquerda vai lançar mão de uma estratégia da direita: o medo.
Ao inventar declarações e semear o temor entre os que são beneficiados por suas diversas bolsas, o governo espera que Dilma finalmente cresça nas pesquisas.
A oposição que por oito anos pouco fez, vai tentar vender um Serra competente, sério, gestor e responsável com os recursos públicos.
No entanto, Serra e Dilma possuem algum em comum: ambos são absolutamente antipáticos o que em política pode ser decisivo no contexto de uma eleição.
O PSDB teve o seu mensalão. Houve compra de votos para a emenda da reeleição e muitos atropelos no Congresso para a aprovação de medidas de seu interesse.
O PT repetiu o mensalão. Aliás, o aperfeiçoou.
Atropelou o Congresso e aparelhou a estrutura estatal. Empresas foram usadas politicamente como a Petrobras. O caixa-dois beneficiou todos os dez partidos da coalizão governista.
Na comparação entre quem fez mais e quem fez menos, o que percebemos é a fragilidade nos argumentos.
A sociedade precisa entender de uma vez que seus representantes eleitos têm a obrigação em realizar as obras necessárias, melhorar os serviços pelos quais pagamos impostos obscenos e lidar ética e moralmente com o dinheiro público.
Nada disso é favor.
No entanto, a mentira será a principal estratégia de ambos.
Através dela, a população será induzida a erros que beneficiam apenas aos políticos.
É fundamental que a sociedade se envolva no debate. Que a sociedade exija de seus políticos transparência e compromisso.
O debate político-ideológico interessa apenas àqueles que fazem da política uma forma de ganhar a vida.
O político profissional é hábil em transformar a realidade. Em nos fazer crer que o país está melhor. Que vivemos no primeiro mundo.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais, Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência. Correio eletrônico: inforel@inforel.org
Marcelo Rech - Inforel
20/01/2010 - 11h32
Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais e renovar 2/3 do Senado.
O Congresso Nacional que pouco produz para a sociedade deve ficar às moscas.
Apenas os temas que poderão ser usados como bandeira política nas eleições, merecerão a atenção de suas excelências.
Além disso, nenhuma novidade. Os nomes serão basicamente os mesmos nos estados e para o Congresso.
Em nível federal, a oposição voltará com José Serra (PSDB-SP) e o governo vai de Dilma Roussef que já deu o tom da campanha petista nesta terça-feira em “comício” para a entrega de obras em Minas Gerais.
Entre outras coisas, a esquerda vai lançar mão de uma estratégia da direita: o medo.
Ao inventar declarações e semear o temor entre os que são beneficiados por suas diversas bolsas, o governo espera que Dilma finalmente cresça nas pesquisas.
A oposição que por oito anos pouco fez, vai tentar vender um Serra competente, sério, gestor e responsável com os recursos públicos.
No entanto, Serra e Dilma possuem algum em comum: ambos são absolutamente antipáticos o que em política pode ser decisivo no contexto de uma eleição.
O PSDB teve o seu mensalão. Houve compra de votos para a emenda da reeleição e muitos atropelos no Congresso para a aprovação de medidas de seu interesse.
O PT repetiu o mensalão. Aliás, o aperfeiçoou.
Atropelou o Congresso e aparelhou a estrutura estatal. Empresas foram usadas politicamente como a Petrobras. O caixa-dois beneficiou todos os dez partidos da coalizão governista.
Na comparação entre quem fez mais e quem fez menos, o que percebemos é a fragilidade nos argumentos.
A sociedade precisa entender de uma vez que seus representantes eleitos têm a obrigação em realizar as obras necessárias, melhorar os serviços pelos quais pagamos impostos obscenos e lidar ética e moralmente com o dinheiro público.
Nada disso é favor.
No entanto, a mentira será a principal estratégia de ambos.
Através dela, a população será induzida a erros que beneficiam apenas aos políticos.
É fundamental que a sociedade se envolva no debate. Que a sociedade exija de seus políticos transparência e compromisso.
O debate político-ideológico interessa apenas àqueles que fazem da política uma forma de ganhar a vida.
O político profissional é hábil em transformar a realidade. Em nos fazer crer que o país está melhor. Que vivemos no primeiro mundo.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais, Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência. Correio eletrônico: inforel@inforel.org
234) Chile e Brasil: comparacoes eleitorais
Acredito, pessoalmente, que qualquer comparação é descabível, pois as situações e os personagens políticos, os corpos eleitorais e, sobretudo, os procedimentos de campanha são totalmente diferentes, com todo o vergonhoso envolvimento do presidente na promoção da sua candidata.
Em todo caso, vai uma nota de um jornalista gaúcho:
O Chile é aqui
Políbio Braga, 20.01.2010
O resultado das eleições chilenas deixou o PT assombrado. Da mesma forma que o cavalo do comissário perdeu miseravelmente nas urnas, embora toda a sua trajetória anterior de vitórias eleitorais (Frei chegou a ser presidente), também o cavalo comissário lulista corre o risco de ser derrotado, só que no caso brasileiro já no primeiro turno. Não são casos comparáveis ? Claro que são. O que há de comum nos dois casos:
1) Bachelet e Lula contam com mais de 80% de aprovação popular.
2) Os dois presidentes são de esquerda. O que há de diferente nos dois casos: 1) Piñera e Frei são políticos com largas experiências vitoriosas nas urnas. 2) Serra possui larga experiências vitoriosas nas urnas e na administração pública, mas Dilma Roussef nunca enfrentou seque ruma eleição para síndica de prédio e sua experiência administrativa é muito pálica (Dilma só emergiu depois que Zé Dirceu foi atroeplado pela roubalheira da qual participou no Mensalão).
Em todo caso, vai uma nota de um jornalista gaúcho:
O Chile é aqui
Políbio Braga, 20.01.2010
O resultado das eleições chilenas deixou o PT assombrado. Da mesma forma que o cavalo do comissário perdeu miseravelmente nas urnas, embora toda a sua trajetória anterior de vitórias eleitorais (Frei chegou a ser presidente), também o cavalo comissário lulista corre o risco de ser derrotado, só que no caso brasileiro já no primeiro turno. Não são casos comparáveis ? Claro que são. O que há de comum nos dois casos:
1) Bachelet e Lula contam com mais de 80% de aprovação popular.
2) Os dois presidentes são de esquerda. O que há de diferente nos dois casos: 1) Piñera e Frei são políticos com largas experiências vitoriosas nas urnas. 2) Serra possui larga experiências vitoriosas nas urnas e na administração pública, mas Dilma Roussef nunca enfrentou seque ruma eleição para síndica de prédio e sua experiência administrativa é muito pálica (Dilma só emergiu depois que Zé Dirceu foi atroeplado pela roubalheira da qual participou no Mensalão).
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
233) Terrorismo eleitoral: é tudo o que eles sabem fazer...
Em MG, Dilma diz que vitória da oposição seria o fim do PAC
Agencia Estado, terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido
SÃO PAULO - Em um discurso marcado por um forte tom eleitoral, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a criticar adversários políticos durante inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo (MG), nesta terça-feira, 19. Diante de uma plateia formada por trabalhadores, a pré-candidata do PT à Presidência da República disse que se a oposição vencer as eleições deste ano, vai acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Foi o próprio presidente do partido de oposição (Sérgio Guerra, do PSDB) que disse que acabaria com o PAC como uma das medidas que seriam tomadas, porque o PAC não existe. O que é muito grave, porque nós estamos aqui, justamente, inaugurando uma obra concreta, real, que todos vocês sabem que existe", disse a ministra.
Falando abertamente sobre o processo que elegerá o sucessor de Lula, Dilma lembrou as eleições de 2006, quando, segundo ela, a oposição mirou no Bolsa Família. "Esta é uma questão que nós não podemos deixar. Vira e mexe quiseram (sic) acabar com algum programa do governo Lula. Em 2006 foi a época em que eles quiseram acabar com o bolsa família. Agora, em 2010, o objetivo é acabar com obras como essa que nós estamos inaugurando. E isso nós não vamos deixar", discursou.
A ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido. Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo federal ainda vai inaugurar muitas obras no começo deste ano, porque "daqui a pouco o Geddel (Vieira Lima) não vai mais estar aqui, a Dilma também não vai mais estar aqui".
Lula aproveitou para alfinetar os partidos da oposição, que "não gostam que o governo inaugure obras" e tentou se diferenciar, dizendo que torce para que prefeitos e governadores de qualquer partido façam suas inaugurações. "Vamos acabar com as mesquinharias nesse país de que dois caciques da política ficam brigando e quem come o pão que o diabo amassou é o povo pobre".
'Mineirização'
A visita de Dilma ao segundo colégio eleitoral do País é parte da estratégia do PT para aproximar a ministra de seu estado natal. Embora seja mineira, Dilma é atualmente mais identificada com o Rio Grande do Sul, Estado em que consolidou sua carreira política.
A ministra emocionou-se ao falar de sua relação com o Estado. "Eu não vou concordar em que haja uma discussão pra saber se eu sou mineira ou não sou mineira. Eu não tenho a menor duvida de que eu sou mineira. Em que pese eu ter saído de Minas Gerais, em que pese eu ter passado uma parte da minha vida num outro estado, que é o Rio Grande do Sul, eu quero dizer pra vocês, e vocês sabem disso porque é assim na vida: a gente pode sair do estado em que a gente nasce, mas ele não sai da nossa alma e do nosso coração", disse Dilma, com a voz embargada.
Além de participar de eventos do governo federal, Dilma também estará em território mineiro para visitar a mãe e para receber homenagens na Câmara Municipal de Belo Horizonte e na Assembleia Legislativa. O argumento para as homenagens é liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras como a duplicação da Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte.
Há pelo menos um ano, desde que Dilma passou a ser considerada a candidata de Lula ao Planalto, seus principais aliados no Estado - como o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel - trabalham na sua "mineirização". Eles acreditam ser preciso convencer o eleitorado de que, embora tenha passado a maior parte de sua vida fora de Minas, a ministra tem raízes no Estado.
Barragem
Com 290 metros de extensão e 58 metros de altura, a obra da Barragem de Setúbal foi iniciada em 1980, e só agora foi entregue, após ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra resulta de parceria entre os governos federal e estadual, que investiram respectivamente R$ 182 milhões e R$ 21 milhões.
Lula e comitiva seguirão depois para Juiz de Fora, para a inauguração de uma usina termelétrica que utilizará o etanol como gerador de energia. É uma nova experiência, em fase de testes, para a redução do nível de emissões atmosféricas. O embarque para Brasília está previsto somente à noite e a chegada às 21h45.
Agencia Estado, terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido
SÃO PAULO - Em um discurso marcado por um forte tom eleitoral, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a criticar adversários políticos durante inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo (MG), nesta terça-feira, 19. Diante de uma plateia formada por trabalhadores, a pré-candidata do PT à Presidência da República disse que se a oposição vencer as eleições deste ano, vai acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Foi o próprio presidente do partido de oposição (Sérgio Guerra, do PSDB) que disse que acabaria com o PAC como uma das medidas que seriam tomadas, porque o PAC não existe. O que é muito grave, porque nós estamos aqui, justamente, inaugurando uma obra concreta, real, que todos vocês sabem que existe", disse a ministra.
Falando abertamente sobre o processo que elegerá o sucessor de Lula, Dilma lembrou as eleições de 2006, quando, segundo ela, a oposição mirou no Bolsa Família. "Esta é uma questão que nós não podemos deixar. Vira e mexe quiseram (sic) acabar com algum programa do governo Lula. Em 2006 foi a época em que eles quiseram acabar com o bolsa família. Agora, em 2010, o objetivo é acabar com obras como essa que nós estamos inaugurando. E isso nós não vamos deixar", discursou.
A ministra também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido. Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo federal ainda vai inaugurar muitas obras no começo deste ano, porque "daqui a pouco o Geddel (Vieira Lima) não vai mais estar aqui, a Dilma também não vai mais estar aqui".
Lula aproveitou para alfinetar os partidos da oposição, que "não gostam que o governo inaugure obras" e tentou se diferenciar, dizendo que torce para que prefeitos e governadores de qualquer partido façam suas inaugurações. "Vamos acabar com as mesquinharias nesse país de que dois caciques da política ficam brigando e quem come o pão que o diabo amassou é o povo pobre".
'Mineirização'
A visita de Dilma ao segundo colégio eleitoral do País é parte da estratégia do PT para aproximar a ministra de seu estado natal. Embora seja mineira, Dilma é atualmente mais identificada com o Rio Grande do Sul, Estado em que consolidou sua carreira política.
A ministra emocionou-se ao falar de sua relação com o Estado. "Eu não vou concordar em que haja uma discussão pra saber se eu sou mineira ou não sou mineira. Eu não tenho a menor duvida de que eu sou mineira. Em que pese eu ter saído de Minas Gerais, em que pese eu ter passado uma parte da minha vida num outro estado, que é o Rio Grande do Sul, eu quero dizer pra vocês, e vocês sabem disso porque é assim na vida: a gente pode sair do estado em que a gente nasce, mas ele não sai da nossa alma e do nosso coração", disse Dilma, com a voz embargada.
Além de participar de eventos do governo federal, Dilma também estará em território mineiro para visitar a mãe e para receber homenagens na Câmara Municipal de Belo Horizonte e na Assembleia Legislativa. O argumento para as homenagens é liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras como a duplicação da Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte.
Há pelo menos um ano, desde que Dilma passou a ser considerada a candidata de Lula ao Planalto, seus principais aliados no Estado - como o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel - trabalham na sua "mineirização". Eles acreditam ser preciso convencer o eleitorado de que, embora tenha passado a maior parte de sua vida fora de Minas, a ministra tem raízes no Estado.
Barragem
Com 290 metros de extensão e 58 metros de altura, a obra da Barragem de Setúbal foi iniciada em 1980, e só agora foi entregue, após ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra resulta de parceria entre os governos federal e estadual, que investiram respectivamente R$ 182 milhões e R$ 21 milhões.
Lula e comitiva seguirão depois para Juiz de Fora, para a inauguração de uma usina termelétrica que utilizará o etanol como gerador de energia. É uma nova experiência, em fase de testes, para a redução do nível de emissões atmosféricas. O embarque para Brasília está previsto somente à noite e a chegada às 21h45.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
232) Apoios eleitorais: cada um com a sua tropa...
Um elenco de filme de terror
Augusto Nunes, 18 de janeiro de 2010
Tarso Genro no Rio Grande do Sul. Ideli Salvatti em Santa Catarina. Paulo Bernardo no Paraná. Paulo Maluf e José Dirceu em São Paulo. Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Paulo Duque no Rio de Janeiro. Wellington Salgado e Walfrido Mares Guia em Minas Gerais. Blairo Maggi em Mato Grosso. André Pucinelli em Mato Grosso do Sul. Delúbio Soares em Goiás. Almeida Lima em Sergipe. Fernando Collor e Renan Calheiros em Alagoas. José Maranhão na Paraíba. Severino Cavalcanti e Humberto Costa em Pernambuco. Geddel Vieira Lima na Bahia. Henrique Eduardo Alves no Rio Grande do Norte. Alfredo Nascimento no Amazonas. Romero Jucá em Roraima. Valdir Raupp em Rondônia. Gilvam Borges o Amapá. Joaquim Roriz (José Roberto Arruda está a caminho) no Distrito Federal. Ana Júlia Carepa e Jáder Barbalho no Pará. Edison Lobão no Maranhão. José Sarney no Maranhão e no Amapá.
A contemplação de parte do elenco ainda em formação é mais que suficiente para um primeiro diagnóstico: se nem todos no palanque de Dilma Rousseff estão entre o que há de pior na política brasileira, tudo o que há de pior na política brasileira está no palanque de Dilma Rousseff.
Augusto Nunes, 18 de janeiro de 2010
Tarso Genro no Rio Grande do Sul. Ideli Salvatti em Santa Catarina. Paulo Bernardo no Paraná. Paulo Maluf e José Dirceu em São Paulo. Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Paulo Duque no Rio de Janeiro. Wellington Salgado e Walfrido Mares Guia em Minas Gerais. Blairo Maggi em Mato Grosso. André Pucinelli em Mato Grosso do Sul. Delúbio Soares em Goiás. Almeida Lima em Sergipe. Fernando Collor e Renan Calheiros em Alagoas. José Maranhão na Paraíba. Severino Cavalcanti e Humberto Costa em Pernambuco. Geddel Vieira Lima na Bahia. Henrique Eduardo Alves no Rio Grande do Norte. Alfredo Nascimento no Amazonas. Romero Jucá em Roraima. Valdir Raupp em Rondônia. Gilvam Borges o Amapá. Joaquim Roriz (José Roberto Arruda está a caminho) no Distrito Federal. Ana Júlia Carepa e Jáder Barbalho no Pará. Edison Lobão no Maranhão. José Sarney no Maranhão e no Amapá.
A contemplação de parte do elenco ainda em formação é mais que suficiente para um primeiro diagnóstico: se nem todos no palanque de Dilma Rousseff estão entre o que há de pior na política brasileira, tudo o que há de pior na política brasileira está no palanque de Dilma Rousseff.
Marcadores:
Dilma Rousseff,
filme de terror,
palanque
domingo, 17 de janeiro de 2010
231) Uma candidata em campanha...
(Pergunta: o TSE não tem nada a ver com isso?)
Comparar 'incomoda' tucanos, diz Dilma
AE - Agencia Estado
sábado, 16 de janeiro de 2010
BACABEIRA (MA) - Em resposta ao provável candidato do PSDB à Presidência, governador José Serra, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), defendeu ontem a comparação entre as gestões Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, dando o tom do que deverá ser seu discurso de candidata. "Quem não quer discutir o momento Lula é porque se incomoda com as comparações", afirmou.
"Quando você está numa disputa, não quer saber só a fala, nem o povo brasileiro se conforma só com o que você prometeu. Então, comparar o governo Lula com qualquer outro período é a forma de podermos chegar ao povo. Olho no olho, com respeito, e dizer: está aqui o que fizemos", afirmou a ministra depois de participar ao lado de Lula do lançamento da pedra fundamental de uma refinaria da Petrobras em Bacabeira, a 60 quilômetros de São Luís, no Maranhão.
Na quinta-feira, Serra disse ao jornal O Estado de S.Paulo que, caso venha a ser candidato, pretende fazer uma campanha apontando "coisas para o futuro". Serra é contra a antecipação do debate eleitoral. O governador de São Paulo avalia ser uma armadilha imposta pelo governo federal para pautar a campanha com comparações entre as gestões Lula e FHC - pesquisas encomendadas pelo PSDB mostram preferência do eleitorado pela atual administração.
Dilma, no entanto, criticou a tentativa do tucano de evitar o debate plebiscitário. "Nunca o Brasil, quando eles governaram, cresceu e distribuiu renda. Então não há motivo para eu fingir que não sei disso. Por que vamos vetar essa discussão? A quem interessa esse veto?", indagou a ministra.
Comparar 'incomoda' tucanos, diz Dilma
AE - Agencia Estado
sábado, 16 de janeiro de 2010
BACABEIRA (MA) - Em resposta ao provável candidato do PSDB à Presidência, governador José Serra, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), defendeu ontem a comparação entre as gestões Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, dando o tom do que deverá ser seu discurso de candidata. "Quem não quer discutir o momento Lula é porque se incomoda com as comparações", afirmou.
"Quando você está numa disputa, não quer saber só a fala, nem o povo brasileiro se conforma só com o que você prometeu. Então, comparar o governo Lula com qualquer outro período é a forma de podermos chegar ao povo. Olho no olho, com respeito, e dizer: está aqui o que fizemos", afirmou a ministra depois de participar ao lado de Lula do lançamento da pedra fundamental de uma refinaria da Petrobras em Bacabeira, a 60 quilômetros de São Luís, no Maranhão.
Na quinta-feira, Serra disse ao jornal O Estado de S.Paulo que, caso venha a ser candidato, pretende fazer uma campanha apontando "coisas para o futuro". Serra é contra a antecipação do debate eleitoral. O governador de São Paulo avalia ser uma armadilha imposta pelo governo federal para pautar a campanha com comparações entre as gestões Lula e FHC - pesquisas encomendadas pelo PSDB mostram preferência do eleitorado pela atual administração.
Dilma, no entanto, criticou a tentativa do tucano de evitar o debate plebiscitário. "Nunca o Brasil, quando eles governaram, cresceu e distribuiu renda. Então não há motivo para eu fingir que não sei disso. Por que vamos vetar essa discussão? A quem interessa esse veto?", indagou a ministra.
Assinar:
Postagens (Atom)